domingo, 29 de janeiro de 2012

FECHADO!

Por motivo de pequenas reparações nas ameias, "DO CASTELO" vai estar fechado durante um período que medeia entre os oito e os quinze dias.
Pedimos desculpa por esta interrupção.
Procuraremos ser breves.
Levantaremos a ponte levadiça tão rápido quanto possível.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCVI)

Foto da semana: Continuam em bom ritmo as obras da nova rotunda...


Numa semana em que já vi os primeiros cartazes da próxima “Festa do Avante” a realizar em Setembro (organização é organização); na semana em que vi alguns cartazes a anunciar o Próximo Limpar Portugal 2012 e em que fiquei com a nítida sensação de que algo diferente se está a passar em relação ao Limpar de 2010, que tão bem decorreu e em que a sociedade civil foi a protagonista do evento, usando todos os seus direitos de cidadania interventiva; na semana em que se anuncia para o próximo dia 1 de Fevereiro o apagão do sinal analógico da Televisão no concelho de Avis; na semana em que contactei alguns moradores da zona histórica de Avis e os mesmos me informaram que não pretendem gastar dinheiro para poder ver televisão; na semana em que se anuncia para dia 4 de Fevereiro, em Avis, mais um baile organizado por um grupo de amantes da dança; na semana em que me ia dando uma coisinha ruim ao constatar que no Corte Inglês em Lisboa há casacos de homem em saldo a 2 570 euros (dois mil quinhentos e setenta euros) e em que o preço sem saldo é de 3 595 euros; na semana em que me constou que um Centro de Saúde do nosso distrito, no passado sábado solicitou a presença de uma ambulância para transporte urgente de um doente para Portalegre e que dada a proximidade do fecho do referido Centro o doente foi deixado à porta dessa Instituição de saúde, local onde o Bombeiro de serviço o foi encontrar por volta das 13h 10m; na semana em que continuam em bom ritmo as obras na futura rotunda das imediações da Casa do Benfica, (foto da semana) eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, escreve sobre tudo o que quer e sobre tudo que lhe pedem. A sua passagem pela RTP foi um sucesso e ao que consta, até conseguiu pôr o João Baião a chorar. Talvez por aqui consiga reproduzir, um dia, a causa dessas lágrimas. Para hoje deixo-lhes estas Décimas dedicadas aos avôs e avós do nosso país:

O descanso do Avozinho

Na sala, á noite, ao serão,
A ver brincar a criança,
Sentado num cadeirão
O avozinho descansa.

A família reunida
Avô, avó, pai e mãe,
Com um netinho também
A partilhar sua vida!
Ele é a jóia mais qu’rida
Que enternece o coração,
A viver em comunhão
Quanto amor todos anima,
Esse amor vem ao de cima
Na sala, à noite, ao serão.

Foi um dia atarefado
Para os avós e os pais,
Um dia aos outros iguais
Que enfim, lá se deu passado!
Se o trabalho foi pesado
Bem lhes fica na lembrança,
O pôr-do-sol trouxe esp’rança
Que a noite é p’ra descansar,
A família vai ficar
A ver brincar a criança.

A ceia já foi comida
Para as forças recompor,
Com carinho e muito amor
Foi por todos dividida!
Depois da missão cumprida
Do avô e o pai em acção,
Contando os calos da mão
Após tanto trabalhar,
Pode agora descansar
Sentado num cadeirão.

Foram anos de labuta,
De bom porte e honradez,
Com respeito e altivez
Moldou a sua conduta!
Tem a certeza absoluta
E com plena confiança,
Com o Bem fez aliança
E p’ra ficar à vontade,
Depois duma certa idade
O Avozinho descansa.

15-03-2006

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

COLÓQUIO MÁRIO SAA

Através do Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, foi prestada homenagem a Mário Saa, sob a forma de colóquio denominado “ Mário Saa: Poeta e Pensador da Razão Matemática”. Os dias escolhidos foram 20 e 21 do corrente mês sendo que no dia 20, na Universidade Católica foram oradores (por ordem de intervenção) Nuno Júdice, João Rui de Sousa, André Carneiro, Elisabete Pereira e Filipe Themudo Barata, Joaquim Domingues, Américo Enes Monteiro, José Carlos Pereira, Pinharanda Gomes, António Braz Teixeira, Renato Epifânio e Manuel Cândido Pimentel.

No segundo dia o Colóquio descentralizou-se e trouxe até ao Ervedal, à Fundação Arquivo Paes Teles três experts em Mário Saa.

Joaquim João Lajeira, em representação do Conselho de Administração da Fundação, deu as boas vindas aos presentes e moderou o debate. Interveio primeiramente Manuel Cândido Pimentel, da Universidade Católica e grande responsável por este colóquio, que afirmou entre outras coisas:

-“ …a iniciativa estaria incompleta se não se viesse completar na casa de Mário Saa…”

- “…no primeiro dia arrancámos Mário Saa ao esquecimento…”

-“….fiz descobertas extraordinárias em relação a Mário Saa: ele tem uma estatura de gigante…”

- “…este homem, património desta freguesia e deste concelho, ultrapassou em muito os termos desta freguesia e deste concelho…”

Por sua vez, o Montargilense Manuel Patrício começou por endereçar um cumprimento especial ao seu amigo Ramiro Lopes, dos Amigos de Aviz, ali presente, pois que há muito se conhecem, desde os tempos do Liceu de Évora.

Manuel Patrício trazia o seu discurso esquematizado em diversas linhas força para poder comparar o pensamento de Mário Saa e de Nietzschhe. No entanto mais de metade do seu discurso ficou no papel por manifesta falta de tempo para se ler tudo.

Por fim, Filipe Themudo Barata fez uma abordagem de Mário Saa na óptica de um historiador, confessando que não conhecia muito bem a obra de Mário Saa, embora a partir de agora o ficasse a conhecer melhor. Afirmou ainda que “ é importante que homens como este não desapareçam do nosso Universo” e que “era aqui nesta sala a biblioteca de Mário Saa. Havia aqui estantes e estantes de livros e era interessante o modo como Mário Saa arrumava os seus livros.”

Seguiu-se um debate de perguntas e resposta tendo a determinada altura, Manuel Cândido Pimentel dito para o Professor Manuel Patrício:

- Somos capazes de ter visto dois Mários Saas diferentes…

Acabado o debate de ideias seguiu-se um pequeno lanche para retemperar forças.

Parece-nos que são de grande interesse estes debates, estes colóquios. Pena é que as pessoas se alheiem deles. Disseram-nos que o Colóquio em Lisboa teve como assistência os conferencistas convidados e no Ervedal pouco mais que isso. Aqui, tiremos-lhe os cinco elementos dos corpos sociais da Amigos do Concelho de Aviz - associação Cultural e ficava-se na mesma situação: conferencistas a falar para conferencistas ou membros ligados à organização.



Ainda não há muito tempo, eventos culturais no Ervedal eram sinónimos de “casa cheia”. Que é feito do bairrismo dos Ervedalenses? Será que morreu?

Para terminar uma palavra de apreço ao trabalho desenvolvido pela Elisabete Pereira e suas colaboradoras, na Fundação Arquivo Paes Teles. Continuem! Força! Bem-hajam!
Deixamos á vossa consideração alguns momentos do colóquio




Foto 1 - Joaquim João Lageira foi o anfitrião


Foto 2 - Manuel Cândido Pimentel da Universidade Católica introduziu o tema...
 
Foto 3 - Manuel Patrício, de Montagil, leu 1/10 do que trazia preparado...

Foto 4 - Filipe Themudo Barata, um homem da casa

Foto 5 - A assistência: tirem-lhe os elementos da ACA e vejam quem e quantos ficam...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCV)

Por de tão atrasada a actualização desta Cesta de Poesia, apenas informo que na próxima segunda-feira, dia 23 e no programa da RTP1 “PORTUGAL NO CORAÇÃO”, com João Baião e Tânia Ribas de Oliveira, irá estar em directo o nosso poeta JOSÉ DA SILVA MÁXIMO.

Quem puder e quiser ver e ouvir mais alguma boa poesia, não perca esta oportunidade.

Quem não puder ou não quiser, delicie-se com mais este “rebuçado” que vos ofereço da autoria do nosso convidado, José da Silva Máximo:

O baile da Cooperativa

Eu quero ir à bailarada
Dançar com as raparigas;
Tentar uma namorada
Cantar lá duas cantigas!

Se a vida me correr bem
E a saúde o permitir,
A fim de me divertir
Irei ao baile também;
Já na semana que vem
Depressa se dá passada,
Mesmo que pague a entrada
Se o tempo for de feição,
Quinta-feira de Ascensão
Eu quero ir à bailarada.

O baile é na Cooperativa
Toda a gente comparece;
É lá que sempre acontece
Em qualquer data festiva;
Anda tudo em roda-viva,
Ali se olvidam fadigas,
Não há lugar a intrigas,
E eu levo no meu pensar
Passar a noite a folgar,
Dançar com as raparigas.

Vai ser uma noite em cheio,
Não hei-de ficar parado;
Quero que seja notado
O meu garbo, meu maneio!
Acima de tudo, anseio
Jogar a minha cartada
Sem que alguém a dê notada
Com tantas moças formosas
Entre aquelas mais jeitosas
Tentar uma namorada.

No auge da diversão,
Depois de um vira pulado,
A suar por todo o lado
Bate forte o coração!
É no meio da confusão
Que as moças puxam as ligas!
Para que a dançar prossigas
Quando o tocador descansa,
Vou, p’ra não parar a dança,
Cantar lá duas cantigas.

13-02-2006

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COLÓQUIO SOBRE MÁRIO SAA

Do panfleto publicitário, que por razões que só o demo conhece não consegui scanar e colocar neste blogue, transcrevo o seguinte

 

"Sobre o Colóquio

 

O CEFi – Centro de Estudos de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, através da sua linha de investigação Filosofia e Cultura Ibérica, em parceria com a Fundação Paes Teles (Ervedal-Avis), a que se associaram o Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, a Fundação António Quadros, a Associação dos Amigos do Concelho de Aviz e a Câmara Municipal de Avis, concebeu este colóquio, “Mário Saa: Poeta e Pensador da Razão Matemática – nos 40 anos da sua morte”, a fim de reunir todas as pessoas que têm vindo a desenvolver estudos sobre o autor, contribuindo para a promoção de uma figura da cultura portuguesa.

A obra de Mário Saa (1893-1971) continua a desafiar pelo seu carácter controverso, para o qual contribuiu a natureza irreverente do homem, cujo percurso foi trilhado fora da convencionalidade do saber estatuído, o que acabaria por levar Mário Saa á procura do saber, por entre as suas formulações, nomeadamente a Filosofia, a Literatura, a Arqueologia e a Etnologia. O actual colóquio apresenta-se, assim, com características interdisciplinares, não esquecendo, ainda, a obra do Poeta ligado às questões políticas do seu tempo.

O evento realizar-se-á nos dias 20 e 21 de Janeiro de 2012, na Universidade Católica, em Lisboa, e na Fundação Arquivo Paes Teles, no Ervedal-Avis.

O CEFi e a Fundação Arquivo Paes Teles formulam o convite à participação neste Colóquio de todos os que se interessam pela cultura portuguesa, pois que o encontro trará, inequivocamente, novas abordagens e perspectivas sobre o autor, cujo nome está indelevelmente ligado ao modernismo português.

Visite: http: mariosaa.blogspot.com/"

Não deixa de ser interessante o facto de a Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural em 2002 já ter prestado uma justa homenagem a este literato. Em Novembro de 2002 foi lançada uma edição especial da Folha Informativa “Águia” dedicada exclusivamente a Mário Saa. Muitos daqueles que colaboraram na sua feitura irão estar agora presentes neste colóquio, como João Rui de Sousa, Pinharanda Gomes ou António Braz Oliveira

Segundo informação recolhida junto de um Director da ACA, ainda existem alguns exemplares desta Folha Informativa que irão estar à venda no próximo dia 21, sábado, no Ervedal. No entanto, quem quiser adquirir algum exemplar, poderá igualmente entrar em contacto com qualquer elemento da Direcção daquela Associação.

Não se "mostra" a capa da referida "Águia" pelos mesmos motivos que não se mostra o cartaz do colóquio...

domingo, 15 de janeiro de 2012

CESTAS DE POESIA CCIV

Foto da semana: Por mor do acidente de trabalho nas obras da futura Rotunda "Célia Patinho", a antena dobrada em V provocou o primeiro apagão analógico em Avis...

Numa semana em que excepcionalmente as “cestas” são publicadas ao Domingo; numa semana em que a sexta-feira treze, foi azarenta para as obras na futura “ROTUNDA CÉLIA PATINHO”, na Rua 1º de Maio, em Avis, com acidentes de trabalho que provocaram a queda de uma antena de televisão (foto da semana) e de um poste, bem assim um acidente rodoviário com internamento hospitalar de um motociclista; numa semana em que por via do tal acidente de trabalho foi inaugurado em Avis o apagão analógico da TV; numa semana em que tive conhecimento que o nº premiado com um fim de semana numa unidade hoteleira, no sorteio das compras de Natal no comércio local, promovido pela Junta de Freguesia de Avis, coube ao Nº3608 pertença do Sr. António Pimpista; numa semana em que tive conhecimento que a montra premiada com o primeiro lugar no Concurso de Montras de Natal, foi a “Papelavis” (parabéns Celeste!) tendo ainda sido atribuídas três menções honrosas a saber: “Casa Rodrigues”; “Maria Vaidosa” e o “Cantinho dos Cereais”; numa semana em que parece a chuva ter regressado à nossa terra para gáudio dos agricultores e desespero daqueles que residam em Avis e nas imediações dos locais onde se estão a realizar por cá obras (poucos se safam…lol…); chega pois esta Cesta de Poesia atrasada…

JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, o nosso poeta de alguns meses a esta parte, foi entrevistado para o “Café Portugal”. Quem quiser saber algo mais sobre este grande poeta popular, que reside em Santo António das Areias, faça favor de clicar no sítio abaixo indicado.

As lembranças de um passado distante estão sempre presentes na memória de José da Silva Máximo. Eis aqui e agora porque houve

“Os sapatos recusados”

O meu pai fez-me uns sapatos
Com biqueira de verniz;
Se eu sei que tenho os pés chatos
Recusei-os, não os quis!

A vida naquela altura
Era triste e amargurada;
Não surdia quase nada
O soldo da criatura!
Era penosa e bem dura
Para todos os gaiatos,
Pisando cardos e cactos
Nunca dava um passo em falso,
Para não andar descalço
O meu pai fez-me uns sapatos.

A quem vivia abastado
Sempre a vida lhe sorria;
Vestia-se como qu’ria
Andava sempre calçado;
Era bem-aventurado
O meu priminho Luís,
Ele sim, era feliz
Com botas de cano alto,
De atanado e bom salto
Com biqueira de verniz!

Vou tentar aguentá-los
Para os conseguir usar
Mas o mais certo é ficar
Eternamente a olhá-los!
Tudo farei para usá-los
Pois não ficaram baratos,
Sem lhe dar outros formatos
O que será eu não sei,
Como é que os aguentarei
Se eu sei que tenho os pés chatos!

Uns sapatos tão bem feitos
Que meu pai me ofereceu,
Até a cor escolheu
Eram lindos e perfeitos!
Mas meus pés têm defeitos
Que só quem sente é que diz,
Muitos esforços eu fiz
E sacrifícios também,
Com eles não me dei bem,
Recusei-os não os quis!

 
14-02-2006

Nota: “atanado” = cabedal curtido

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"VAMOS À HORTA!..."

O Mercado Municipal de Avis assistiu esta tarde à segunda entrega de cabazes da iniciativa “VAMOS À HORTA!”, uma pareceria que engloba a ADERAVIS, o Município de Avis, a Junta de Freguesia de Avis e vários hortelões locais. Se na primeira entrega foram distribuídos 20,  hoje foram 14 os cabazes de produtos vendidos.

Sobre este projecto, falou-nos Joaquim Pífano, vice-presidente da ADERAVIS, hoje escalado para fazer a distribuição dos produtos hortícolas:

- Cada cabaz destes, custa aos consumidores a módica quantia de 10 euros. Quem estiver interessado em receber um destes cabazes deverá preencher um questionário onde nos vai indicar quais os produtos que nunca deseja receber. Depois a ADERAVIS perante a oferta dos hortelões compõe o cabaz de acordo com os desejos dos compradores. O comprador quando aqui chega não sabe o que vai levar. Apenas sabe que não vai levar os produtos que nos indicou como sendo de excluir do seu cabaz. Afinal leva entre dez e doze produtos da época, disponibilizados pelos hortelões e por si não excluídos.

A ADERAVIS detém para si uma insignificante percentagem das vendas, para despesas logísticas, e paga directamente aos hortelões que forneceram os produtos. As vantagens desta simbiose, entre produtores e compradores, são deveras importantes: por um lado quem compra sabe que compra produtos frescos da época, produzidos nas nossas terras e a um preço justo. Por outro lado, quem vende, tem assim a hipótese de escoar os seus produtos excedentários, a um preço superior àquele que conseguiria vender se o fizesse aos comerciantes locais ou às grandes superfícies.

A escolha da periodicidade da entrega de cabazes é feita por quem compra aquando do preenchimento da inscrição que poderá ser feita na ADERAVIS (telefone 242 412 719) ou no Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento Económico da Câmara Municipal de Avis.

Para finalizar, Joaquim Pífano transparecendo a sua felicidade ( ou não estivesse ele entre "Verdes") remata, enquanto faz o troco a uma compradora:

- Penso que esta é uma ideia interessante para estimular a economia local, na medida em que os hortelões vêem na venda de alguns produtos excedentes um complemento da economia familiar.

Nós também pensamos assim e damos os parabéns a esta iniciativa formulando votos para que continue por muito tempo, a bem de todos.
E para que você, caro(a) leitro(a) tenha uma ideia o que é isto de “Vamos à horta!” deixa-vos algumas fotos da tarde de hoje.

Foto 1 - Joaquim Pífano, um dos "cérebros" desta iniciativa, aguarda a chegada dos compradores previamente acordados para hoje...

Foto 2 - Cada cabaz pode conter qualquer produto da época, não rejeitado à priori...


Foto 3 - ...e tem entre 10 e 12 produtos variados...

Foto 4 - A bancada estava mais bem composta que em certos sábados de mercado semanal...


Foto 5 - Depois de alguma espera as primeiras clientes...e a foto para a posteridade...

Foto 6 - A alegria de quem recebe e o sorriso de quem paga...


Foto 7 - " - Ora vá lá então mais esta cabazinho para esta senhora...."

Foto 8 - Um intervalinho para as compras dá sempre jeito...

Foto 9 - " - Foto? Só se fôr de costas!..." e foi mesmo...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PARECE QUE PARIU AQUI A GALEGA...


Parece que pariu aqui a Galega, ou melhor dizendo: parece que pariu aqui a galinha dos ovos de oiro...

Foto 1 - ...Ele é obras na envolvente ao Cemitério Velho...


Foto 2 - ...ele é obras na Rua António José de Almeida...


Foto 3 - ...ele é obras no Largo do Convento...


Foto 4 - ...ele é obras (reparações) na Avenida da Liberdade...


Foto 5 - ...ele é obras na Rua 1º de Maio...


Foto 6 - ...ele é obras no Pavilhão Gimnodesportivo...


Foto Nº 7 - ...ele é obras no antigo celeiro da EPAC...




Foto 8 - ...ele é obras mais nem sei onde...

Haja Deus!...


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

FAZ HOJE OITENTA ANOS - PARABÉNS!

Faz hoje oitenta anos O RATO MAIS FAMOSO DO MUNDO, O MICKEY.
Porque faz parte do meu imaginário deixo-vos esta preciosidade.
Cliquem abaixo e divirtam-se, sejam felizes, muito felizes:

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

CESTAS DE POESIA (CCIII)

Foto da Seamana: O V da vitória...

Numa semana em que a preguicite voltou a atacar-me; numa semana em que tomei conhecimento que “o museu” de Avis “vai estar na rua”, a partir de hoje no átrio do edifício da Câmara Municipal, com mostra de 12 peças – uma por mês – sendo que este mês estará em exposição uma peça de madeira alusiva à matança do porco, da autoria do artesão Valonguense António Bonito; na semana em que os pardais e outros pássaros e passarões continuaram a ser devidamente abastecidos de milho pelas ruas da nossa vila, fui informado de que o facto do milho ser colocado no chão em forma de V significa um V de "Vitória" ( foto da semana); numa semana em que não cheguei a perceber se a "Vitória" será dos pássaros e passarões sobre os homens comuns, eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

Numa altura em que a crise tanto nos apoquente, o nosso poeta JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, achou que tinha um modo fácil de contornar a situação casando com a “Riqueza”. E isto já ele queria nos idos de 2006. Ora leiam, por favor:

Titulo: RIQUEZA CASA COMIGO!

Sou tão pobre, nada tenho,
Sou autêntico mendigo;
Por isso rogando venho
Riqueza, casa comigo!

Não tenho nada de meu,
Sempre fui tão pobrezinho!
Não ter amor nem carinho
Foi sina que Deus me deu;
Ainda não apar’ceu
Quem mostrasse algum empenho
Ou que tivesse o desenho
Que algum alento me desse
Para que eu jamais dissesse
Sou tão pobre, nada tenho.

Vivo só, na escuridão,
Sem apoio de ninguém;
No bolso nem um vintém
P’ra me dar consolação!
Tudo tentei mas em vão,
Nada de bom eu consigo,
É com tristeza que digo
Como hei-de viver contente,
Se até de amor sou carente
Sou autêntico mendigo.

Não sei o que hei-de fazer
P’ra sair desta miséria;
Minha vida é coisa séria
Que me faz entristecer;
Passo os dias sem saber
Se a tristeza que detenho
Pode virar em engenho
P’ra me gerar alegria
Mudar de vida bem qu’ria
Por isso rogando venho.

Se a riqueza me quisesse,
Minha vida mudaria;
Decerto me ajudaria
Para que eu tudo tivesse;
Era tão bom que viesse
A riqueza, ao meu abrigo!
Para eu ser seu amigo
E seguir os seus conselhos
Lhe suplico de joelhos:
Riqueza casa comigo!

16 DE JUNHO DE 2006

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

REFLEXÕES CRÓNICAS - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

6 Violência doméstica na ordem do dia

O Manuel Vardasca foi meu colega de Liceu. Seguimos caminhos diferentes. Ele continuou a estudar, tirou um curso superior e é professor. Eu, por dificuldades económicas, não estudei e já estou reformado sem nunca ter chegado a doutor. No entanto ambos tivemos uma coisa em comum: casámos e cada um com sua mulher. Sim, que isto de agora dizermos que somos casados já não chega. Há que acautelar sempre a situação acrescentando-se se é casado(a) com um homem ou com uma mulher. Mas continuemos. O Manuel Vardasca na sua vida de Professor de Inglês foi esbarrar com os ossos a Freixo de Espada a Cinta e por lá se embeiçou por uma mulheraça de pelo na venta com quem veio a casar. Perdi-lhe o rasto durante alguns anos. Tinha o contacto dele mas não éramos próximos. Há uns tempos atrás, telefonou-me. Fiquei surpreso pela chamada. Após os cumprimentos imediatos perguntei-lhe pela mulher. Com tristeza na voz contou-me que nem tudo estava a correr bem e que se encontrava em processo de divórcio litigioso com a mulher. Tentei acalmar a sua angústia com frases feitas, do género “deixa lá que isso hoje é o pão nosso de cada dia” ; “hoje já ninguém estranha”; “casamentos como o meu é que já não se usam” e outras parecidas mas não senti da parte do meu amigo uma recepção muito grande. Não o senti mais confortado. Contou-me que embora vivendo na mesma casa dormiam em camas separadas, que quase não se falavam, que ela não contribuía para o pagamento da renda da casa que estava em nome dos dois e que queria a divisão da casa ou o seu valor, em partes iguais. Azucrinava-lhe a cabeça a toda a hora. Cada um tinha o seu advogado e as coisas estavam encomendadas á justiça.

A partir dessa primeira chamada quase todos os dias tenho falado com o meu velho amigo Vardasca.

Há coisa de um mês disse-me, depois de me relatar uma série de coisas que ela lhe fez e as quais eu só acredito por não conhecer a senhora:

- “Às vezes só me apetece dar-lhe um murro nas trombas e esborrrachá-la toda”.

Notei na voz do Manuel uma extrema saturação por aturar uma situação demais incómoda. Pedi-lhe por tudo que não o fizesse, que isso iria ser considerado violência doméstica e estando as coisas em tribunal, batendo-lhe, tudo poderia piorar consideravelmente para o seu lado. Quando, ao fim de três quartos de hora, desligou o telemóvel, parecia disposto a pôr essa ideia de parte. Fiquei mais tranquilo. Por ele, Manuel Vardasca.

Há três semanas  voltou a telefonar-me. Notei-lhe desde logo um nervosismo na voz, superior ao normal. Disse-me, seco, acabrunhado:

- “Amigo, ela bateu-me. Deu-me uma chapada nos ouvidos. Que faço?”.

Receoso que o pior tivesse acontecido perguntei-lhe de imediato:

- “E tu retorquiste-lhe na mesma moeda?”

- “Não”, respondeu-me.

- “Ainda bem”, respondi.

- “E agora?” Insistiu ele… depois de pensar um pouco falei-lhe mais ou menos assim:

- “Ainda bem que não lhe bateste. Mas também não podes ficar de braços cruzados senão, bateu-te hoje, e voltará a bater-te amanhã. Eu, se fosse a ti, ia apresentar queixa no posto da Guarda”.

- “Achas que sim?”

- “Acho,” respondi a pensar até que se um dia ele se passasse dos carretos e lhe desse um murro, aquele antecedente poderia jogar a seu favor.

- “Vai, vai ao posto da Guarda e depois conta-me o que se passou.”

Ao fim de cerca uma hora telefonou-me.

- “Olha, fui ao posto mas eles lá perguntaram-me se eu tinha testemunhas e como eu lhes disse que não, disseram-me que o melhor era eu não fazer nada, porque sem testemunhas até poderia ir a um juiz mas ele mandava arquivar o processo e pronto. Se fosse ao contrário, se fosse eu a bater-lhe já dormia hoje no posto e nem eram preciso testemunhas…”

Fiquei incrédulo. Depois de uns momentos insisti com ele:

- “Se fosse comigo, voltava lá e só de lá abalava com a queixa registada. Vai pá, pelo menos fica lá registado. Ah! E se tens a orelha vermelhe e te dói, vai ao Centro de Saúde para que te façam um relatório para juntar ao processo. Se o juiz o solicitar já o tens…”

O Vardasca foi. Foi ao Centro de Saúde onde efectivamente foi feito um relatório e voltou de novo ao posto. Telefonou-me ainda nessa noite depois de ter passado três horas em depoiementos. O elemento de serviço não dominava muito bem o computador e a legislação. Apesar de continuar a insistir que aquilo não levaria a nada, e reafirmando que se fosse ao contrário ele nessa noite dormiria logo no posto e mesmo sem haver testemunhas, a ocorrência ficou registada.

Tenho falado com ele quase todos os dias, depois destes incidentes. Disse-me que a ainda mulher já foi chamada ao posto para depor, tendo negado a agressão.

Ontem mesmo confirmou-me que a juíza mandou arquivar o processo por falta de provas. Os Guardas tinham razão quanto ao desfecho do processo. Só não tinham quanto ao facto de não se dever apresentar queixa.

No fim disto tudo, dá que pensar esta dualidade de critérios da e perante a lei: se um homem bate numa mulher é considerado de imediato violência doméstica com culpabilização directa do infractor mas se for uma mulher a bater num homem, só é crime, só é violência doméstica se houver testemunhas do acto. Não acredito que nenhuma mulher vá convidar alguém para ser testemunha de umas chapadas que vá dar no marido ou companheiro. Minimamente estranho quando se pretende que a lei seja isenta e imparcial perante os cidadãos independentemente do género, raça ou cor…

Parece que não dá a cota com a perdigota….

Ah! O Vardasca já tem a data da assinatura do divórcio marcada para o dia 25, do mês que vem.




















































domingo, 1 de janeiro de 2012

EM BUSCA DE LIXO

Foto 1 - " atrás do cemitério, junto a algumas flores de plástico que em vez de terem sido colocadas no respectivo receptáculo juncavam o chão, havia dois fogões a gás, um aquecedor e um microondas..."

Foto 2 - " Dou de frente com a nova sinalética na Avenida do Brasil ..."

Levantei-me ao “romper” das dez e meia da manhã, como convém num primeiro dia de um qualquer Ano Novo. Fui despejar o lixo e reciclei duas garrafas de vidro para o vidrão: uma de vinho tinto “D. Cosme” (Abreu Callado) e outra de vinho verde branco “Aveleda”. Para que não restem dúvidas, qualquer delas me foi oferecida e o camarão que acompanhou o “verdinho” foi comprado numa campanha de redução de preço de 50% numa superfície comercial local, pois que a “minha crise” não se pode dar ao luxo de comprar tais néctares ou crustáceos.

O facto de ter ido despejar o lixo, lembrou-me que no meu tempo de menino e moço, era tradição deitar fora na noite de passagem do ano, os trastes velhos que se tinham em casa: as loiças velhas iam janelas fora e algum mobiliário mais antigo seguia o mesmo caminho. Daí, meter-se-me na cabeça ir fazer uma “ronda” pelos contentores do lixo do nosso burgo, para ver se havia trastes deitados fora.

Desemboquei na Antiga E. N. 243 e verifiquei como estava devidamente varrida, sem lixo. Fiquei contente e segui na minha viagem pedonal. O Centro de Saúde, que em tempos foi considerado um Centro de Saúde de referência a nível distrital, não só pelas suas optimas instalações como pelos equipamento e essencialmente pelas equipas humanas de trabalho, estava deserto. Pensei que estava fechado e fui até à entrada das antigas Urgências onde um papel indicava o novo horário determinado pela ULSNA, que tanta gente pensou não fosse vingar e onde um outro papel dizia que não havia Urgências… Este Centro de Saúde de Avis arrisca-se a ser considerado lixo num ano não muito distante. A ver vamos…

Continuando pelo novo bairro adjacente ao referido Centro, verifiquei como a construção vai avançando, a passo lento, mas vai avançando. Um pai baboso fazia as macaquices próprias que os pais babosos e mães babosas fazem para fazer sorrir os filhos pequenotes. Sem jeito, mas fazem.  Encontrei por ali dois contentores do lixo (antigos Caixotes do lixo) mas nada que me convencesse daquela ideia maluca que tivera de que pelo Ano Novo deitamos trastes para a rua. Pensei que por se tratar de um bairro novíssimo e ainda inacabado, os seus habitantes não tivessem trastes, ainda tudo cheirasse a novo, incluído a mobília. Então resolvi prosseguir para outras paragens. E segui. Mas ainda por aqui, pelo Bairro do Centro de Saúde, alguém que gosta muito das suas flores, tapara uma delas com uma saca de papelão por mor da geada não a queimar. Mas hoje não houvera geada. As temperaturas subiram ligeiramente. Não está frio. Do lado do Monte Redondo, vinha o som de uma grande quantidade de tordos e rolas ditas domésticas, que por ali cantavam, nos olivais anexos. Como sempre faço, deitei uma espreitadela respeitosa para dentro do cemitério e seguia, quando tive que voltar atrás, pois que na retina pareceu-me ter visto os primeiros trastes velhos: atrás do cemitério, junto a algumas flores de plástico que em vez de terem sido colocadas no respectivo receptáculo juncavam o chão, havia dois fogões a gás, um aquecedor e um microondas. Mas, pensei e se calhar com razão, que aquela “mobília” já ali estava algum tempo e nada tinham a ver com a tradição, a não ser com a tradição de se deixar o lixo fora do sítio certo. Os “casões” da Câmara já não têm os cães que assinalavam a passagem de qualquer passeante, e o Sr. António, reformado, foi substituído pelos serviços de uma empresa de segurança. Menos um posto de trabalho, penso eu e prossigo.

O Largo da Feira é um grande largo e tem uma vista bonita sobre a nossa vila. O céu está plúmbeo e o Convento de Avis vê-se envolto num pouco de “mistério”…gosto! Os tordos e as rolas e mais uma série de passarada, parece que me acompanharam, parece que se mudaram do Monte Redondo e que vieram agora cantar aqui para as proximidades do Largo da Feira. Gosto. Abrando o passo em direcção ao Bairro do Serradão, e delicio-me com os seus cantes. Parece-me um bom concerto de Ano Novo. É o meu concerto de Ano Novo.

As escadas de acesso ao Bairro do Serradão, continuam lixo e ali mesmo um amigo que havia podado uma videira e colhido uma cesta de tangerinas, se vê desfalcado de uma que eu lhe “roubo”…com sua autorização.

O Bairro, apesar de já ser mais de meio-dia continua a dormir. E de trastes, nada. Percorro-o e dirijo-me agora para a Estrada 244, com o intuito de depois ir passar lá pelos Arrabaldes, zona mais antiga da vila, onde, quem sabe, a tradição ainda seja o que era. Os quintais contíguos à Estrada 244 estão arranjadinhos, semeados. Os alhos já ultrapassaram o “bico dum pardal”, as favas alastram as suas folhas e as ervilhas crescem a bom ritmo. Num deles uma coisa que me fazia falta: uma bela leira de coentros… Uma casa de ar senhorial, mas desabitada, dá guarida a vários regos feitos por uma enxada certeira, mas ainda não se vislumbra nada de nascido.

Da Estrada saio eu, cumprimento o “Grelha Douro” e vou até ao Jardim Público. O quiosque, lá continua fechado: não sei há quanto tempo, nem sei por quanto tempo mais. Lamento ainda não se ter acertado com os arrendatários correctos, pois que me parece estar muito bem situado. Utilizo os sanitários públicos, com portas partidas (já os vi piores) e prossigo. O lago rectangular continua azul, mas as luzes que o iluminam ainda estão todas acesas. É pena, pois que já é mais de meio-dia e é um desperdício de energia e de euros. Mais abaixo, naquela espécie de “coreto” só não estão as quatro luzes acesas porque uma está fundida…há males que vêm por bem…

Para que não perca muito mais tempo, inflicto à direita e sigo pelos limites do Ferragial das Amendoeiras. Tenho a boca seca. Está um pouco abafado. Umas laranjeiras bem carregadas de suculentas laranjas, fazem-me crescer água na boca. Tenho calor e sede. Uma laranja vinha mesmo a calhar. Tenho pena de não ser cigano. Como não o sou, prossigo com a minha sede e deixo as laranjeiras com as suas laranjas…

Dou de frente com a nova sinalética na Avenida do Brasil que proíbe o trânsito no sentido da R. 1º de Maio para a Rua do Plano de Urbanização.

Faço uma retrospectiva dos trastes que não encontrei. Paro um minuto a reflectir e encontro um amigo. Os planos são alterados, não chego a ir às ruas dos arrabaldes da minha vila e vou parar directamente à Serpa Pinto. Dali, voltei para casa, com meia missão cumprida. O encontro com um amigo vale bem mais que todos os trastes que se possam deitar fora, ou não, numa passagem de ano.

Até casa ainda passo pela nova “unidade comercial” chinesa, ali bem perto do novo centro nevrálgico da vila de Avis e nas antigas instalações da Agrimoz. Apesar de hoje ser dia de Ano Novo, apesar de hoje ser Domingo, estavam lá, a trabalhar, quatro chineses, que eu visse... E fiquei satisfeito. Sabem porquê? Porque quando a EDP determinar que a factura da electricidade se pode pagar em qualquer loja de chineses, tenho o meu novo posto de pagamento bem mais perto da minha casa.

Entro em casa um pouco desiludido com o fracasso da minha prospecção. Se calhar, esta coisa do “lixo” apenas existiu na minha cabeça.

Uma coisa é certa, para o ano, se eu existir, e se existir se puder, e se existir e se puder e se me lembrar, hei-de começar lá pelo outro lado da vila, pela Rua das Videiras, e se calhar tentar saber quantas pessoas vestiram cuecas azuis para terem sorte em 2013…isto apesar de eu gostar mais do vermelho...

Vamos esperar.