quarta-feira, 29 de abril de 2009

AMANHÃ HÁ CAFÉ COM LETRAS!


É verdade: amanhã, quinta-feira dia 30 de Abril, haverá Café com Letras nos Amigos de Aviz. O tema a debater é deveras interessante e diz respeito a todos nós: A Alimentação na Diabetes. Infelizmente cada vez mais comum entre nós, a diabetes é um mal que a todos preocupa pelas mazelas que, em última instância, nos pode provocar. Para nos falar sobre os benefícios de uma alimentação saudável estará presente a nutricionista do Centro de Saúde de Ponte de Sôr, Dr.ª MARTA CARRILHO. O horário é o mesmo – 18 horas e o local o de sempre – na Sede da Associação, ali na Praça Serpa Pinto Nº 11.
"Só não vai quem não quiser pois as entradas são livres", referiu a "DO CASTELO" um dirigente daquela Associação.

TRAGÉDIA

Foto/Arquivo "DO Castelo": "A Dionísia...habitualmente percorria as ruas da vila...sempre acompanhada pelos pequenos filhos..."


Quando a sirene dos bombeiros toca fica-se sempre com a sensação de que algo de mau acontece. Ontem à noite três sinais de socorro foram lançados pelos Bombeiros de Avis. Hoje os contornos da desgraça: um incêndio numa barraca, no bairro da gente de etnia cigana, lançou a dor e o luto sobre uma daquelas famílias, fazendo três vítimas mortais, todas crianças, sendo que uma outra criança, irmã dos falecidos, foi transferida para o Hospital da Estefânia em Lisboa. Na origem do sinistro diz-se que terá estado um curto-circuito. Os menores encontravam-se sozinhos pois que a mãe estava na casa de uma vizinha e o marido estaria para a vila. Ao certo, principalmente sobre as causas do fogo, ainda nada se sabe.
A Dionísia é pessoa demais conhecida das gentes de Avis. Habitualmente percorria as ruas da vila a pedir ajuda sempre acompanhada pelos pequenos filhos, chegando a transportar três deles num carrinho de bebé, tal era a proximidade de idades dos mesmos.
Fica o registo e a nossa consternação.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

CESTAS DE POESIA (LXV)

Quando escolhi as poesias do amigo JOAQUIM MARTINHO para aqui publicar, desde logo escolhi esta para o dia de hoje. Pela sua simbologia, nada melhor para dar as boas vindas ao dia que se aproxima:
Mote:
O 25 de Abril
Ficará sempre recordado
Nunca será esquecido
Ficou na história gravado


Pouco havia igual
Nesta situação
Tínhamos uma grande escravidão
Cá dentro de Portugal
Há muitos que nos querem mal
Até se andam a consumir
Foi tudo feito ao subtil
Numa noite tão serena
Cantou-se a Vila Morena
P’lo 25 de Abril

Muitos passaram pela ternura
Dentro daquelas prisões
Por querem melhores condições
Eram conduzidos à tortura
Pensaram na aventura
E a fuga organizaram
Eles aos guardas escaparam
Só um foi sabedor
Por isso lhe deram valor
Ficará sempre recordado

Tinham os fortes cercados
Aqueles galfarrões
Nas guaritas tinham canhões
Faziam fogo para todo o lado
Muitos nunca foram julgados
Mereciam ser punidos
Ou então substituídos
Por aqueles que por lá passaram
E com as marcas ficaram
Que nunca será esquecido

Eram homens lutadores
Por uma vida melhor
Deram o seu melhor
Mostraram o seu valor
Várias classes e doutores
Homens firmes e honrados
Muitas vezes torturados
Da tortura não tinham medo
Todos guardavam segredo
Na história ficou gravado

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2003

quinta-feira, 23 de abril de 2009

DEVAGAR, DEVAGARINHO...

Foto: "A Auto Martins além de vir enriquecer o nosso paupérrimo parque industrial, vem ainda assegurar três postos de trabalho "

A passo de caracol (peado?) a nossa zona industrial lá vai de vez enquando inaugurando uma oficina. Isso acontece tão raras vezes que até se poderia fazer uma grande festa, com foguetes e banda de música, quando tal acontece. A ser assim, este mês tinha sido mês de festa rija já que desde o passado dia 14 que o Sr. Arlindo Martins ali inaugurou a sua oficina de reparações automóveis, mudanças de pneumáticos, mudanças de óleo e tudo que à mecânica automóvel diga respeito. O amplo espaço da oficina e a maquinaria existente, parece-nos suficiente para dar resposta às solicitações que por certo irá ter. Arlindo Martins desde os 13 anos de idade que anda no mundo da mecânica: foi trabalhar para Ponte de Sôr onde se especializou na Fiat e na Renault. A ida à tropa trouxe-lhe o averbamento na carta de condução da possibilidade de guiar pesados. Daí ter exercido a profissão de motorista durante algum tempo. Mas o bichinho da mecânica era mais forte e eis que viu chegado o dia de inaugurar a sua própria oficina em espaço próprio.
A Auto Martins além de vir enriquecer o nosso fraco parque industrial, vem ainda assegurar três postos de trabalho já que a partir do próximo mês de Maio será admitido na firma mais um mecânico.
À gerência da Auto Martins e aos seus colaboradores, "DO CASTELO" deseja boa sorte!

terça-feira, 21 de abril de 2009

NÓS, EUROPEUS?????

Nós, Europeus, cá por Avis vamos morrendo alegre e passivamente. O Centro de Saúde está a entrar em colapso e nós deixamos que sejam os outros a resolver tudo e por vezes a resolverem a seu belo prazer e da maneira que mais lhes convém, enquanto nós nos limitamos a criticar, a dizer que está mal. Se nos pedirem para intervirmos – que é um direito que a Constituição nos concede – é certo e sabido que temos muito que fazer, que isso não é para nós mas para os outros.
Aqui do lado, da vizinha freguesia de Montargil, vem o exemplo a seguir: existe uma Comissão de Utentes do Centro de Saúde que tudo tem feito para que a saúde em Montargil tome um rumo diferente daquele que tem levado. Tem conseguido alguma coisa? Não sei, mas sei que se fazem ouvir e que, quem de direito, sabe que existe alguém com vontade de mudar, de romper com uma situação caótica. E se Montargil tem, porque é que Avis não há-de ter também? Chamem-lhe Comissão de Utentes, chamem-lhe Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Avis, chamem-lhe o que quiserem, mas faça-se alguma coisa.
Há dias um utente, residente em Avis, contou-me que numa quarta-feira, se deslocou ao nosso Centro numa situação de emergência. Parece que às quartas-feiras já não há “consulta aberta” no Centro de Saúde de Avis, por falta de médico. Assim, dirigiu-se a Ponte de Sôr e lá, o médico que o atendeu fê-lo com maus modos, (o que é péssimo para uma pessoa que recorre a uma urgência) ao mesmo tempo que dizia para um funcionário que estava presente: “Já não atendo mais ninguém de Avis”. Mas isto é o quê? Andam a brincar connosco e nós passivamente a deixar-mo-nos matar. A grande maioria dos habitantes do concelho de Avis, que necessita de cuidados de saúde, continua a ser tratada como animais que enxotados de um lado para outro ficam encurralados e sem saída, sendo o mais grave de tudo isto o facto de não terem culpa nenhuma das condições que lhe foram criadas.
Para quando a formação entre nós de uma comissão apartidária que tente inverter esta situação de humilhação a que nos levaram? Onde estão os lutadores deste concelho que tantas lições de “cidadania intervencionista” deram ainda não há muitos anos? Estão conformados? Porquê? Acaso a constituição mudou? Acaso a saúde deixou de ser uma prioridade para todos nós?
Pensem bem nisto e haja alguém que dê o pontapé de saída para que façamos valer os nossos direitos que tão mal tratados têm sido ultimamente. Caso contrário continuarão por cá a morrer alegremente uns…para bem de outros!
Contem comigo.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

CESTAS DE POESIA (LXIV) - COM SUPLEMENTO!

Por vezes a poesia leva-nos a interpretações destorcidas da realidade que refletem, outras são maliciosas ou parecem ser.
Descubram em que grupo classificariam a poesia que vos trago hoje, ainda da autoria de JOAQUIM LOBATO, que como sabemos é mais conhecido por JOAQUIM MARTINHO, natural do Maranhão e residente em Aldeia Velha.
Ora atentem bem:

Fui uma noite pintar
Com um caneco emprestado
Pintei sem reparar
Pintei mas fiquei pintado

Quando comecei devagarinho
A pintar o ramalhete
Primeiro foi com azeite
Depois foi com cuspinho
O caneco era novinho
Começa o pincel a entrar
Vem de lá a dona a ralhar
Não me parta a tigelinha
Que coisa engraçadinha
Fui uma noite pintar

Mas que linda canequinha
Onde eu fui pintar
Pintei até me enfadar
Até pintei na da vizinha
Pintei um cravo e a escrivaninha
E um vaso bem desenhado
Ela aceitou com agrado
E nunca me diz que não
Escreva com mais atenção
Com o seu caneco emprestado

Eu pinto no bom sentido
Diz a criada para a patroa
Eu até vejo Lisboa
Quando me escreve no umbigo
Mais abaixo não há perigo
Que eu possa desmaiar
Lá está a tinta a pingar
No lugar da rachadela
Diga lá que desculpe ela
Que eu pintei sem reparar

Eu pinto com a minha caneta
Tudo o que pinto fica aprovado
Posso pintar em todo o lado
Que ela não é ciumenta
Pintar tanta caneca
Está um bocado enxovalhado
Ela arruma-o para o lado
E eu nunca dei por nada
E ela muito envergonhada
Eu pintei mas fiquei pintado

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2000


P.S.: e porque igualmente se trata de poesia da mais pura, oiçam por favor esta letra dos XUTOS, que se está a transformar num grande êxito de audiências, clicando precisamente aqui: http://www.youtube.com/watch?v=yG4BUZ9zcBg

quinta-feira, 16 de abril de 2009

FOTOGRAFIA 3X24

Fotografia 3 por 24 é simples, é de borla e dá montes de gozo.
A ideia pertence ao "MARANHÃO" onde pode e deve ler o regulamento que resumidamente é:
24 Fotógrafos naturais ou residentes em Avis, 24 fotografias por eles obtidas em 24 horas da vida do nosso concelho.
Por sorteio, cada fotógrafo ficará com uma hora do dia para tirar as fotos que entender e depois escolher uma que posteriormente se juntará às 23 dos outros participantes para, em exposição darem a conhecer o pulsar do concelho nas vinte e quatro horas do dia.
Fácil, não é? Mas só falta uma coisa: é inscrever-se em: maranhao@iol.pt
De pouco serve dizer “podem contar comigo” se não se inscreverem.
Vamos lá amigos da fotografia, vamos pegar a sério nesta iniciativa a todos os níveis louvável.
VAMOS INSCREVER-NOS JÁ!!!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

AMANHÃ, QUINTA ( 16-4-2009) HÁ CAFÉ COM LETRAS

Repasso o seguinte:

Café com Letras
CONVITE



Porque é importante a... Política?
“(...) A ilusão do consenso e da unanimidade, bem como os apelos ao «antipolítico», deviam ser reconhecidos como fatais para a democracia e, por isso, abandonados. A ausência de uma fronteira política, longe de ser um sinal de maturidade política, é sintoma de vazio que pode pôr em perigo a democracia, (...)” Chantal Mouffe – O Regresso do Político, Gradiva, 1996
É este o tema do Café com Letras no próximo dia 16 DE ABRIL DE 2009 (quinta-feira).

Temos, pois, o grato prazer de o(a) convidar para dois dedos de conversa com PROFESSORA MANUELA MAGNO na sede da ACA-AC, sita na Praça Serpa Pinto, n.º 11 em Avis, pelas 18 horas.

16 DE ABRIL DE 2009

18 horas


O Café com Letras é uma organização da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O RALLY PAPER DA CASA DO BENFICA E OUTROS CONSIDERANDOS

O Rally-Paper da Casa do Benfica em Avis, a par da Mini Maratona de Fotografia Digital da Casa de Cultura/Clube de Fotografia e as Provas de Orientação dos Amigos de Aviz (estas, poucas, digo eu), são actividades que se encontram bem enraizadas e que têm sempre uma participação bastante assinalável. Destaco estas pela sua originalidade, pois que já se tornaram saudavelmente habituais e muito participados os diversos passeios pedestres e as provas de BTT.
Na passada sexta-feira foi o 6º Raly Paper. Embora tenha perdido algum glamour com a falta do arco da partida, a instalação sonora para fóra das paredes da Casa, e a enorme bandeira a dar a partida às várias equipas (a propósito, onde anda o Luís Junça – filho – que este ano não apareceu?) a verdade é que o mesmo assegurou a participação de muitas pessoas e o são convívio que estes eventos sempre proporcionam.
Constou-se-me que o número de equipas este ano foi menor o que não é motivo para que os organizadores esmoreçam nem para que a ASSOCIÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DAS ESCOLAS DO CONCELHO DE AVIS, deixem de saborear a merecida vitória que alcançaram. Parafraseando a organização, realmente fizeram, e bem, os trabalhos de casa… PARABÉNS!
Para a “Dádinha”, rosto mais visível de uma equipa que se empenha para que tudo corra bem, os meus parabéns e...um reparo: por muito zangados que estejamos com a nossa equipa de futebol, por favor nunca mais dê aos concorrentes uma prova escrita a…verde!
E já agora, porque é que isto AQUI não funciona desde 4 de Abril de 2007?

sexta-feira, 10 de abril de 2009

CESTAS DE POESIA (LXIII)

A poesia popular também tem o condão de nos deixar testemunho de coisas (costumes, monumentos, profissões, empresas) que com o tempo vão desaparecendo. As décimas que hoje aqui vos deixo, do nosso amigo JOAQUIM LOBATO, escritas em 2000 fazem alusão a uma série de situações que já deixaram de existir e outras que, pelo menos aparentemente para lá caminham.
Ora descubra-as lá, se fizer favor!
Avis linda vila
És bonita e não te iludes
Lá tens um grupo amigo
P’ra brilho da juventude!


Lá no cimo tens o Convento
Tens a Torre do Zé da Costa
Tens outra que está p’ra mostra
P´ra servirem de monumento
Lá tens a Câmara no centro
E a multidão que desfila
És concelho de Benavila
E de outras mais pertencentes
És o espelho de muita gente
Avis linda vila

Lá trabalham cambaristas
Canetas, lápis e martelo
Dos Bombeiros tens um quartel
Acodem a qualquer artista
Tens a Igreja Matriz à vista
E um Centro de Saúde
És terra de muita virtude
Quem foi a tua madrinha?
Do Alentejo és rainha
És bonita não te iludes!

Ela não está esquecida
Está nahistória de Portugal
É património mundial
A sua paisagem preferida
Ruas estreitas são antigas
Tem tudo no bom sentido
Tens um centro de convívio
E a fábrica das confecções
Lá tens boas razões
P’ra teres um grupo amigo

És vila, não és cidade
Consideras-te muito feliz
Tens por nome Mestre de Avis
E ninguém te tira a bondade
És velhinha na idade
Mas de nome nunca mudes
Tens torres de altitude
E as muralhas que são antigas
Tens o povo que assim o diga
P’ra brilho da juventude!

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2000

quarta-feira, 8 de abril de 2009

UM CÉREBRO À PROVA DOS NOVES

Pois é, devíamos efectivamente ter um cérebro à prova dos noves. Passo a explicar-me.
A maioria dos estabelecimentos comerciais, digamos que 99,90%, sejam supermercados, prontos a vestir, ou quaisquer outros, têm os seus produtos marcados por um número cuja parte decimal invariavelmente começa por 9 e muitas vezes termina por nove. Por exemplo, o artigo x custa 2,99€. Acontece que por qualquer motivo que não sei explicar, as pessoas fixam melhor a parte que está antes da vírgula, os euros. No exemplo acima o que se fixa é que o artigo custa dois euros e qualquer coisa, esquecendo-se que esse “qualquer coisa” é de tal modo elevado que o artigo em causa custa sim três euros menos qualquer coisa e não dois e qualquer coisa. Em artigos que se levem mais que uma unidade de preço, começa a pesar na carteira e de que modo!
É claro que os comerciantes utilizam esta técnica que para eles resulta muito bem, a julgar até pelos exemplos que tenho dentro da minha própria casa que, no entanto, a pouco e pouco já vão tomando atenção à parte decimal dos preços.
Se é daqueles que nunca reparou faça-o e verá se eu não tenho razão.
E já agora tenha um cérebro à prova dos noves!

domingo, 5 de abril de 2009

SOMBRAS PERDIDAS...OBRAS ESQUECIDAS

Foto 1 - Sombras "cruzadas"
Foto 2 - Sombras "carregadas


Foto 3 - Obra "rolante"

Foto 4 - Obra "fotogénica"

A Mini maratona Fotográfica Digital foi um êxito. Os participantes duplicaram, o que desde logo é indício de que tudo corre bem. Para já e antes que se me varra, os parabéns ao Francisco Cordeiro e ao Jorge Nunes pelo empenho posto nesta iniciativa.
Para os participantes, pelo menos para um que eu conheço. o drama acontece quando se têm que escolher apenas duas fotos para apresentar, quando se têm dezenas para escolher.
Acima reproduzem-se algumas das centenas que na totalidade dos participantes não chegaram à apreciação do juri.
Na foto 4, à boa maneira portuguesa, trabalham dois e um....diverte-se - não contando com o outro que tirou esta foto...


sexta-feira, 3 de abril de 2009

CESTAS DE POESIA (LXII)

Foto: "JOAQUIM LOBATO...à boa maneira fadista...de mãos nos bolsos e olhos fechados..."


JOAQUIM LOBATO, além de poeta também gosta de cantar o fado. E à boa maneira fadista, de mãos nos bolsos e olhos fechados, como manda a tradição, empolga quem o ouve puxar pela sua voz castiça. Na foto acima podemos recordá-lo em plena actuação, numa tarde Março, em Avis.

Mas voltando à poesia, dou hoje a conhecer mais uma "obra" deste poeta/fadista de Aldeia Velha:

Eu fui ganhão lá na serra
Na serra é que eu habito
Quando eu brado à fera
Légua e meia soa o grito


Fiz um ajuste com o patrão
Em ganhar uma grande soldada
Azeite era uma canada
E dez alqueires de pão
Sete litros de feijão
De forrança duas vitelas
Vermelhas eram elas
E um moio de trigo ensacado
Ganhava um grande ordenado
Quando eu fui ganhão lá na serra!

Na conta de uma ocharia
De cinquenta bois de corneira
Trabalhava à minha maneira
Do aclarar ao pôr do dia
Tinha lá bois de valentia
O Torrado e o Palmito
O Morgado e o Carpito
Quando eu mandava enregar
Tinha que aos chinelos dar
E lá na serra é que eu habito

Lá por essa madrugada
Quando eu tocava o buzino
Punha-se a ganharia a pino
Temos de ir ó rapaziada
Temos a sementeira atrasada
Porque o tempo não espera
Metam os arados à terra
Trazia tudo satisfeito
Todos me guardavam respeito
Quando eu bradava à fera

Não me podia descuidar
Com aquele encargo valente
Com a labuta que tinha pela frente
Tanta semente para espalhar
As contas tinha que dar
Não dar o dito por não dito
Para parar dava um apito
Era o dever de um ganhão
Eu tinha cá um pulmão
Que légua e meia soa o grito

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2005

A TRISTE REALIDADE: UTENTES DO CENTRO DE SAÚDE DE AVIS CADA VEZ MAIS ABANDONADOS

Ao que se me consta a saúde de Avis vai sofrer um novo e rude golpe com a saída de mais um médico dos quadros do Centro de Saúde local: o Dr. Barriga irá apresentar-se na próxima segunda-feira, em Borba. Começa a desenhar-se um cenário que ainda não há muitos anos pareceria quase impossível: o do funcionamento do Centro de Saúde de Avis com um horário ainda mais reduzido, quiçá a caminho do seu encerramento total. Custam a entenderem-se estas decisões por parte de quem as autoriza, não da parte daqueles que pretendem melhorar as suas condições de vida, diminuindo, como é o caso, a distância que medeia entre a sua casa e o local de trabalho. Mas quem as autoriza falo-à de ânimo leve? Que fizeram para que isto não acontecesse? Quem defende os interesses de uma população cada vez mais necessitada de cuidados médicos? Para onde vamos com este estado de coisas? As autoridades locais, responsáveis pelo normal funcionamento do concelho, souberam disto atempadamente ou só tiveram conhecimento à posteriori? Se o souberam antes porque não intercederam no sentido de que a saída deste médico só se verificasse aquando da sua substituição? E irá sequer haver substituição? E dois médicos chegam para um concelho com as características do nosso? É um puzzle demasiado complicado para ser perceptível á vista desarmada.
O papel do médico de família começa também a ser de difícil execução pois que não há sequer tempo para o médico conhecer o seu doente. Há quem fosse doente do Dr. Paula Campos e com a saída deste tivesse passado para o Dr. Mário e depois deste sair de Avis tivesse que ir parar a um novo médico de família, ao Dr. Barriga, e agora, após a sua ausência há que mudar de novo. E as escolhas começam a ser cada vez menores.
Que as coisas estão a ficar muito más em Avis, no que à saúde dizem respeito, lá isso estão.
De quem é a culpa? Se calhar é de todos nós, se bem que entre nós, haverá uns que têm muito mais culpas do que outros.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

POIS É... ERA MESMO SÓ O QUE NOS FALTAVA!

Foto: "...repare na foto acima - não está lá nada."

Pois é!
Realmente era só o que nos faltava era um parquímetro em Avis… Mantendo a tradição e para que esta não se perca de todo, “DO CASTELO” continua a mentir conscientemente no dia 1 de Abril e só no dia 1 de Abril. Fora disso, garanto que só por ignorância o fará.
Estejam pois todos descansados que se pode continuar a estacionar de graça na zona histórica e fora da dita. Àqueles que de soslaio olharam para o posto de Turismo para ver da maldita máquina, estejam tranquilos porque o que viram aqui no blogue foi tão-somente uma ilusão de óptica: repare na foto acima – não está lá nada. E os que de Beja até chegaram a comparar “parquimicamente” Avis a Beja, descansem igualmente…venham a Avis que o estacionamento é à “borliú”.
Dia das mentiras só para o ano. Até lá e espero que… com algo mais credível!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ERA SÓ JÁ O QUE NOS FALTAVA!

Foto:" No sentido de diminuir o trânsito na zona histórica de Avis... , foram colocados...parquímetros como a foto acima confirma, mostrando-nos o colocado na Praça Serpa Pinto( zona B), mesmo junto ao Posto de Turismo. "

Realmente era só o que nos faltava!
Não bastava já o mês de Abril ser o do pagamento da Contribuição Autárquica sobre a propriedade urbana, e eis que agora nos “cravam” com mais uma despesa. Passo a explicar:
No sentido de diminuir o trânsito na zona histórica de Avis e simultaneamente arrecadar alguns euros para a sua revalorização, foram colocados na referida zona histórica e a partir de hoje, parquímetros como a foto acima confirma, mostrando-nos o colocado na Praça Serpa Pinto, mesmo junto ao Posto de Turismo. Foram consideradas três zonas: a zona A correspondente ao Largo do Convento, a B correspondente à Praça Serpa Pinto e Largo da Igreja Matriz e a C abrangendo o Largo Sérgio de Castro. Resumindo: estacionar a partir de hoje naqueles locais custa-nos dinheiro.
Não pondo em causa a justeza desta decisão, não posso deixar de manifestar o meu desagrado por esta medida já que mais uma vez serão os automobilistas os sacrificados com novo desembolso a agravar-lhe o já tão paupérrimo orçamento mensal. Mais fácil seria proibirem pura e simplesmente o trânsito naqueles locais, mas o dinheiro fala, ainda e sempre, mais alto.
Oxalá quem de direito repense esta decisão para que tudo volte como estava.

Como diria o poeta: P’ra melhor está bem, está bem, p’ra pior já basta assim!