sexta-feira, 30 de maio de 2008

CESTAS DE POESIA (XVIII)

Foto: "Estava a fazer um livro..."

Quem tem lido as “Cestas de Poesia” sabe que vos tinha prometido dar notícia sobre o estado de saúde do Sr. João Guilherme. Fui lá hoje.
Cheguei a sua casa por volta das nove e um quarto da manhã. A porta, pintada de encarnado tinha o postigo aberto, onde uma rede mosquiteira verde impede a entrada dos insectos. Espreitei por ele e vi-o sentado a escrever. A porta estava encostada. Abri-a e perguntei:
-Posso entrar Senhor João?
- Então não pode? Entre faça favor
Disse-lhe ao que vinha, se estava melhor, e sossegou-me que apenas não suportava muito barulho, mazelas ainda do acidente de que foi vítima uma vez que ia na sua bicicleta e em que bateu com a cabeça no asfalto. E disse-me que se sentia melhor a escrever. Estava a "fazer" um livro: dum lado da folha do caderno de tamanho A4 ia colocar décimas do outro lado quadras. Queria escrever para aí umas nove ou dez folhas.
Conversámos um bocado. Falou-me da sua aversão a idas aos médicos e das ervas que já ali tinha pendurado: a erva de S. João, o fel da terra que é bom para as febres; do seu mini-quintal onde uma faveira ostenta orgulhosa duas favas que hão-de servir para criar semente para serem semeadas para o ano que vem; de uns pés de trigo que trouxe do pé do campo da feira e que os pardais agora lhe tentavam comer – daí os plásticos para os espantarem - de dois ou três pés de feijão, de muitos poejos e de uma erva do campo, da qual não conhece o nome mas que cheira muito bem. Comprovei: efectivamente cheira muito bem, mas também não sei o nome.
Porque estas coisas da inspiração, vai-me dizendo quem sabe disto, nem sempre aparecem quando se deseja, resolvi não dar mais conversa, regressando satisfeito por ver que afinal a saúde do meu amigo estava mais ou menos normal.
E nesta sexta-feira vou pois acabar os dois meses que dediquei ao poeta João António Guilherme, de Ervedal. Não porque já não houvesse obra para publicar (...só ali numa gaveta tenho 50 décimas feitas -confidenciou-me) mas porque penso dar voz a outros poetas ou amantes da poesia da nossa terra e não só.
Do caderno que lhe ofereci e que ele me devolveu passados poucos dias com 60 quadras inscritas passo a transcrever uma dúzia que aleatoriamente copiei.
Verão que vale a pena lê-las.

I
A honra é um dever
Que esta vida contém
Não a consigo esquecer
Porque é minha também
II
Todas as freguesias
Do concelho de Avis
São as minhas simpatias
Num pensamento feliz
III
Linda vila é Valongo
Que continuo a dizer,
O meu gosto é tão longo
Não o consigo esquecer
IV
Que ninguém se iluda
Tudo pode acontecer
Ajudar quem nos ajuda
É humano esse dever
V
Por um caminho ou atalho
Segue o povo que labuta
Quer apenas o trabalho
É a riqueza que desfruta
VI
Tenho pena de quem pena
Por penas que tenha tido
Dizê-las não vale a pena
Para não ficar “desmorecido”
VII
Já comeste e bebeste
Molhaste bem a garganta
Tudo aquilo que disseste
Nada disso me espanta
VIII
Não peço nada a ninguém
Mas aceito o que me dão
Não acho nada bem
Pedir sem ter razão
IX
É tão linda a natureza
Que aquele que a inventou
Não teve bem a certeza
Da beleza que formou
X
À nossa idade avançada
Não há pressa de chegar
Porque ela não está parada
Mas ninguém a pode parar
XI
O poeta João Guilherme
Ama e sente a poesia
Tem o barco e vai ao leme
Cá na sua freguesia
XII
Tudo quanto aqui digo
É sim realidade
Garanto-lhe que fico
Mais feliz e à vontade

Ervedal, Abril de 2008
João António Guilherme
Oferece

quarta-feira, 28 de maio de 2008

É SÓ PARA LEMBRAR QUE AMANHÃ (QUINTA-FEIRA) HÁ CAFÉ COM LETRAS...

É mesmo assim: amanhã, dia 29, há Café com Letras nos Amigos de Aviz. Já estou tão farto de o (a) convidar e você nunca vai que hoje é só mesmo para lembrar.
O convite acima, se o ampliar verá que refere que o orador é o Jornalista JOÃO RUIVO e o tema a debate é a Liberdade de Imprensa.
Tenho dito!

terça-feira, 27 de maio de 2008

JÁ NASCEU O PRINCIPE AFONSO I DE AVIS!!!


EDITAL RÉGIO
Manda El rei D. Sócrates I, Engenheiro por vocação e Rei por devoção, para que conste por todo o território de aquém e além Tejo, que se emita o seguinte edital, o qual vai ser aposto nos locais e sítios do costume e que do mesmo se faça pregão:

-
Informam-se os condados de Vale de Açor, Ponte de Sôr, Malarranha e Avis, nomeadamente os moradores no enclave da Câmara Municipal de Avis, que nasceu ontem, dia 26 de Maio, entre as onze e as onze e um quarto da noite – mais coisa menos coisa - na maternidade da mui nobre e sempre leal cidade de Évora o Príncipe Afonso I de Avis, filho da Princesa Marta de Avis e do Príncipe D. Fernando II da Malarranha. O parto decorreu dentro do previsto e o neófito tem o peso e as medidas condicentes à sua idade. Usando das faculdades que me confere a Constituição Régia, decreto que, seguindo a politica de repovoamento e emprego do nosso território, seja desde já criado um lugar de trabalho na Câmara Municipal de Avis de modo a assegurar o futuro deste nosso novo cidadão.
Em Lisboa aos 27 dias do mês de Maio de 2008, ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O rei
(Assinatura ilegível,
como quase tudo quanto este rei faz
).

Habituado às mentiras do nosso Rei, “DO CASTELO” averiguou por outras fontes a veracidade da notícia e confirma-a.
Segundo o correspondente “DO CASTELO” em Évora o avô materno, o velho Arquiduque Alexandre da Ponte terá oferecido ao Príncipe Afonso uma chupeta em mármore, enquanto o Príncipe D. Fernando II da Malarranha terá oferecido uma mini-bicicleta de montanha ao seu - dele – filho. Por sua vez a avó materna, a Condessa Mariana do Vale de Açor ofereceu ao Príncipe-neto recém-nascido, um livro para anotar as horas extraordinárias quando ele for trabalhar para a Câmara, conforme o decreto Régio acima reproduzido.
Congratulando-se com esta notícia, “DO CASTELO” endereça os mais sinceros parabéns e votos de felicidades para todos quanto se empenharem em fazer esta criança feliz.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

sexta-feira, 23 de maio de 2008

CESTAS DE POESIA (XVII)

Hoje passo a transcrever o último "trabalho de quarenta pontos" como tmbém é conhecida a poesia em décimas, do poeta artesão JOÃO ANTÓNIO GUILHERME, que durante os meses de Abril e Maio foi o poeta em destaque nesta rúbrica. Para a semana e para fecho deste ciclo irei reproduzir algumas quadras soltas do mesmo autor.
Tendo poesia para todos os gostos e todas as ocasiões, eu tenho a sorte de possuir uma boa fatia desse bolo que é a escrita do meu amigo João Guilherme.
Numa altura em que o Benfica se prepara ( mais uma vez, digo eu) para nos prometer que para o ano é que vai ser, nada melhor do que enviar este recado ao Rui Costa, novo homem forte do futebol encarnado. Ele que se cuide pois que o amigo João António Guilherme sabe como resolver a crise e diz assim:
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA
VOU JOGAR PRÓ BENFICA
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA

I
SOU UM BOM FUTEBOLISTA
POR ISSO FUI CONTRATADO
AINDA NÃO TINHA ALINHADO
JÁ ERA UM ESPECIALISTA;
ATÉ O BOM JORNALISTA
BEM ME CLASSIFICA
O POVO O JUSTIFICA
E ME DÁ TODA A RAZÃO
TENHO UMA BOA PROFISSÃO
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA!

II
ESTE GRUPO IRÁ VER
COMO SAIRÁ VENCEDOR
À CLASSE DESTE JOGADOR
IGUAL NÃO PODE HAVER;
PRIMOROSO EM DEFENDER
O MELHOR QUE ME FICA
PICA A BOLA QUANDO PICA
QUANDO NÃO FICA PARADO
COMO ESTOU ENTUSIASMADO
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA!

III
VISTO A MINHA CAMISOLA
TAMBÉM OS MEUS CALÇÕES
BOTAS COM ALTOS TACÕES
COMEÇO A JOGAR À BOLA
A OLHAR P’RÓ BANDEIROLA
ELE TUDO ME INDICA
A BOLA PARADA FICA
EU VOU MARCAR O CASTIGO
É O CAMINHO QUE SIGO
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA!

IV
NEM O PORTO NEM OS LEÕES
NEM BRAGA NEM BOAVISTA
O NOSSO TITULO ESTÁ À VISTA
SEREMOS OS CAMPEÕES
TEMOS BOAS CONDIÇÕES
MUITA VONTADE E GENICA
TODA A GENTE SE PRONTIFICA
A APOIAR O JOGADOR
POR SER UM BOM AMADOR
VOU JOGAR P’RÓ BENFICA!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

ESTOU TRISTE

A mensagem caiu seca no meu telemóvel às 19,35h: “o Torcato morreu.”
Fiquei sem pinga de sangue. Indaguei o que se passara. Sofria de cancro e eu não sabia que o Torcato estava doente. Ainda há pouco tempo estivera com ele no Café da Moagem.
Sendo meu amigo não o era íntimo. Mas era meu amigo e era amigo de Avis.
Estou triste. Todos os que o conhecemos estamos tristes.
Adeus amigo Torcato Sepúlveda... até um dia!
Veja mais pormoneros clicando em baixo:

segunda-feira, 19 de maio de 2008

domingo, 18 de maio de 2008

ONTEM FOI ASSIM: INAUGURAÇÃO DE MANHÃ E ENCERRAMENTO À TARDE

Foto 1 - As portas da Herdade Fonte Paredes abriram-se bem cedo para inaugurar a sua Adega
Foto 2 - A juventude foi presença simpática na inauguração da Adega da Herdade Fonte Paredes

Foto 3 - VI Jogos Florais de Avis: A mesa de honra, um premiado e o apresentador de serviço


Foto 4 - VI Jogos Florais de Avis - CARLOS POEIRAS e MÁRIO COUTINHO - o espectáculo dentro de outro espectáculo



ADEGA DA HERDADE FONTE PAREDES - INAUGURADA DE MANHÃ COM MAIS 500 CONVIVAS!

Começou bem cedo a inauguração da Adega da Herdade Fonte Paredes, do empresário CEREJO que em boa hora resolveu investir em Avis. Com uvas nadas e criadas no concelho de Avis são agora aqui transformadas em vinho de alta qualidade e vendido não só para o país como para o estrangeiro. Ninguém terá dúvidas de que este empreendimento é uma mais valia de alto significado para o desenvolvimento económico do nosso concelho.
“DO CASTELO” endereça os mais sinceros parabéns ao Sr. Cerejo e afirma sem qualquer tipo de bajulação: Avis precisa de muitos mais “Cerejos” como o senhor.


VI JOGOS FLORAIS DE AVIS – ENCERRADOS À TARDE COM MAIS DE CEM AMANTES DA CULTURA!

A Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural, levou a efeito ontem à tarde, no Auditório Municipal de Avis a sessão de encerramento dos VI Jogos Florais de Avis a qual contou na mesa que presidiu à cerimónia, com a presença do Sr. Presidente da Assembleia Geral e do Sr. Presidente da Direcção da ACA, do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Avis (que presenteou a Associação com uma placa comemorativa do 10º aniversário da sua fundação), de uma representante do Município de Avis e de um elemento do Júri. Apesar da responsabilidade cada vez mais acentuada, pelo prestígio que este evento vai ganhando ao longo dos anos, a cerimónia decorreu com a dignidade a que esta Associação nos tem habituado nos eventos por si efectuados. Juntar mais de cem pessoas (sendo que duas delas se deslocaram de Valongo, no Porto) para ouvir poesia penso ser, desde logo, uma acção meritória. Levar o nome de Avis a centenas de terras por esse país fora – é muito importante. Fazer com que esse nome – Avis – ultrapasse mares e seja referido no Brasil (concorreram a estes jogos 5 residentes no Brasil) penso ser excepcional.

DO CASTELO” endereça os mais sinceros parabéns à Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural e afirma, igualmente sem qualquer tipo de bajulação: Avis precisa de muitos mais “Amigos de Aviz” como esta Associação.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

CESTAS DE POESIA (XVI)

Por questões de saúde nem o meu amigo JOÃO ANTÓNIO GUILHERME, nem a Professora Maria Albertina Dordio, natural igualmente de Ervedal, e membro do Júri dos VI Jogos Florais de Avis que amanhã têm a sua sessão de encerramento a partrir das 14,30 no Auditório Ary dos Santos, podem estar presentes neste evento. Achei curioso possuir em meu poder umas décimas que o amigo JOÃO GUILHERME fez e dedicou à Senhora Professora Maria Albertina.
Por razões óbvias passo a transcrevê-las.
Mote:
ESTA GENTIL PROFESSORA
DO QUE PENSA CONCRETIZA
TEM UMA FÉ ENCANTADORA
NO PENSAMENTO DE POETIZA

I
DAR SAÚDE À CULTURA
É O QUE HÁ DE MAIS BELO
EU PRÓPRIO O REVELO
AMO E ESTIMO A LEITURA
É A MAIS LINDA ARQUITECTURA
QUE POSSUIS JOVEM SENHORA
TUA OBRA INOVADORA
CARINHOSA E SIMPÁTICA
DANDO CORAGEM À SUA PRÁTICA
ESTA GENTIL PROFESSORA

II
NO LIVRINHO QUE ESCREVEU
AS PALAVRAS TEEM VOZ
DIZEM-NOS A TODOS NÓS
O QUE MUITO ACONTECEU
POR MIM CONFESSO EU
MUITO ME SENSIBILIZA
ELA NADA IMPROVISA
PORQUE É FIRME E CONSCIENTE
ESCREVE PARA TODA A GENTE
DO QUE PENSA CONCRETIZA

III
NO GÉNERO DE INSPIRAÇÃO
É ÚNICA NO DISTRITO
NUM TEMA CULTO E BONITO
DIGNO DE ADMIRAÇÃO
BEM MERECE UM BRAZÃO
DE FIEL COMPOSITORA
JÁ INEGÁVEL VENCEDORA
DE POEMAS SEM IGUAIS
POR ESSES BONS IDEAIS
TEM UMA FÉ ENCANTADORA

IV
SEJA QUAL FOR O POETA
TERÁ QUE TER TALENTO
QUE RESPONDA AO PENSAMENTO
DA RAZÃO PURA E CONCRETA
CAMINHANDO EM LINHA RECTA
MUITA GENTE SE REGOZIJA
O PRAZER NOS SUAVIZA
AUMENTANDO O SEU VALOR
COM TANTO CARINHO E AMOR
NO PENSAMENTO DE POETIZA

quinta-feira, 15 de maio de 2008

VI JOGOS FLORAIS DE AVIS - SESSÃO DE ENCERRAMENTO

Vai decorrer no próximo sábado, dia 17 a partir das 14,30h no Auditório Municipal Ary dos Santos, a sessão de encerramento dos VI Jogos Florais de Avis, uma iniciativa dos Amigos do Concelho de Aviz - Associação Cultural.
Do programa fazem parte a distribuição de prémios aos galardoados com leitura dos trabalhos premiados, desde que os seus autores estejam presentes ou se façam representar por terceiros, a que se seguirá a actuação dos talentosos jovens acordeonistas avisenses Fábio Coutinho e Carlos Poeiras.
Para fim de festa haverá ainda um lanche ajantarado no Salão da Junta de Freguesia de Avis, aberto a todos aqueles que assistiram ao evento da distribuição de prémios.
As entradas são livres e mesmo que você pense que isto da poesia é "coisa de velhos", pois então aconselhe um "velho" seu amigo a que apareça lá pelo Auditório que ele certamente lhe irá depois agradecer a si a idéia que teve em o avisar de tal.
E porque não, ir você também?

segunda-feira, 12 de maio de 2008

sexta-feira, 9 de maio de 2008

CESTAS DE POESIA ( XV)

O meu amigo JOÃO ANTÓNIO GUILHERME anda adoentado. Não pode ouvir barulho. Para a semana penso ir visitá-lo ao Ervedal. Se assim fôr, depois dar-vos-ei notícias dele. Para já dou-vos mais umas décimas de sua autoria.

Mote:
NA MESMA CAMPA NASCERAM
DUAS ROSEIRAS A PAR,
CONFORME O VENTO AS MOVIA
IAM-SE AS ROSAS BEIJAR!


I
DEU DUAS ROSAS VERMELHAS
DESSE VERMELHO QUE OS SÁBIOS
DIZEM SER DA COR DOS LÁBIOS
ONDE O AMOR PÕE CENTELHAS
DOUTRAS GENTIS PARELHAS
ROSAS BRANCAS VIERAM
SÓ NISTO DIFERENTES ERAM
MAIS NADA AS DIFERENCIOU
A MESMA SEIVA AS CRIOU
NA MESMA CAMPA NASCERAM!

II
DIZEM CONTOS MAGOADOS
QUE AQUELE TRISTE COVAL
FORA LEITO NUPCIAL
DE DOIS JOVENS NAMORADOS,
POR AMOR CONTRARIADOS
ALI SE FORAM FINAR
MAS CONTINUARAM A AMAR
NO ALÉM, TODAVIA
POR ISSO ALI EXISTIA
DUAS ROSEIRAS A PAR!

III
A LENDA TRISTE E SINGELA
CONTA QUE AS ROSAS BRANCAS
ERA AS MÃOS PURAS E SANTAS
DA DESDITOSA DONZELA
QUERER BEIJAR AS MÃOS DELA
COMO OUTRORA O FAZIA
A ROSA BRANCA SE ABRIA
AMEIGANDO-SE DOCEMENTE
BEIJAVAM-SE CONSTANTEMENTE
CONFORME O VENTO AS MOVIA!

IV
QUANDO AS CRIANÇAS BRINCAVAM
JUNTO ÀQUELA SEPULTURA
MUITO AFIRMA E JURA
QUE AS ROSAS BRANCAS CORAVAM
AS VERMELHAS SE FECHAVAM
PARA NINGUÉM LHES TOCAR
MAS À NOITE AO LUAR
JUNTO DUM SÉQUITO DE GOIVOS
TAL QUAL LÁBIOS DE NOIVOS
IAM-SE AS ROSAS BEIJAR!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

AMANHÃ( QUINTA-FEIRA) OS AMIGOS DE AVIZ METEM A MÃO NA MASSA!!!


Amanhã é dia de “Café com Letras”, segundo a rapaziada dos Amigos de Aviz me avisou. Tratar das profissões em desuso é sempre importante mas mais importante se torna quando é possível “trabalhá-las” ao vivo. É o que vai acontecer amanhã, dia 8, a partir das 18 horas, (mais os vinte minutos de tolerância habitual) em que a OLARIA vai ser tratada ao vivo e em directo.
Convidado é ANTÓNIO NEVES SERRA, natural de Flor da Rosa, terra que ombreia com as melhores na arte da olaria. Antes de ter sido funcionário público, o amigo Serra dedicou-se ao fabrico de artigos em barro e amanhã vai ensinar os presentes como se fazem panelas, testos, etc.
Para tal, lá estará uma roda de oleiro mais o respectivo barro/massa, vindo(a) directamente de…Flor da Rosa.
Alvitro até que os pais levem os seus filhos a verem como estas coisas ”nascem” pois que muitos deles só sabem que existem nas lojas, mas como se fazem, nem por isso!
Vá lá, apareça que não se vai arrepender. As entradas são de borla e ainda pode beber um café ou um chá. Que mais quer?

Nota: (à atenção dos agentes das Finanças)
“Do Castelo” garante, sob sua honra, de que não cobra nem nunca cobrou qualquer importância,
pela publicidade que de quando em vez faz referindo as diversas actividades da ACA.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

JOVENS

Foto 1 - "Nuno Jerónimo - 5 anos"
Foto 2 - "Orlando Dias - 76 anos"



Tive que mudar o título deste “post”, pois que o meu primo, já o tinha utilizado na sua última postagem. “Velhos são os trapos” disse então ele e com razão. Mas vamos aos meus factos.
A Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural efectuou ontem o seu IV passeio em BTT, denominado de Circuito das Antas ou algo parecido. O primeiro conceito positivo que se tem de tirar desta iniciativa é o facto dela ser um elo de ligação de amizades, de entreajuda e de sã camaradagem. Num mundo em que cada um se sente bem sempre e só a olhar para o seu umbigo sem se importar com o vizinho do lado (a não ser para o lixar) foi bom ver como os mais “maduros” auxiliavam os “putos” (Rui Correia, João Martins, Mário Velez, Nuno Jerónimo e César Mouquinho) que momentaneamente tinham dificuldades em ultrapassar os mais de trinta quilómetros que teve o passeio. Depois desse espírito de equipa - fora de qualquer equipa - quero realçar aqui duas presenças: o Nuno Jerónimo e o Mestre Orlando. O Primeiro que apenas com cinco anos, repito, cinco anos, conseguiu ombrear com os mais velhos e fazer a totalidade da quilometragem que constituíu este percurso de BTT. Era vê-lo em cima da bicicleta, qual miniatura no meio de “gigantes”. Este é um jovem com fibra. Depois o Mestre Orlando que com os seus setenta e seis anos demonstra uma forma invejável de estar na vida, cheio de vontade de viver e conviver. É preciso realmente ser-se muito jovem, independentemente da idade, para se apresentar no “reabastecimento sólido e líquido, na Senhora de Entre - Águas” vestido a rigor e a servir, com a simpatia que lhe é peculiar, todos aqueles que por lá almoçaram. O Mestre Orlando demonstrou assim que realmente Velhos…são os trapos.
Parabéns a estes dois jovens: a um pelo longo caminho que tem à frente para percorrer, e ao outro pelo longo caminho que já percorreu e pela forma como o percorreu.
Porque nunca é demias, repito-lhe os nomes: Nuno Jerónimo – 5 anos e Orlando Dias – 76 anos!


sexta-feira, 2 de maio de 2008

CESTAS DE POESIA (XIV)

Durante o mês de Maio vamos ainda debruçar-nos sobre as obras não publicadas de JOÃO ANTÓNIO GUILHERME, do Ervedal. Do verso do panfleto publicitário acima reproduzido, retirei a seguinte "obra de quarenta pontos" por ele feita e que passo a reproduzir:
Mote:
Quando fui tirar as sortes
Levava um fato emprestado
Uns sapatos sem contrafortes
Um chapéu já meio usado
I
De vez enquando recordo
esses dias juvenis
Eu simulava ser feliz
E gozava a meu modo
Dizê-lo não me incomodo
Com razões puras e fortes
Escrevo versos e motes
Responsável sou eu
Levei pouco e não era meu
QUANDO FUI TIRAR AS SORTES!
II
A pandeireta enfeitada
Com fitas de várias cores
Pintadinhas às flores
Também era emprestada
Gravatinha engomada
Das meias não estou lembrado
Um lencinho esverdiado
E tantas razões no meu rosto
Para ficar bem composto
LEVEI UM FATO EMPRESTADAO!
III
Bem contente e triunfante
Por ir bem vestido
Já ia a estar esquecido
Deste facto importante
Embora fosse distante
Não havia passaportes
Meus pés eram transportes
Asssim fui à inspecção
Bem agarradinhos ao chão
UNS SAPATOS SEM CONTRAFORTES
IV
A fingir que cantava
Assim passava o tempo
Sem me esquecer um momento
O que para traz ficava
Hora a hora eu pensava
A cismar no passado
Cada vez mais condenado
Sem razão nem motivos
Nuns dias tão festivos
UM CHAPÉU JÁ MEIO USADO!
(João António Guilherme, 1991, Ervedal, Poeta artesão)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

YES!

Foto 1 : "Mirei do lado de cima..."
Foto 2 :"...e remirei do lado de baixo."

Ao princípio pareceu-me ver mal: mirei do lado de cima e remirei do lado de baixo. E veio-me à ideia uma “história” daquelas que se contavam no tempo da outra senhora, senhora que a maioria dos leitores deste blogue já não conheceu, felizmente, digo eu, porque revela acima de tudo que ainda são muito jovens. Mas dizia eu que no tempo da outra senhora não se podia falar como agora. Ai de alguém que chamasse de Engenheiro a um Primeiro-ministro que o não fosse! Então ironizava-se de outro modo. As estradas à altura eram sempre feitas com muitas curvas. Em linha recta poupavam-se quilómetros mas por interesses ocultos a estrada era aumentada na sua extensão. É que os engenheiros, dizíamos nós, eram ingleses e ganhavam ao quilómetro. De cada vez que diziam YES! os nossos empreiteiros percebiam que era para fazer mais um S (esse) e lá saía mais uma curva na estrada.
Estou em crer que quem fez a Ciclovia de Avis não foi nenhum engenheiro inglês, mas não deixa de ser curiosa a curva que ela faz, nas imediações da rotunda da saída para o Alcórrego, no sítio onde até terça feira esteve uma árvore. A sério que o que eu não entendo é o seguinte: então se era para cortar a árvore porque não o fizeram primeiro evitando ali aquele “S”? Por certo que vai ser rectificado, mas lá que saía mais barato, ninguém tem dúvidas que saía.
A não ser que o responsável,
mesmo não sendo inglês, ganhe …ao metro!

P.S.: Já vi os candeeiros bicéfalos iluminados ( aquilo que outros já tinham visto há muito tempo) e francamente que gostei. Bom seria que agora os de cimento do outro passeio, que destoam enormemente com estes, fossem substituidos talvez por "monocéfalos" do mesmo modelo dos novos...