sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCXLI)


Na semana em que

efectivamente pouco mais importa do que desejar a todos os nossos leitores e leitoras um
FELIZ 2013

eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

É por demais conhecido o amor que JOSÉ DA SILVA MÁXIMO dedica à sua terra, Marvão.

Tal amor é bem descrito nas décimas que hoje aqui vos deixamos:

 
A minha terra é tão linda

Tanto encanto que ela tem!

Fica mais bonita ainda

Quando a Primavera vem.

 

É tão linda a minha terra

Que outra igual não vi!

Aqui vivo, aqui nasci

Sei as belezas que encerra;

Nada seu valor emperra,

Por si ao alto se guinda,

Sua beleza é infinda

Num conjunto precioso,

Por isso me sinto orgulhoso:

A minha terra é tão linda!

 

O campo tem passarinhos,

Tem sobreiros e olivais,

Tem soutos e castinçais,

Giestas e rosmaninhos;

Corre água em regatinhos

Que o rio leva mais além;

Na minha terra há também

Jardins com variadas flores

Que mostram com suas cores

Tanto encanto que ela tem.

 

Ao voltar de cada esquina,

Ao olhar em cada canto,

Minha terra é um encanto

Mesmo sendo pequenina;

Gostar dela é minha sina

E nada faz que eu prescinda

De a colocar na berlinda

P’ra que veja todo o povo

Que ela ao vestir-se de novo

Fica mais bonita ainda.

 

Tem minha terra um jardim

Com roseiras e craveiros

E há também nos seus canteiros

Gladíolos e alecrim;

Tem tulipas e jasmim

E acima do que contém

Tem mulheres que são também

As mais belas e formosas

Que eu comparo com as rosas

Quando a Primavera vem.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCXL)


Na semana em que
efectivamente pouco mais importa do que desejar a todos os nossos leitores e leitoras um
SANTO NATAL

 

eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

Numa altura em que a Paz TANTO se deseja, aqui fica uma mensagem de “TRANQUILIDADE”, ATRAVÉS Das Décimas feitas por JOSÉ DA SILVA MÁXIMO:
 

 

TRANQUILIDADE

Soa a biquinha da fonte

Correndo p’ra um “tanquinho”;

Vejo o sol no horizonte

Dizendo adeus de mansinho.

 

Na tarde amena de Verão

Com o sol já declinado,

Vai meu corpo alimentando

O bater do coração;

Sentado fico no chão,

Um tufo de ervas de fronte,

Quando ao longe lá na ponte

Passam carros espaçados,

Nos meus ouvidos cansados

Soa a biquinha da fonte.

 

Nem uma aragem bulindo

A folhagem da parreira

Que alçada sobre a madeira

Vai os seus frutos cobrindo;

Aquilo que estou sentindo

Aqui neste “recantinho”,

Parece dar-me carinho

E vontade de escrever,

O som da água a correr

Caindo p’ra um “tanquinho”.

 

Neste sítio acolhedor,

Neste sossego profundo,

Longe o ruido do Mundo

Estou eu, feito escritor!

Supondo que algum valor

Ao que escrevo, alguém aponte

Vejo mais além, o monte,

Vejo o dia a dealbar,

E parecendo acenar

Vejo o sol no horizonte.

 

Como um monge recolhido

Que no „Retiro“ se anima,

À procura duma rima

Aqui fico embevecido;

Desvia-me o sentido

O chegar de um passarinho

Que poisando num raminho

Assim ousou provocar-me,

E que partiu sem alarme

Dizendo adeus de mansinho.


24 de Junho de 1993

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CESTAS DE POESIA ( CCXXXIX)




FOTO DA SEMANA

Na semana em que


me assustei ao passar, à noitinha, junto do contentor de recolha de roupas e calçado, situado nas imediações do Supermercado Salvaterra, vendo sair do seu interior uma mulher de saias até ao chão, com alguns sacos cheios nas mãos;

 

na semana em que

verifiquei que o cadeado que supostamente deveria fechar aquele contentor está danificado, permitindo assim o livre acesso a pessoas não autorizadas;
 

foto da semana


na semana em que

se publicita a realização de uma caminhada para o dia 23 de Dezembro, com concentração às 14,30h no Jardim Público de Avis, aconselhando-se a que se leve um adorno de natal;

na semana em que


já há cartazes a anunciar para o próximo dia 29 de Dezembro a realização da 30ª Corrida de S. Silvestre, em Avis;

 
na semana em que

 
constatámos que por cá também já chegou a “febre” das raspadinhas, com a formação de filas de clientes na PAPELAVIS à espera de tentarem a sua sorte - (e alguns até a encontram...);

 

na semana em que

 
se antevê para o dia 23 do corrente, um Torneio de Atletismo a ter lugar na vila de Ervedal, com programa próprio;

 

na semana em que

 

se realiza já amanhã o tradicional jantar de Natal da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural que, ao que consta, irá juntar mais de cem sócios e seus familiares;

 
na semana em que

 
haverá, no próximo Domingo, em Ervedal, um sarau de dança que incluirá, entre outros  géneros, sevilhanas e danças de salão;
 

eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

Desta vez, o nosso poeta convidado, JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, indaga-se acerca da possibilidade de ser um pecador.
Afinal quem o não é?
Vejamos o porquê das suas dúvidas:

 

 SEREI PECADOR?

 

Sinto-me sempre pecando

Quando ponho os pés no chão

Por saber que estou pisando

A terra que dá o pão

 

Sem qu’rer ofender alguém

Nem querer ser pecador,

Eu quero dar o valor

Ao valor que a terra tem:

Não dou culpas a ninguém

Eu próprio me estou culpando,

Conscientemente sei que ando

Praticando a crueldade,

Bem contra a minha vontade

Sinto-me sempre pecando.

 

Quando vou em andamento

Dá sempre p’ra reflectir

Se é que estou a permitir

Motivo p’ra algum lamento;

Vem-me sempre ao pensamento

Se não é ingratidão,

Sem ter dó nem ter paixão

Pisar o solo inocente,

Sinto que sou imprudente

Quando ponho os pés no chão.

 

Quem na terra se desloca

A terra pisa sem querer

Não deixará de o fazer

Sempre que os seus pés coloca

Certa mossa lhe provoca

Quem a terra vai calcando,

Eu sei que a vou magoando

Quando vou a qualquer lado

Admito ser acusado

Por saber que estou pisando.

 

Ela é mãe que nos defende

E nos ajuda a criar,

Tudo cria p’ra nos dar

A vida dela depende;

Só assim se compreende

Que este ditoso torrão

Seja sem contestação

A prenda mais valiosa

Uma jóia preciosa

A terra que dá o pão.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCXXXVIII)


 

Na semana em que

Se publicita para dia 16, a partir das 17,30h a inauguração de uma exposição de pintura, apresentando trabalhos dos alunos da Universidade Sénior de Avis, a decorrer na Sede da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural, e que se manterá patente ao público, até dia 16 de Janeiro de 2013;

 
na semana em que,

 

que continuam as inscrições para o Jantar de Natal da Amigos do Concelho de Aviz, a ocorrer no próximo dia 15, a partir das 19,30h no Restaurante Clube Náutico, em Avis;
 

Na semana em que,

 
decorrem as inscrições para mais um “Torneio de Sueca” a decorrer na Casa do Benfica, em Avis, e organizado por esta Casa;

 

Na semana em que

 
se anuncia para o próximo dia 12, no Auditório Municipal Ary dos Santos, a representação do Projecto “Sem dó nem Piedade”, a promover pelos alunos do curso de Animação Cultural da Escola Profissional Abreu Callado, com duas sessões: uma às 15h e outra às 21h;

na semana em que

 

amanhã, sábado, em Alcácer do Sal, Avis vai estar em alta, já que se irá proceder à entrega dos prémios dos XXVI Jogos Florais da AURPICAS, e já que o nosso amigo Avisense Fernando Máximo irá receber o 1º Prémio na modalidade de Conto e o novel Avisense José da Silva Máximo, o 3º Prémio na modalidade de quadra;

 

na semana em que


é bom lembrar que a Câmara Municipal de Avis, aprovou a redução da taxa de IMI a aplicar aos valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos reavaliados, dos atuais 0,35% para 0,30%, mantendo em 0,6% o imposto relativo aos prédios urbanos não avaliados, ao abrigo do referido código, e em 0,8%, valor definido pelo Ministério das Finanças, para os prédios rústicos.

 

 
na semana em que

 
por  puro descuido do organizador destas notícias, não haverá foto da semana;
 

 
eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

Só quem ainda não sente o peso dos anos, não entende a profundidade destas décimas, do nosso poeta JOSÉ DA SILVA MÁXIMO. Os outros entendem-nas.

Você. Em que grupo está?

 

 

MISÉRIA DE VIDA

 

Miséria de vida a minha,

Triste da vida que eu tenho:

Tanta pujança que eu tinha

Hoje me arrastando venho.

 

Há uns aninhos atrás

Como tudo era dif’rente!

Eu sempre seguia em frente

Como se fosse um rapaz!

Eu de tudo era capaz

A força do Céu me vinha,

Sem remédio nem mézinha

Tudo corria em beleza,

Hoje digo com tristeza

Miséria de vida a minha.

 

Eu de genica era cheio,

Mui ligeiro no andar,

Por nada eu ia deixar

Um certo trabalho em meio;

Um dia este mal me veio

Estragar o meu engenho,

Já de pé mal me mantenho

Não sei p’ra quem é que eu vivo,

Passo os dia inactivo

Triste da vida que eu tenho.

 

As minhas pernas não têm

Força para me aguentar;

Não me permitem andar

Porque logo as dores vêm;

Sem saber donde provêm

Nem meu sentido adivinha,

Mal digo a sorte mesquinha

Qo ver aquilo que sou,

Pergunto porque é que abalou

Tanta pujança que eu tinha.

 

Menos mal que ainda estou

Capaz para conduzir,

Pois se sentado me vir

Sentir as dores não vou;

Se é que a força abalou

A inspiração mantenho!

Escrevendo me entretenho,

Vou fazendo poesia

Se antes saltava e corria

Hoje me arrastando venho.

 

14 de Maio de 1998

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCXXXVII)


 
Por razões que desconheço, hoje não consigo colocar aqui a foto da semana ( ele há cada uma....)
 
Na semana em que

 
me lembrei que já era mais que tempo de deixar aqui registado que há algum tempo foi retirado o poste que resolvera abancar no meio da Rua e da passadeira de peões nas imediações do Cemitério Velho, aqui em Avis;


Foto da semana ( inexistente)

 
na semana em que,

vem aí mais um baile das cotas, a realizar-se no próximo dia 8, no casão da casa do Benfica, abrilhantado pelo Mário Boleto;

na semana em que,

 
o Auditório Municipal Ary dos Santos recebe um grande recital de dança apartir das 21,30h, intitulado "VAMOS DANÇAR";

 
na semana em que

 
 Se anuncia o ressurgimento da Escola de Musica do Município de Avis, com inscrições até ao próximo dia 10;


na semana em que


se prognostica que, sendo o Natal onde o Homem quiser, comprar no comércio local poderá trazer boas recordações a quem o fizer;

 
na semana em que


decorre mais uma campanha de recolha de produtos para o Banco Alimentar ( diga-se de passagem que muito mal organizadinho na nossa vila);
 
na semana em que
 
 Sandrina Santos inaugura amanhã, às 16 horas, no futuro Forum Municipal da Cultura de Avis, uma mostra de pintura, denominada “Fragmentos”;
 
na semana em que

 
tomei conhecimento que Avis volta a ser distinguido, pelo quinto ano consecutivo, com o Galardão “Município ECOXXI 2012”, atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), como reconhecimento das boas práticas de sustentabilidade desenvolvidas no Município,

 na sema em que
 
continuam em bom ritmo as inscrições para o Jantar de Natal da Amigos do Concelho de Aviz - Associação Cultural, a realizar no próximo dia 15, a partir das 19,30h no Clube Náutico, com inscrições junto dos elementos da Direcção daquela associação,
eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, parece um poço sem fundo no que à poesia diz respeito. Hoje traz-nos umas décimas que se referem À Velhice e ao modo como a encaramos.

Ora vamos lá:

 

A VELHICE

A velhice é mal querida

Por quem dela longe está;

Desde o começo da vida

Vamos correndo p’ra lá

 

Passam os anos por nós

Velozes qual furacão

Quase sem darmos razão

Somos filhos, pais e avós!

Corre o tempo assaz veloz

Por rua curta ou comprida,

Tudo passa de fugida

No soprar de uma rajada,

Juventude é desejada

A velhice é mal querida.

 

O saber envelhecer

É uma ciência tão bela...

Para ter acesso a ela

Nós temos de conviver;

Se velho não pensar ser,

Nunca velho se fará

E isso ajudará

Duma forma adequada

Sendo a velhice ignorada

Por quem longe dela está.

 

Quando os anos vão passando

Não é fácil ser velhinho

Se não houver o carinho

Que o velho vai precisando;

O tempo passa voando

Numa constante corrida,

Vão-se os anos de fugida

E nós não estamos vendo

Que vamos envelhecendo

Desde o começo da vida!

 

Sendo a vida alegre e boa

Enquanto jovem possante,

De certa idade em diante

Tudo muda, tudo voa...

Nosso clamor não entoa,

Não chega a ouvir-se já

Sem vermos quão longe está

Nosso vigor, nosso viço,

E assim sem darmos por isso

Vamos correndo p‘ra lá.

 

23 de Maio de 1999

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCXXXVI)


Site da semana:
 
 
 
 

 

 

Na semana em que

me enviaram um mail muito interessante que estabelece a relação entre os funcionários autárquicos de cada concelho e a respectiva população (ao Abrir o Site, passem com rato por cima do Mapa de Portugal e vejam os Trabalhadores por Habitante que tem cada Concelho)

Site da semana

 

na semana em que

vi as primeiras cegonhas deste Inverno que já vão adornando os campos do nosso Alentejo;

 

na semana em que

se publicita para o próximo dia 8 de Dezembro mais uma edição de Avis Melífera a acontecer no Salão da Junta de Freguesia de Avis;

 

na semana em que

parecia que esta "cesta" nunca mais deixava de estar em actualização,

eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

 

JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, o nosso poeta de Santo António das Areias, fala-nos assim da palavra AMOR:

 

A PALAVRA AMOR

 

Com quatro letras somente

Se escreve a palavra amor;

Uma palavra dif’rente

Que encerra tanto valor!

 

Se o amor é mais que amizade

E leva até á loucura,

Toda e qualquer criatura

De amor tem necessidade;

Descobre em boa verdade

Tudo o que o coração sente,

Esta palavra tão quente

Que exprime todo o bem qu’rer

É tão fácil de escrever

Com quatro letras somente.

 

Há amor interesseiro

Mas há amor sem interesse

Que é aquele que aparece

Logo envolto no cueiro;

Esse é que é o verdadeiro,

Ardente, cheio de calor

Amor de mãe com primor

Faz jus ás quatro letrinhas

Com as quais muito juntinhas

Se escreve a palavra amor.

 

A palavra é pequenina

Simples de compreender

Mas nunca deixa de ser

Mais terna, meiga e mais fina;

A palavra amor, fascina,

Entra na alma da gente

E sempre que está presente

É tal a sua beleza

Que a faz ser com certeza

Uma palavra dif’rente.

 

Se o amor na sua essência

Fosse mais utilizado,

Daria o ódio acabado,

Sem haver mais violência;

Se estiver em evidência

É sempre consolador

Em vez de espinho, uma flor

Esbelta qual Primavera,

Esta palavra sincera

Que encerra tanto valor.