terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

UM PAÍS A DUAS VELOCIDADES


 

Hoje tivemos um país a duas velocidades.

 Esta tarde parti de Avis deixando aqui funcionários públicos foliando. Rumei a Alter do Chão e encontrei funcionários públicos trabalhando. Passei por Fronteira e vi funcionários públicos trabalhando. Encaminhei-me para Sousel e vi funcionários públicos foliando.

Tivemos, assim, um país a duas velocidades em simultâneo: uma velocidade para foliar, outra para trabalhar.
 Mas afinal havia ainda uma outra velocidade: a dos transportes públicos da CP que pararam hoje por causa da greve…a chamada velocidade parada!

Oxalá, um dia destes não seja só a velocidade parada a andar…

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

aponte INTERROMPIDA...



Curioso, vi e comprei a última edição do Jornal aponte, não sem antes dar uma olhadela pela capa. Desconfiei pelo facto da mesma não trazer nenhuma chamada de atenção acerca de algo que se passasse ou tivesse passado em Avis. Mas a curiosidade foi mais forte e lá deixei os 0,75€ num dos locais de venda do jornal aqui em Avis. Chegado a casa a primeira coisa que fiz foi folheá-lo e lê-lo…

Leitor de há muitos anos deste mensário, desde sempre me chamaram a atenção as notícias de Ponte de Sôr, obviamente, mas principalmente as notícias de Avis. Algumas notícias já conhecidas – por viver aqui – mas tratadas de modo diferente por quem sabe da coisa e outras que eu não sabia por não ter acesso a informação privilegiada que, nestes casos, para mim, me era fornecida apenas pelo Jornal aponte.

A “profunda restruturação” referida no Editorial, para já, parece-me uma restruturação esquisita e no mínimo lenta. Há dois meses sem jornal dá-me a impressão que a restruturação já deveria estar mais adiantada.
 Só com notícias de Ponte de Sôr e suas freguesias, desconfio que não vai ser fácil aumentar o número dos 1500 exemplares da actual edição.

Bem sei que a “restruturação” continua, mas para já, aponte é uma ponte interrompida que cortou a passagem de informação vinda de Avis e que era vinculada mensalmente – não tenho competência para dizer se bem ou mal mas atrevo-me a dizer que bem – pelo Senhor João Ruivo. Mas grandes interrupções merecem sempre grandes obras para reposição de trânsito, tendo presente que o trânsito que aqui se quer a fluir é de informação…

Aguardo o próximo número de aponte e se por acaso ficar agradado estarei aqui para dar a mão à palmatória.

Ainda vou arriscar mais 0,75€…

Até lá!



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

CESTAS DE POESIA (CCXLVI)


Na semana em que

 o Professor de arqueologia da Universidade de Évora, Dr. JORGE OLIVIERA,  conseguiu um dos melhores Café com Letras na sede da ACA, quer em explanação de ideias, quer em número de assistentes;

 na semana em que

 a Selecção Nacional de Futebol nos apresentou um novo equipamento, preto, de cores amorfas e sem qualquer realce às cores da nossa bandeira – será que o preto espelhava logo à partida a tristeza pelo mau jogo que iriam fazer?...-;

 na semana em que

os homens de Avis chocalharam as comadres de Avis e deixaram roubar a “boneca”, depois de na semana passada aquelas terem feito o mesmo aos compadres, numa noite em que os homens de Avis desapareceram do universo avisense, levando aquelas a dizer que “já não há homens como havia antigamente….”;

 na semana em que

a Casa do Benfica em Avis, anuncia a realização do seu 1º passeio de BTT, a ocorrer no dia 17 deste mês de Fevereiro;
 na semana em que

a mesma Casa convida todos os amigos e sócios a estarem presentes no almoço comemorativo do 10º aniversário daquela Casa a ter lugar no próximo dia 17, no seu casão e com direito a uma sessão de dança pelo seu grupo de dança, “Dance Time” e animação por António Caldeira;

 na semana em que
se prepara para o próximo dia 12, terça-feira, o corso carnavalesco, aqui na vila de Avis, com lanche no final para todos os mascarados participantes;

 na semana em que

poderá amanhã mesmo “encostar a calça à saia” – e vice-versa- no baile de carnaval que se vai realizar no Ervedal, abrilhantado pelo Ervedalense, Carlos Graça;

 na semana em que

 a Associação Humanitária de Apoio aos Diabéticos do Concelho de Avis, em parceria com o Município local, irá terminar os rastreios que está a fazer em todas as freguesias do concelho, integradas no “Anima Sénior” com visitas às freguesias de Benavila, Aldeia Velha e Ervedal, nos próximos dias 11, 13 e 15, respectivamente;

 na semana em que

 o nosso amigo ANTÓNIO CALHAU, lançou um grito de alerta na  página do facebook do Grupo de Benavila (http://www.facebook.com/groups/119734474793447/permalink/327046487395577/) contra o estado de degradação a que está a chegar a Ermida de Nossa Senhora de Entre-Águas, em Benavila;

na semana em que
 
amanhã mesmo, a Casa do Benfica em Avis encerra o seu campeonato aberto de Sueca com um almoço-convívio e a distribuição de prémiosa todos os participantes;

eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 Quando chegamos a uma certa idade, pouco mais fazemos do que recordar o passado.
Também JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, o nosso poeta, o faz, nos seguintes termos:

RECORDANDO


Roído de saudade
Dos tempos que já lá vão
Agora com a idade
Recordo os tempos de então

 

Calças p‘lo meio da canela

Com suspensórios cruzados,

Os pés descalços, gelados,

Sempre cheios de mazelas!

Produto das “topadelas”

Que dava sem piedade,

Sentia felicidade

Duma forma inconsciente,

Agora vivo o presente

Roído de saudade.

 

Depois, na escola, ali perto

Iniciei novas passadas:

Troquei por outras fechadas

As calças de cú aberto!

Mais crescido estava certo

Dessa minha situação,

Ia estudando a lição

Que dava sempre sabida,

Eu me lembro dessa vida

Dos tempos que já lá vão.

 

São esses anos passados

Que mais tenho na lembrança:

Esses tempos de criança

Sem ter lidas nem cuidados:

Alma ingénua, sem pecados

P’ra brincar sempre à vontade,

De manhã até à tarde

À chuva, ao frio e ao vento,

Tudo aflui ao pensamento

Agora com a idade.

 

As várias fases da vida

Fazem a vida da gente

Que nós tocamos p’rá frente

Numa ambição desmedida:

É essa idade vivida

Que lembro com emoção,

Quando jogava o pião

No terreno enlameado

E ao pensar nesse passado

Recordo os tempos de então.

 

3 de Outubro de 1999

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

HOJE NÃO HÁ CESTAS DE POESIA...

Na semana em que todo o Distrito de Portalegre chora os mortos do acidente na Sertã, e em solidariedade com os familiares das vítimas deste nefasto acontecimento, esta semana não há Cestas de Poesia.