terça-feira, 31 de março de 2009

QUINTA-FEIRA HÁ CAFÉ COM LETRAS

As tertúlias de conversa e partilha de ideias, na Sede dos Amigos de Aviz - continua com a sua cadência quinzenal. Na próxima Quinta-feira há mais uma sessão de "Café com Letras". Eis o que os Amigos dizem sobre o tema desta semana:

Porque é importante a...REGIONALIZAÇÃO? (ou não é?...)
2 de Abril, 18 horas
É tema de conversa no Café com Letras






NOTA DE IMPRENSA

8 DE NOVEMBRO DE 1998, os portugueses disseram não à regionalização!
Os argumentos que pesaram para estes resultados – NÃO 64%, SIM 36 % e ABSTENÇÃO 51,7% - foram essencialmente 3: (mais) partilha de poder, surgimento de uma nova classe política e despesismo na gestão regional.

11 anos volvidos, o tema volta à ribalta política, anunciando-se como muito provável que na próxima legislatura se faça uma nova consulta popular, quando, tanto agora como em 1998, o conceito parece não estar bem definido, o que poderá, tal como há 11 anos, gerar diversas interpretações.
É por isso muito importante que, desde já, se inicie uma reflexão que ajude a perceber o que vai estar em discussão e pesar os prós e os contras desta iniciativa.

E é disso que se vai falar no próximo Café com Letras de 2 de Abril, a partir das 18 horas.
Esta iniciativa, que vai no quinto ano de existência, é um espaço de tertúlia, mas também de reflexão, análise e debate dos mais variados assuntos com interesse para os cidadãos, promovido pela Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural.
Para falar sobre o “Porque é importante a... Regionalização?”, é convidado do Café com Letras o Professor Mendo Castro Henriques.


Avis, 29 de Março de 2009.
A Direcção da ACA-AC




domingo, 29 de março de 2009

O ASSEIO FICA BEM EM TODO O LADO

Foto 1- " Na Rua Dr. Francisco Salgado Zenha, um dos muros estava muito sujo mas agora está a ficar bonito..."
Foto 2 - "Nas imediações das bombas de gasolina onde param os Expressos ...o desleixo dá uma má imagem a quem por cá apenas passa..."

Reparem nas duas fotos acima e vejam como o asseio fica bem em todo o lado.
Na Rua Dr. Francisco Salgado Zenha, um dos muros estava muito sujo mas agora está a ficar bonito, caiadinho, graças à intervenção do(a)s dono(a)s. No entanto o facto de já haver alguns dias que as caianças não avançam, deixa-me receoso pois que aqueles desenhos que se vêm precisamente onde a parede continua suja, aquelas espécies de sóis, (por favor amplie a foto para ver bem) podem ter sido considerados como pinturas rupestres e então, adeus cainças. Por muita vontade que os donos do prédio tenham em alindar o muro, se os desenhos forem mesmo pinturas rupestres, não há nada a fazer: há é que preservar os gatafunhos dos nossos antepassados, como se fez em Foz Côa…Esperemos que não.
Que bonito também ficariam, caiadas, as paredes da Cooperativa Agrícola de Avis, ali mesmo ao lado…
Nas imediações das bombas de gasolina onde param os Expressos que fazem ligação por Avis para vários destinos, nomeadamente Lisboa, o cenário é completamente ao contrário: o desleixo dá uma má imagem a quem por cá apenas passa e leva a ideia de que Avis deve ser uma vila muito suja. Não saindo dos autocarros para verem outros locais, os passageiros ficam apenas com a imagem de um pedaço de terra cheio de erva seca, cheia de papéis e de imundices de cão. (amplie também esta fotografia e surpreenda-se com tanta sujidade) E é isso que lhes fica na memória em relação a Avis.
É pena, pois que ali ficaria muito bem um pedaço de jardim. Digo eu…

sexta-feira, 27 de março de 2009

CESTAS DE POESIA (LXI)

Embora seja agora que mais nos queixemos da crise, ela já vem de longe. Que o diga o nosso amigo JOAQUIM LOBATO, que já em 2005 escrevia assim:



Estamos num país de pobreza
Já produz pouco ou nada
Desde que entrou na CEE
A Nação ficou desgraçada


Foi a desgraça de muita gente
Só alguns beneficiaram
Se estavam bem, melhor ficaram
E os outros ficaram descontentes
Deu emprego a muita gente
Só lucrou a grandeza
Juntaram mais a riqueza
Com dinheiro a fundo perdido
Só os pobres estão esquecidos
Neste país de pobreza

Nunca estiveram tão bem
Estão sempre a embolsar
Ainda estão a reclamar
Será pelo bem que têm?
Tantas verbas que de lá vêm
Já vem toda destinada
Os pobres não têm direito a nada
Têm subsídios para culturas, árvores e gados
Para casas e montes abandonados
E já produzem pouco ou nada

Não vale a pena lutar
Porque sempre assim há-de ser
Nascem uns para sofrer
Nascem outros para gozar
Sempre assim há-de continuar
Neste país já não há fé
Desde o princípio que assim é
Há mais fábricas a fechar
Mais o desemprego a aumentar
Desde que entrou na CEE

Há muitos que nada têm
Outros têm aos montões
Compram jipes e jipões
Carros de luxo todos têm
Isto não pode funcionar bem
Esta lei está errada
Uns com tanto, outros sem nada
Não se vê nada a melhorar
Enquanto isto assim continuar
Está a Nação desgraçada!

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2005

quinta-feira, 26 de março de 2009

MAS É ESTE O PORTUGAL QUE TEMOS...

Desde o passado sábado que Portugal vive discutindo á volta do erro de uma pessoa que por acaso até é árbitro de futebol. Portugal só não parou ainda porque não calhou. Parece que desse penalti ficou pendente toda a vida de um povo. Como é possível que a marcação de uma grande penalidade, erradamente assinalada é certo, possa dar azo a tanta conversa despesista e levar aos extremos de haver ameaças de morte e outros insultos, vindo alguns até de pessoas que bem deveriam era apaziguar em vez de deitar achas para a fogueira? Mas este é o Portugal que temos e, se calhar, que merecemos.
Que importa que no passado mês de Fevereiro o desemprego tenha aumentado à média de 1000 novos desempregados por cada dia útil do mês? Nada! Que importa que no mês de Fevereiro o desemprego no Norte Alentejano tenha aumentado 6,2%? Nada! Que importa que a Qimonda Portugal vá fechar as portas e assim passem mais 1700 (mil e setecentas) pessoas a engrossar o número de desempregados? Nada! Que importa que dois milhões de portugueses (ou estarão já mais perto dos três milhões do que dos dois?) vivam abaixo do limiar da pobreza? Nada! O que importa é que não foi penalti e… mais nada.
Até parece que voltámos ao tempo do Ti Tonho em que o Futebol, a par do fado, dava de comer a meio Portugal.
Por este andar, onde é que iremos parar? A bom porto não será decerto!
Haja vergonha!

terça-feira, 24 de março de 2009

AVIS EM ALTA!

No passado sábado, dia 21, – Dia Mundial da Poesia – o nome de Avis foi proclamado em Almeirim, aquando da distribuição de Prémios dos Jogos Florais de Almeirim 2008/2009, uma organização da Associação de Defesa do Património Histórico e Cultural do Concelho de Almeirim.
“DO CASTELO” teve acesso à brochura dos trabalhos premiados e passa a reproduzir a Menção Honrosa que, na modalidade de poesia obrigada a mote, veio direitinha para Avis:


Compreender um ao outro
É um jogo complicado
Pois quem engana não sabe
Se não estava enganado
(Fernando Pessoa)

I
É difícil entender
Os sentimentos alheios
E sem ler nos entremeios
Mais custa compreender;
Diversas formas de ser
Tem este e tem aqueloutro
Sendo ingénuo ou douto
Pode ser simples até
Já que tolerante é
COMPREENDER UM AO OUTRO!

II
Às vezes tudo entendemos
Nada nos é escondido
Tudo é fácil, percebido
Assim mesmo como o vemos;
Noutras não compreendemos
Por estar tão disfarçado,
Qualquer um é enrolado
Se não temos atenção
Perdemos toda a noção
…É UM JOGO COMPLICADO!

III
E quem é pouco sensato
Quando tudo quer saber
Ouve e vai logo dizer
Mesmo que seja boato;
Compõe bem o seu relato
E por muito que se gabe
Sua verdade não cabe
No mundo que quer honrar;
Teremos que o desculpar
POIS QUEM ENGANA NÃO SABE

IV
Às vezes mais valeria
Ouvir e nada dizer
Pois quem não apreender
Onde a mentira existia
Mentirá mais que num dia;
Até se sentir cansado
Conta tudo em todo o lado,
Mas diz mal da sua vida
Quando ele próprio duvida
SE NÃO ESTAVA ENGANADO…


Pseudónimo: Pela verdade
De registar igualmente que Avis esteve representado, no mesmo dia, num encontro de poetas populares realizado em Casa Branca/Sousel através do poeta avisense MANUEL GAIATO.

sábado, 21 de março de 2009

CESTAS DE POESIA ( LX)

Acontece aos melhores, quanto mais a mim... Ontem esqueci-me que era sexta-feira e não publiquei as "Cestas de Poesia". Com o "mea-culpa", as desculpas ao meu homenageado e a todos aqueles que costumam acompanhar estes momentos de cultura popular.
Continuando com o amigo JOAQUIM MARTINHO, vejam como é possível correr o mundo voando na imaginação de um poeta.
Na Rússia fui orador
Na China fui cardeal
Presidente no Equador
E larápio em Portugal


Já fui Papa na Itália
Na França fui emigrante
Na Suiça viajante
Pára-quedista na Austrália
Fui barqueiro na Somália
No Iraque fui solicitador
Alfaiate em S. Salvador
E fuzileiro na Bélgica
Na Rússia fui orador !

Fui judoca no Japão
Na Alemanha fui guerreiro
No México fui toureiro
E veterinário no Irão
Fui pintor no Turquistão
E vaqueiro no Senegal
Na Dinamarca fui general
Motalgico na Finlândia
Pescador na Nova Zelândia
Na China fui cardeal !

Fui banqueiro na Hungria
Na Índia fui astrólogo
Na Grécia fui cronólogo
E caçador na Turquia
Fui arquitecto na Colômbia
No Egipto historiador
Na Guatemala fui pintor
Em Cuba fui estadista
Em Espanha contrabandista
Presidente no Equador!

Fui jardineiro na Suécia
E cabouqueiro no Brasil
Fui escultor no Chile
E fui barbeiro na Rodésia
Fui pastor na Indonésia
Na Inglaterra industrial
No Canadá fui marechal
E almirante em Luxemburgo
Em Sariel Dramaturgo
E larápio em Portugal!

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 1970

quinta-feira, 19 de março de 2009

AVIS APRENDEU " MIL E UMA FORMAS DE CONTAR E ENCANTAR"

O Auditório Municipal de Avis encheu-se de histórias e de estórias no passado dia 18 de Março. De manhã e de tarde a sala estava composta muito pela presença dos alunos da Escola Profissional Abreu Callado que dão um jeitão para estes eventos. Retirassem-nos de lá e veriam como a sala se tornaria enormíssimamente vazia…
À noite gostei de ver a sala de espectáculos bem composta apesar da ausência dos referidos alunos contrabalançada com a presença dos pais, avós, tios, primos e amigos dos meninos e meninas que fizeram o teatro. Diga-se a propósito que merecem um enorme aplauso pelo trabalho apresentado. “Fazigual” haverá quem faça, mas melhor duvido muito. Parabéns!
É sempre um regalo para os sentidos ouvir contar “estórias” por quem sabe, quer sejam histórias sem espectáculo como defendeu o contador Miguel Horta ou com espectáculo como é o caso do Jorge Serafim, “Sarafim” para os amigos. Até aqueles quem têm menos “jeiteira” para estas coisas da comunicação pelo conto têm interesse em se ouvir, como foi o caso do Pedro André Martins Correia ou do Carlos Moreira (né isso aí meu irmão?). Entre estes homens todos, é sobremaneira agradável ouvir Ilda Oliveira que além de contadora possui o curso de actriz e faz um esforço por cantar bem.
No geral penso que os objectivos foram alcançados, estando de parabéns todos aqueles que se envolveram na feitura deste 5º Encontro de Contadores de Histórias, nomeadamente as funcionárias da Biblioteca Municipal de Avis, a quem “DO CASTELO” presta – mais uma vez – a sua homenagem pelo trabalho desenvolvido em defesa da cultura da e na nossa terra.
Uma palavra final ainda em relação aos contadores: com a presença do “Sarafim”, alentejano de gema, com sotaque altamente assumido, é difícil a qualquer outro contador sobressair, pese embora que o que estava em causa não era uma competição mas apenas a transmissão de mensagens através de uma forma de expressão que é o conto oral.
Pois sendo assim, com Sarafim ou sem Sarafim, que venha o 6º!

terça-feira, 17 de março de 2009

QUINTA-FEIRA: CAFÉ COM LETRAS COM DIREITO A NOTA DE IMPRENSA

Quinta-feira, dia 19, há Café com Letras. Mais um! E especialíssimo. Certamente por engano, foi-me endereçada uma nota de impressa emitida pelos Amigos do Concelho de Aviz. Digo por engano porque “DO CASTELO” não é nem tem intenções de ser um órgão de comunicação social. Mas já que cá chegou passo a divulgá-la:



À Comunicação Social

A incerteza quanto ao futuro imediato varre o Mundo de lés-a-lés, obrigando à tomada de medidas que invertam a derrocada que se abateu sobre os mercadores financeiros, alastrou às economias e ameaça, que ninguém se atreve a diagnosticar quanto, abalar as estruturas sociais.
A ganância e a desregulamentação parecem estar na origem do descalabro global que vivemos.
Habituados a ouvir falar em crescimento, económico nomeadamente, como se o mesmo fosse infindável, e a viver numa economia de mercado propensa aos exageros consumistas, eis que somos confrontados com uma travagem brusca, arriscando-nos a bater no fundo duma ravina de que se desconhece, por agora, a profundidade.
Perante este cenário, cinzento para uns, negro para outros, urge encontrar respostas alternativas ao consumo desenfreado que desbarata os recursos da Terra, esgotando-a e exaurindo-a, pondo em risco a sua própria sustentabilidade.
Precisamos de respostas! O Decrescimento pode ser uma! Mas
é antes de mais, uma filosofia de vida.
E é disso que se vai falar no próximo Café com Letras de 19 de Março, a partir das 18 horas.
Esta iniciativa, que vai no quinto ano de existência, é um espaço de tertúlia, mas também de reflexão, análise e debate dos mais variados assuntos com interesse para os cidadãos, promovido pela Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural.
Para falar sobre o Decrescimento, é convidada do Café com Letras Ana Loichot, bióloga que desistiu de um doutoramento para optar por um modo de vida simples.

Avis, 10 de Março de 2009.
A Direcção da ACA-AC


sábado, 14 de março de 2009

AMÁLIA, A DESILUSÃO - BENFICA, O FILME!

Digamos que a tarde/noite de hoje foram assim a modos que como que um sábado 13, dia de bruxas.
O BENFICA brindou-me com mais um filme “dejá vu”. É sempre a mesma história, isto é o mesmo argumento: se temos treinador não temos jogadores e se temos jogadores não temos treinador. Até já chateia!
Para tentar remediar minimamente as coisas fui ver AMÁLIA e mais uma desilusão. O dito filme não correspondeu às minhas expectativas. Em pouco mais de uma hora fumar para aí perto de cem cigarros e dormir com quatro ou cinco homens não me parece razoável e até chateia, apesar de ser com cada um de sua vez…
Comparar o MAMMA MIA com AMÁLIA é quase o mesmo que comparar o Cristiano Ronaldo com o Pablo Aimar…
Para que as coisas se amenizem um pouco, olhem, oiçam algo de maravilhoso, carregando aqui:

sexta-feira, 13 de março de 2009

CESTAS DE POESIA (LIX)

Quem faz recolha de poesia popular ou qualquer outra recolha de tradição oral, não deve fazer mais nada do que isso mesmo: fazer a recolha tal e qual ela lhe é apresentada. Daí que pouco interessa que as décimas recolhidas junto dos seus autores tenham a métrica certinha, ou até que respeitem na sua plenitude as regras de fazer décimas. Vem isto a propósito, tão-somente, por causa de um comentário que me fizeram há dias perguntando-me se eu não via que tal décima apresentada tal dia até estava “furada” além de a métrica não estar certa. A mim resta-
me escrever aquilo que me dizem tal qual como o oiço. Não me pertence nem classificar ou corrigir, nem o devo fazer, mas sim recolher.
Posta esta introdução à laia de esclarecimento, passemos a mais um trabalho do nosso amigo JOAQUIM MARTINHO, de Aldeia velha que me parece vir a propósito pois que sendo hoje Sexta-feira, 13, a casa que ele aqui descreve até parece mesmo uma autêntica casa de bruxas…
Mote:
A minha casa é cães e gatos
É uma casa de bicharada,
É só rendilhas e farrapos
É uma casa de trapalhada

Mas que grande cheirete
Naquela casa existia
Só o que tem é bicharada
Não tem nada que se aproveite;
O esfregão serve de tapete
Faço a cama de sacos
É só ratazanas e ratos
Qual foi o meu espanto
Bichos, nunca vi tantos
Minha casa é cães e gatos!

Tantos bichos saltões
E pulgas a saltar
Piolhos a passear
E lêndeas aos montões;
Percevejos aos milhões
E melgas às picadas
Mosquitos às bandadas
É só o que ali existia
Mas que tanta porcaria
É uma casa de bicharada!

Como dentro de uma gamela
Onde comem os animais
Ainda lá comem muitos mais
Dentro daquela tigela
Come um cão e uma cadela
Comem salpeias e sapos
Comem cobras e lagartos
Ali não há diferença
Mas que coisa tão nojenta
É só rendilhas e farrapos!

Mas que grande enjorpilha
O penico serve de banheira
Mas que grande nojeira
Naquela casa havia
Tanto bicho que ali surgia
Daquela casa esburacada
Tudo o que tem não vale nada
O melhor prato é a maceira
É pior que uma estrumeira
É uma casa de trapalhada!

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2008



quinta-feira, 12 de março de 2009

TROCA-SE CANÁRIO POR CANÁRIA

FOTO: "Troca-se canário amarelo..."



Um leitor assíduo “DO CASTELO” enviou-me um mail solicitando que publicitasse o seguinte:

"Troca-se canário amarelo, em plena capacidade reprodutiva por canária de qualquer cor igualmente em idade reprodutiva. Contacto: 96 90 15 106"

Aqui fica o apelo.

terça-feira, 10 de março de 2009

A SEGUIR VOU EU!

Quando somos pequeninos vemos partir os mais velhos e até nos parece que a morte nunca terá nada a ver connosco.
Somos pequeninos, muito novos ainda.
Mas a verdade é que o tempo passa tão depressa…Primeiro vão os bisavós que carinhosamente são chamados de avós velhinhos; depois os avós e tios-avós; depois os tios, os pais…e mal nos descuidamos já estamos nós na calha. Já não há avós velhinhos, nem avós, nem pais nem tios. Estou quase nessa fase. Faleceu-me hoje uma tia e de seis irmãos que eram resta-me somente uma tia e o meu pai.
Não há mais, o que quer dizer que, em condições normais, a seguir a estes dois que restam … vou eu.

segunda-feira, 9 de março de 2009

QUEM SABE SABE E "O MARANHÃO" É QUE SABE!

Foto: "...já se pode transitar no sentido Praça Serpa Pinto - Largo da Igreja Matriz..."


Quem sabe, sabe e …O MARANHÃO é que sabe. Efectivamente, como o meu colega muito atempadamente comunicou e a foto documenta, a partir de dia 2 de Março já se pode transitar no sentido Praça Serpa Pinto – Largo da Igreja Matriz e a Rua dos Muros já se faz nos dois sentidos, coisa que aberrantemente não acontecia, de algum tempo até aquela data. Agora até já é, por exemplo, muito mais fácil fazer limpeza ao contentor do lixo que se situa junto à Torre de S. Roque. Digo eu…
Um blogue bem informado vale por dois, e o meu colega O MARANHÃO sabe-o bem, ou melhor: sabe-a toda e o negócio está-lhe a correr bem, pois que no passado sábado inaugurou a sua própria estação de televisão, a RTVM (Rádio Televisão do Maranhão) e não olhando a despesas eis que no dia seguinte dá baixa da RTVM e logo de imediato regista a WtvM (Web tv Maranhão). Confesso que as sessões experimentais são, não só de alto nível técnico, como também de alto nível programático. A mira técnica está em estudo e só espero é que nunca por lá apareça a seguinte legenda: “Pedimos desculpa por esta interrupção, as postagens seguem dentro de dias”.
Mas há uma coisa que o meu prezado colega me vai ter que desculpar por eu trazer aqui a lume, como reparo. O meu prezado colega escreveu assim, no passado dia 5 de Março: “ Já há missa no Convento”. Ora bem, fazendo jus ao estatuto de mui nobre e bom cristão que me prezo de ser, nem li a notícia toda atentamente como o fiz à posteriori. Anotei na agenda: Domingo ir à missa ao Convento. Chegado este (o Domingo) e mal os sinos “tocaram a reunir” por volta das dez e meia da manhã, repuxei do meu fato nº 1 que é para ocasiões especiais e que até tem uns sapatos especiais para fazerem toillete. A propósito disso: a gente às vezes faz grandes burrices por ir atrás das modas. Então não é que comprei uns sapatos que são quadrados à frente? Era moda ao tempo e toca a enfarpelar. Agora a moda passou e os sapatos continuam…quadrados, fora de moda e horríveis como, aliás, sempre foram. Nada destas "fezes" eu teria se tivesse comprado uns sapatos clássicos. Mas onde é que eu ia? Ah! Dizia ainda o meu prezado colega que “Espera-se que com mais respeito pelos vizinhos…” e o que é que eu deduzi erradamente? Que haveria missa cantada e que o coro não deveria cantar demasiado alto para não incomodar a vizinhança. Lá ensaiei um Pai-nosso cantado, mais umas Ave-Marias e ala que se faz tarde, a caminho da Igreja do Convento. Chegado lá… nada. Nada não, lá continua a já “rebitrivisitada” exposição sobre o Profano e o Sagrado ou vice-versa. Envergonhado, regresso a casa com a estranha sensação de que tinha sido enganado e que toda a gente olhava para os meus sapatos com as biqueiras quadradas… Colega, eu não merecia isto!
E você que se está a rir deste meu infortúnio não diga que foi bem-feito por eu às vezes ter a mania que sou espertinho, pois de certeza que você, meu caro leitor, também já caiu em publicidade enganosa e já comeu gato…por lebre!
Ai não, que não comeu!...

domingo, 8 de março de 2009

EM JEITO DE HOMENAGEM ÀS MULHERES


GLÓRIA MARREIROS é um nome grande da poesia em Portugal. Sou feliz por esta poetisa fazer o favor de me ter como seu amigo. Algarvia de gema, reside actualmente em Portimão. Com a devida vénia, permitam-me que enderece, como forma de homenagem a todas as mulheres portuguesas, o seguinte poema da autoria de Glória Marreiros e que rebusquei de um livro de sonetos que editou com o nome de “TERRA DE NINGUÉM” e que teve a amabilidade de me oferecer. Para todas vós:

FAMINTA

Eu sou como Florbela…a mal amada,
A mulher de ninguém…a mais sedenta.
Sou nuvem tenebrosa e pardacenta
Que o Sol deixou no céu, abandonada.

Na pompa do meu leito, desolada,
A noite é solidão que me atormenta!
O corpo desnudado, firme, ostenta
A calma de quem chega da jornada.

No caudal do prazer só há detritos
Bailando, em turbilhão, nos infinitos
Desejos desta vida…a minha cela.

A côdea tem bolor…amarga o vinho
Neste espaço vazio onde definho
Faminta, meu amor, como Florbela!...
E, como complemento, oiçam esta jóia preciosa, clicando aqui: http://www.youtube.com/watch?v=lrY-nC6QYwk

sábado, 7 de março de 2009

OS PROFISSIONAIS, OS AMADORES E OS VOLUNTÁRIOS

Foto -1 "FRANCISCO CORDEIRO E JORGE TRAQUINAS..."

Foto 2 - "...além da grande maioria ser de mulheres, apenas cinco são de gente sénior..."

Foto 3 - "...e tão poucas crianças..."


OS PROFISSIONAIS

FRANCISCO CORDEIRO e JORGE TRAQUINAS são profissionais da objectiva. Vai daí, resolveram presentear-nos com uma espectacular exposição colectiva de Retratos, no Auditório Municipal de Avis. Quem sou eu para analisar a grandiosidade do trabalho destes dois amigos? Atrevo-me, ainda assim, a referir que a exposição está virada para o futuro: dos quarenta e cinco trabalhos apresentados, além da grande maioria ser de mulheres, apenas cinco são de gente sénior, quer isto dizer que quarenta são rostos de gente que ainda tem muita vida para andar. De mencionar, penso eu, que tal se deve ao facto de ambos os fotógrafos serem jovens. Se um “cota” como eu fosse pedir a alguma das moçoilas por eles retratadas se lhe podia tirar uma retrato, calhando, o menos que me poderia acontecer era levar uma lamparina na cara e depois ainda ser acusado de assédio sexual…
Mas, assédios à parte, PARABÉNS meus bravos. Continuem!

OS AMADORES

A Escola Infantil de Folclore do Rancho Folclórico de Avis, fez doze anos. Por esse facto, havia que comemorar o evento, e nada melhor do que uma actuação, desse mesmo rancho. Estranhei ver tanto adulto e tão poucas crianças. A explicação foi dada pela D. Manuela Caçador, por estas ou outras palavras: “ As crianças crescem, depois entram nas escolas e depois deslocam-se para outras terras, e depois….e depois... Vamos recomeçar a recrutar jovens para revitalizar a nossa escola infantil”.
O facto desta comemoração não contar com a presença de outros ranchos, por certo que se deve a problemas monetários, relacionados com a crise. É que a maldita toca a todos.
Para o Rancho Folclórico de Avis os meus parabéns e um beijinho de muita força, muita coragem, para a D. Generosa que tanto fez para que fossem possíveis momentos tão bonitos como os vividos hoje no palco do Auditório Ary dos Santos.

OS VOLUNTÁRIOS

Seriam para aí 18 horas e 30 minutos quando a sirene dos Bombeiros Voluntários de Avis emitiu um grito de ajuda: precisavam de um condutor. Por volta das 18h e 38m já passava a ambulância para o Centro de Saúde e por volta das 18 e 45 minutos ia, sinalizada, a caminho de Portalegre. Não reconheci o condutor mas certamente era alguém que bem poderia estar em sua casa a descansar e que mal ouviu a chamada correu a dizer que estava presente. Na pessoa desse condutor anónimo, deposito um abraço de agradecimento para todos aqueles que compõem o Corpo dos Bombeiros Voluntários Avisenses, pela disponibilidade, solidariedade e prontidão com que respondem a todas as solicitações que lhe são dirigidas.
Bem hajam!

sexta-feira, 6 de março de 2009

CESTAS DE POESIA (LVIII)

Foto - "JOAQUIM HONÓRIO DE OLIVEIRA LOBATO, mais conhecido por JOAQUIM MARTINHO"

Quem procura sempre alcança. Estava-se quase a esgotar o meu reportório de poesia popular recolhida por esse concelho fóra, quando descubro mais um poeta com obra feita e nunca publicada. Passo a apresentar o homenageado das minhas próximas “Cestas de poesia”.
Nasceu em 14 de Agosto de 1937 na Freguesia de Maranhão. Fez a 4ª classe já em adulto, com cerca de trinta anos e tem dificuldade em escrever e em ler. Passou a vida atrás do gado ovino, desde bem cedo quando, com sete anos de idade, começou como ajuda de seu pai, pastor que trabalhava por conta de outrem. Quando maior continuou com a mesma vida tendo substituído o pai que faleceu cedo. Passou pela Cooperativa de Aldeia Velha, localidade onde reside. Apesar de reformado, de quando em vez ainda vai ajudar quem lhe pedir auxílio na arte de tratar de ovelhas. Tem mais de cinquenta décimas feitas e sabe de cor cerca de mais dez que ouviu e decorou de diversos autores. Desde cedo começou a ouvir décimas e desde cedo começou a fazê-las. Os temas são dos mais variados. Bem, com tantos detalhes, só falta mesmo é dizer o nome do meu homenageado. Aí vai: JOAQUIM HONÓRIO DE OLIVEIRA LOBATO, mais conhecido por JOAQUIM MARTINHO.
Para abrirmos a “sessão” nada mais a propósito do que transcrever aqui umas décimas que o amigo Joaquim fez aquando da tragédia de Entre-os-Rios e que agora perfez nove anos. Vamos, pois, a isso:
Mote:
No dia quatro de Março
Um grande desastre aconteceu,
Um autocarro se afundou
E toda a gente morreu

Organizaram uma excursão
Para irem passear
As amendoeiras foram visitar
E voltaram já de serão;
Traziam a recordação
P’ra família um grande abraço
Mas o caminho lhes foi falso
E a morte os atraiçoou
Foi quando a ponte desabou
No dia quatro de Março!

Foi na ponte de Entre-os-Rios
Concelho de Castelo de Paiva
Na Freguesia de Raiva
Morem pais, filhos e tios;
Foi uma noite de martírio
Onde a tragédia se deu
Ali tudo desapareceu
Onde o autocarro caiu p’ra baixo
E foi tudo por água abaixo
Um grande desastre aconteceu

Tanta gente a desmaiar
Quando a notícia chegou
Tudo ali se ajoelhou
De mãos posta s a rezar;
Com tanta lágrima a pingar
Por aqueles que Deus levou
A luz que ali se apagou
Para todos ao mesmo tempo
Qual foi aquele sofrimento
Quando o autocarro de afundou…

Quem morre não sofre mais
A família tem paixão
Com a dor no coração
Pela família e outros mais;
Ali havia gritos e ais
E ali pediam a Deus
Que lhe devolvesse os seus
E a todos desse coragem
P’ra última homenagem
Aquela gente que ali morreu

Autor: Joaquim Honório Oliveira Lobato, 2001

quarta-feira, 4 de março de 2009

AMANHÃ, QUINTA ( 5-3-2009) HÁ CAFÉ COM LETRAS

Realiza-se amanhã, quinta-feira, mais uma sessão do Café com Letras, uma iniciativa da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural.
Desta vez, segundo o que os prospectos anunciam, irá ser declamada poesia intercalada com fados. Convidado para actuar é o Sr. JOAQUIM LOBATO, de Aldeia Velha de Santa Margarida e, segundo fonte da ACA, convidados para assistir e intervir estão todos aqueles que quiserem estar presentes.
O horário é a partir das 18 horas e o local é na Sede da Associação, na Praça Serpa Pinto, aqui em Avis.
Fica o registo.

segunda-feira, 2 de março de 2009

O TRABALHO FICOU BEM FEITINHO!


É verdade: o trabalho das obras do Jardim do Mestre, em Avis, ficou bem feitinho. Quando afirmo isto, estou a referir-me ao trabalho em si, à execução e não ao projecto, que esse já foi alvo de discussão pública, embora muita gente continue a dizer que “fazem tudo sem perguntar nada a ninguém”. Agora, pena é haver quem só sirva para destruir. Já de lá foram arrancadas flores, já foram roubadas algumas daquelas lâmpadas azuis e, imagine-se só: há quem faça peões de carro (!!!!!) dentro do espaço do jardim e quem pense que os bancos não se encontram no chão e se vá sentar lá em cima, na alpendorada. Mas isso são contas de outro rosário pois que hoje, agora e aqui, o que quero é prestar homenagem aos trabalhadores, da fita, do lápis atrás da orelha, do cimento, das pedras, do martelo, da electricidade, encarregados, jardineiros, condutores, todos que efectivamente foram responsáveis para que o trabalho executado tivesse ficado convenientemente feito. Por ser de homenagem aos trabalhadores camarários envolvidos neste projecto, não reproduzo aqui nenhuma fotografia pois que há nesse grupo quem não goste das fotos que eu publico, como tive ocasião de ouvir certo dia de obras em que por ali ia a passar e um comentário dito entre dentes, assim a modos que eu ouvisse, me deu a perceber o pouco apreço que, pelo menos um funcionário, tem pelas fotos por mim publicadas. Felizmente que um bloguista é como uma mulher honrada: não tem ouvidos…
Para todos eles, sem excepção, “ DO CASTELO” endereça os seus parabéns.

Nota: para satisfazer a curiosidade e matar saudades daqueles que lá longe da terra natal ganham o seu pão, prometo um dia destes publicar duas ou três fotos do jardim. Está prometido!

domingo, 1 de março de 2009

40 ANOS SÃO UMA VIDA!!!!

O tempo dilui-nos as imagens, as recordações, mas há coisas que não se esquecem apesar dos anos passarem: faz hoje precisamente quarenta anos – uma vida! – que cheguei a Avis. Lembro-me que toda a gente andava muito aterrorizada, com medo de possíveis réplicas do grande sismo que acontecera na madrugada do dia anterior, 28 de Fevereiro de 1969, por volta das três horas. Esse foi o último grande sismo no continente: atingiu uma amplitude a rondar os 7,5 na escala de Richter tendo-se feito sentir mais intensamente nas zonas a sul, chegando mesmo a provocar vários danos materiais. O sismo, passei-o ainda na minha terra: ouvi um enorme ruído, vi os armários a mexer, ouvi tilintar os pratos e fugi, como quase todos para a rua; a calmaria vim descobri-la aqui em Avis.
Como não sabia o que viria encontrar, cheguei pois a Avis num sábado, para procurar uma pensão de modo a que na segunda-feira, dia 3 de Março pudesse começar a trabalhar. E tal aconteceu.
Conhecer Avis e apaixonar-me foi assim coisa imediata, estilo amor à primeira vista: o modo como fui recebido, a maneira como me soube integrar nesta comunidade levou a que essa paixão se prolongasse para o resto da minha vida. Hoje, a esta distância, tenho ainda presente que as laranjeiras da Rua Machado dos Santos me impressionaram pela quantidade. Quanto ao tamanho eram, à altura e em altura, mais baixas do que eu.
Quantas coisas aconteceram nestes quarenta anos…amores, desamores, desenganos, trabalho, diversão, doenças, mortes de amigos e familiares, enfim tudo que faz parte de uma vida de quarenta anos.
Não me quero alongar em discrição de recordações e saudades mas tão-somente deixar o registo da minha chegada a Avis, agradecer a Avis, (entenda-se, às suas gentes), o modo afectuoso como quase todos me trataram e continuam a tratar. Sabemos que não há regra sem excepção mas eu sei que as excepções aqui são na verdadeira acepção da palavra.
Quarenta anos são uma vida, é certo, mas uma vida que passou demasiado depressa. Precisaria de outros quarenta anos para que pudesse desfrutar com outro “vagar” tudo o que Avis tem para desfrutar.
Obrigado Avis!