Tive a felicidade de fazer parte das vinte mil pessoas que, voluntária e gratuitamente, contribuiram para a recolha de produtos para o Banco Alimentar contra a Fome. Coube-me “trabalhar” no sábado da parte da tarde e nem a chuva nem o frio arrefeceram o entusiasmo que eu e a minha colega de turno depositámos neste serviço humanitário.
Devo dizer que apenas umas quatro pessoas se recusaram a contribuir. Umas porque também elas necessitadas, outras nem tanto, talvez pensando que este Banco nunca lhe irá fazer falta, o que, nos dias que correm, me parece demasiado optimista.
Não posso deixar de aqui registar o modo como um avisense (?) reagiu ao pedido feito pela minha colega: “NÃO!” proferiu o tal “burgesso” mais parecendo aquele “não” o ladrar de um cão raivoso. Como se aquele modo agressivo contra quem apenas ali estava em missão de ajuda, não bastasse, ainda acrescentou: “O que tenho a dizer digo logo, não tenho papas na língua”. Eu que estava na altura um pouco mais distante ainda lhe respondi que “podia ficar com as papas que o Banco Alimentar não recebia papas”. Penso que o que eu disse não foi por ele ouvido o que poderá ter sido bom para ambos.
Ainda não sei quantas e quantas toneladas de alimentos foram recebidas. Como estes alimentos são recolhidos nós sabemos. Pelo menos eu agora já sei. Quanto à sua distribuição, aí a coisa já chia mais fino. Nem é preciso sairmos de Avis para nos questionarmos sobre o modo como as coisas são feitas. Mas se calhar o mal não é de quem distribui, mas sim de quem as recebe. Há pessoas em Avis que vão diariamente tomar o pequeno-almoço ao café, há outras pessoas em Avis que se passeiam diariamente de automóvel pelas nossas ruas quando o podiam fazer a pé, há pessoas em Avis que se vêm constantemente agarradas ao telemóvel ou ao cigarro e que, apesar de todos esses “desperdícios” de dinheiro, se socorrem da ajuda alimentar que lhe é distribuída aqui em Avis. Isto não é nenhuma novidade, é do domínio público, mas este sistema está instalado e é assim que funciona.
Se não forem as próprias pessoas a consciencializarem-se de que assim não pode ser, que não está correcto, que é imoral, às instituições é difícil discernir os que realmente têm necessidades daqueles que usurpam o que a outros faz falta.
Apesar de tudo, para o ano, se necessitarem de mim e eu estiver no pleno gozo das minhas faculdades físicas e psíquicas, podem contar comigo!
ÚLTIMA HORA: o total de alimentos recolhidos para esta causa em Avis foi de 760 Kg.
Ainda não sei quantas e quantas toneladas de alimentos foram recebidas. Como estes alimentos são recolhidos nós sabemos. Pelo menos eu agora já sei. Quanto à sua distribuição, aí a coisa já chia mais fino. Nem é preciso sairmos de Avis para nos questionarmos sobre o modo como as coisas são feitas. Mas se calhar o mal não é de quem distribui, mas sim de quem as recebe. Há pessoas em Avis que vão diariamente tomar o pequeno-almoço ao café, há outras pessoas em Avis que se passeiam diariamente de automóvel pelas nossas ruas quando o podiam fazer a pé, há pessoas em Avis que se vêm constantemente agarradas ao telemóvel ou ao cigarro e que, apesar de todos esses “desperdícios” de dinheiro, se socorrem da ajuda alimentar que lhe é distribuída aqui em Avis. Isto não é nenhuma novidade, é do domínio público, mas este sistema está instalado e é assim que funciona.
Se não forem as próprias pessoas a consciencializarem-se de que assim não pode ser, que não está correcto, que é imoral, às instituições é difícil discernir os que realmente têm necessidades daqueles que usurpam o que a outros faz falta.
Apesar de tudo, para o ano, se necessitarem de mim e eu estiver no pleno gozo das minhas faculdades físicas e psíquicas, podem contar comigo!
ÚLTIMA HORA: o total de alimentos recolhidos para esta causa em Avis foi de 760 Kg.