domingo, 31 de agosto de 2008

DE VE SER MESMO MUITO CHATO!!!

Foto: "Por este andar qualquer dia tentam umas grafites..."


As obras para beneficiação da rede de águas e esgotos são sempre de aplaudir. Pede-se acima de tudo que sejam rápidas e eficazes. Passo várias vezes na Rua Machado Santos e verifico que há para aí dois meses que no troço desta rua compreendido entre o entroncamento com a Rua 1º de Maio e a Rua Simão Teles Varela – com prolongamento pela Rua Infante D. Henrique - as obras ali pararam a meio. Existe pelo menos uma derivação da canalização na parede que não foi acabada (nem sequer rebocada) e, por falta do calcetamento, o pó é tanto que os carros ali estacionados apresentam o aspecto que a foto deixa perceber( se quiser ver melhor clique na foto para ampliar). Se isto se verificasse antes da invenção da escrita, vá que não vá, nas agora em pleno Século XXI em que quase toda a gente sabe escrever, há quem não resista e vá deixando uma mensagensita escrita na camada de pó acumulada em cima dos automóveis que por ali pernoitam. Por este andar qualquer dia tentam umas grafites…
Se calhar os responsáveis acharam que haveria outras prioridades que não calcetar o trajecto acima referido, talvez acabar o empedramento da Rua Serpa Pinto (antiga Praça Serpa Pinto) mas efectivamente para quem mora naquela zona, levar com pó em cima a toda a hora, deve ser "chato comó caraças!"

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

CESTAS DE POESIA - (XXXI)

MANUEL GAIATO é mesmo assim. Faz décimas quando lhe dá na "real gana" e quando acha que tem motivos para isso. Um autarca da nossa terra ter-lhe-à prometido a publicação de um livro de poesias. Depois foi adiando a iniciativa a ponto de até hoje o livro não ter sido editado. Inconformado, sentindo que fôra enganado, MANUEL GAIATO escreveu as seguinte décimas:
Mote:
EU PUS-ME A PENSAR NA VIDA
PUS-ME NA VIDA A PENSAR,
FOI QUANDO ME APERCEBI
QUE ME ANDAVAM A ENGANAR

I
PARA ME FAZEREM PROMESSAS
ANDARAM-ME A PERGUNTAR
É MESMO DE LAMENTAR
SÓ ME FALTAVA MAIS ESTA;
SERIA UMA GRANDE FESTA
SE A MISSÃO FOSSE CUMPRIDA
COMO TENHO A SENTENÇA LIDA
ANDO MUITO PREOCUPADO
MAS EU AO VER-ME ENGANADO
EU PUS-ME A PENSAR NA VIDA!

II
TUDO FAZ PARTE DA POLÍTICA
ANDAREM A PROMETER
NADA VÊEM A FAZER
POR VEZES BORRAM A ESCRITA;
DEPOIS NINGUÉM ACREDITA
É DE NÃO ACREDITAR
É MESMO DE LAMENTAR
SEMPRE FOI O MEU PLANO
AO VER-ME NUM GRANDE ENGANO
PUS-ME NA VIDA A PENSAR!

III
EU GOSTAVA DE SABER
QUAL SERIA O CULPADO
PARA FICAR DESCANSADO
EU QUERIA-LHE AGRADECER;
SE NÃO O QUERIAM FAZER
NÃO DEVIAM PENSAR ASSIM
ANDAREM ATRÁS DE MIM
PARA DEPOIS ME DESPREZAR
AO VER O TEMPO A PASSAR
FOI QUANDO EU ME APERCEBI!

IV
EU ACHO QUE AO MEU NASCER
NASCI COM ESTE CONDÃO
QUE HOUVESSE TANTO ALDRABÃO
NÃO ME QUERIA CONVENCER;
TENHO ESTE PROCEDER
ATÉ ANDAVA A GOSTAR
ANDAVA NISSO A PENSAR
ATÉ ESTARIA DESERTO
MAS ALGUÉM SE ARMOU EM ESPERTO
PARA ME ANDAR A ENGANAR!

AUTOR: MANUEL DOMINGOS RODRIGUES (GAIATO/AVIS)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A PASSADEIRA VERMELHA E AS FORÇAS DA REACÇÃO!

Foto 1:"embora a ciclopista não esteja sinalizada...penso que ninguém tem dúvidas que a passadeira vermelha é mesmo para os ciclistas..."
Foto 2: "Deduzo que algum elemento da reacção...se indignou com a proibição expressa de se poder vo(l)tar à direita."




1 – A PASSADEIRA VERMELHA
A passadeira vermelha é o nome carinhoso dado à ciclopista que se estende desde as imediações da Rotunda do Cemitério e a Rotunda Francisco Alexandre, lá no cruzamento para o Clube Náutico. Ora bem, está cada vez mais entranhado entre as nossas gentes esse hábito altamente saudável de passear a pé, principalmente depois de jantar, aproveitando as temperaturas amenas destas noites de Verão. Igualmente saudável o hábito de andar de bicicleta e a melhor maneira de “desmoer” o jantar é dar umas boas pedaladas. Até aqui tudo bem. Mas as coisas complicam-se quando os ciclistas pretendem utilizar a “sua” ciclopista e esta se encontra cheia de passeantes a pé. Ainda ontem assisti a esta situação caricata: iam dois ciclistas no sentido descendente da ciclopista e vinha um casal a subir a mesma, mas a pé. Ora bem, um dos ciclistas teve que sair da pista e do passeio, indo pisar a estrada e depois retomando à pista; o outro, achou por bem não sair da pista e foi travando devagar, ficando ali bem junto dos caminhantes que finalmente lá se desviaram, embora “remordendo” qualquer coisa que não percebi. Mas coisa boa não deveria ser.
Ora vamos lá a ver uma coisa: embora a ciclopista não esteja sinalizada como tal, penso que ninguém tem dúvidas de que a passadeira vermelha é mesmo para os ciclistas e os passeios que a ladeiam para os peões. Ninguém impede que os peões a utilizem igualmente mas à aproximação de ciclistas nada mais têm que fazer que desviarem-se para os passeios até eles passarem. Nada mais, porque é a sua obrigação.
Mas fica uma pergunta: e no dia que se der ali um acidente, para quem vai sobrar a “batata quente”: para o ciclista que é o legítimo utilizador daquele espaço ou para o passeante que se julga com direito a ele?

2 – AS FORÇAS DA REACÇÃO
Este conceito muito em voga durante o célebre PREC parece que ainda se mantém cá pela nossa vila. Eu passo a explicar. Ao cimo da Rua dos Mercadores existe uma placa que indica que é proibido voltar à direita. Ora bem, essa placa, no Domingo de manhã, apresentava o aspecto que a foto indica: partida e deitada abaixo. Deduzo que foi algum elemento da reacção a fazer aquele serviço porque sabendo que cá por Avis vo(l)tar é só para a esquerda, se indignou com a proibição expressa de se poder por ali vo(l)tar à direita.
Hoje já lá estava uma placa nova o que levou a que fosse proferido um comentário de alguém que não concorda, entre outras alterações que por aí pululam, com aquela nova sinalética da nossa vila:
- Se calhar quem estudou estas novas medidas do trânsito, deve ter alguma fábrica de fazer placas…
Esta não lembraria nem ao diabo!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

EM MEMÓRIA

Faz hoje vinte anos que morreu o maior compositor e intérprete que tive o prazer de ouvir. O seu nome é conhecido da maioria de vós: CARLOS PAIÃO. Brincar com as palavras, colocá-las no sítio certo e musicar temas que teimam em perpetuar-se nas nossas memórias era o que o tornava e nos tornava felizes: a morte, essa maldita, assim não o entendeu. Nasceu em Coimbra em 1 de Novembro de 1957 e faleceu em 26 de Agosto de 1 988, em acidente rodoviário, ocorrido em Rio Maior. Em 1 978 já tinha escrito mais de duzentas canções. Recordo do seu reportótio: Pó de Arroz; A Marcha do Pião das Nicas; A canção do beijinho; Zero a Zero; Play Back; Versos de Amor, Arco íris; Quando as nuvens chorarem, etc. etc. etc.
Por favor, em sua memória, oiçam umas das melhores canções, mais ternas e mais bem conseguidas deste infeliz autor médico. A canção chama-se CINDERELA e pode ser vista e ouvida carregando de seguida aqui, em http://www.youtube.com/watch?v=VIqq1XJNkBw&feature=related . É um hino à ternura!
( Acredite meu querido primo do Maranhão, que isto não é nehum plágio às canções da sua (nossa) vida - sobre isto um dia destes vou endereçar-lhe um desafio, prometo.)

domingo, 24 de agosto de 2008

"DO CASTELO" HOMENAGEIA!

Foto 1: "O Sr. MANUEL ALMEIDA LOPES ...nunca se esquece...de levar um saco de plástico para apanhar....as fezes da sua Fofinha."
Foto 2: "Há sempre o perigo de pisar algo igual ou parecida..."



Hoje em dia é chique ter um animalzinho de estimação, nomeadamente um cão que nem necessita de ser um Pit-bull. Por vezes as casas não têm condições para que os animaizinhos de estimação estejam no quintal e têm necessáriamente que irem com os donos darem uma volta por mor de fazerem as necessidades fora de casa. O que acontece é que a maioria dos donos pouco se importam com o local onde os seus animaizinhos de estimação defecam e depois, quando vamos na rua ou com as nossas crianças brincar para os jardins públicos há sempre o “perigo” de pisar algo igual ou parecida com a porcaria apresentado na Foto 2, obtida precisamente num espaço verde da nossa vila.
Felizmente que nem todos assim procedem. O Sr. MANUEL ALMEIDA LOPES, de 69 anos de idade, todos os dias, por volta das nove horas da manhã vai dar uma voltinha com a sua cadelinha, a FOFINHA pelas imediações do Largo do Convento, depósito da água, por aí assim. Mas há uma coisa que o Sr. Manuel nunca se esquece: além da trela, é o de levar um saco de plástico para apanhar e depois deitar no contentor do lixo, as fezes da sua Fofinha. E diz mais o Sr. Manuel:
- Pena é não poder apanhar também o xi-xi…
Sei que o Sr. Manuel não é caso único, mas também sei – aliás todos sabemos e estamos fartos de ver – que a maioria não faz isto. Por isso “DO CASTELO” homenageia, na pessoa do Sr. Manuel Almeida Lopes, toda essa minoria que, possuindo os tais animaizinhos de estimação procedem de modo exemplar para que esses mesmos animaizinhos não se tornem animaizinhos de ódio para as outras pessoas.
Bem hajam pelo vosso civismo!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

CESTAS DE POESIA (XXX)

Foto: "MANUEL GAIATO é um homem do palco"

MANUEL GAIATO é um homem do palco. A dizer poesia ou a cantar o fado com um certo ar de gingão, é ali que se sente bem. É preciso é que façam pouco barulho e que o oiçam com atenção. Já aqui deixei expressa a grande paixão e o carinho que sente pelo fado. A foto acima é disso revelador e as décimas abaixo descritas confirma-no.

Mote:

SER FADISTA FOI MEU SONHO
ACHO QUE NÃO SOU CULPADO;
SINTO UM DESGOSTO TAMANHO
DE NÃO SABER CANTAR O FADO!


I
QUANDO A ALGUM LADO CHEGO
ALGUÉM QUE TOCA GUITARRA
EU FICO LOGO NA FARRA
SEJA TARDE OU SEJA CEDO;
NADA ME METE MEDO
NEM CAMINHO MEDONHO
EU LOGO ALERTA ME PONHO
PARA VER SE POSSO CANTAR
MAS PODEM ACREDITAR
SER FADISTA FOI MEU SONHO!


II
NÃO ADMITO A NINGUÉM
QUE DE MIM FAÇA POUCO
EU SER UM FADISTA LOUCO
ACHO QUE ME FICA BEM
QUEM ESTA VONTADE TEM
NÃO DEVIA SER ENGANADO
DEVIA SER AJUDADO
PARA TER MAIS ALEGRIA
EU GOSTO DA CANTORIA
ACHO QUE NÃO SOU CULPADO!


III
HOJE AQUI CANTA-SE O FADO
EU GOSTO DA BRINCADEIRA
CANTO À MINHA MANEIRA
COMO ESTOU HABITUADO;
NÃO SEI SE SOU CENSURADO
EU NEM A PENSAR ME PONHO
EU ATÉ NEM ME ENVERGONHO
E ASSIM VOU CONTINUAR
POR EU NÃO SABER CANTAR
SINTO UM DESGOSTO TAMANHO!


IV
NINGUÉM ME PODE ENSINAR
O QUE EU NÃO POSSO APRENDER
DEUS SABE O QUE HÁ-DE FAZER
O QUE ME HÁ-DE DESTINAR;
NÃO VALE A PENA PENSAR
NEM ANDAR PREOCUPADO
O QUE FOR ESTÁ DESTINADO
NA MAIOR AFLIÇÃO
TENHO PENAS POIS ENTÃO
DE NÃO SABER CANTAR O FADO!

AUTOR: MANUEL DOMINGOS RODRIGUES (GAIATO/AVIS)

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A PRIMEIRA DIUTURNIDADE JÁ CÁ CANTA!!!!

Hoje há grande festa ali para os lados “ DO CASTELO”.
É que, fazendo fé na certidão de nascimento abaixo reproduzida, faz hoje precisamente CINCO ANOS, (às 15:46h) que nasceu este espaço, tendo assim direito à primeira diuturnidade. Teimosamente lá vai arranjando conversa para entreter um público que já precisava de um jornal na nossa vila, mas que por falta do dito, se tem de contentar com as “baboseiras” que por aqui se vão escrevendo.
Enfim, faz-se o que se pode.
A todos os (milhares e milhares…) que me endereçara(e)m os parabéns desde já o meu obrigado e voltem sempre que de vez enquanto é giro subir e dar uma espreitadela “DO CASTELO”.
Aos meus colegas bloguistas da comunidade avisense, quero agradecer a deferência por, de quando em vez, me referirem nos seus espaços. Por razões familiares e apenas por razões familiares, destaco o meu primo mais velho “DESABAFOS” e o outro primo mais novo, “O MARANHÃO”.
Quem quiser beber uma cervejola à saúde “DO CASTELO”, faça favor de a beber e, como é óbvio… não se esqueça de a pagar, que a vida está má para todos (ou quase...)




Quinta-feira, Agosto 21, 2003
Para começar...

Só cá faltava um "bloggista" com vistas do Castelo. Será que por ser do Castelo mais além, ou será que se encandeia com o sol e só vê o que lhe está realmente perto? A ver vamos... Voltaremos a ver-nos em breve...

# posted by Xico : 15:46

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O TUBÉRCULO FENOMENAL

Foto 1 : "Trata-se de uma peça única..."
Foto 2 - "Quaisquer associações a simbolismos fálicos serão fruto da imaginação e da responsabilidade de quem assim o entender."


As fotos acima reproduzem na íntegra uma batata por mim arrancada hoje. É uma batata e nada mais que isso. Trata-se de uma peça única e não é nenhuma montagem como aliás se pode verificar na foto 1.
Quaisquer associações a simbolismos fálicos serão fruto da imaginação e da responsabilidade de quem assim o entender.
“DO CASTELO” não se responsabiliza por tais desvios transversais, embora também não os condene e até certo ponto os compreenda, dado tratar-se de um tubérculo fenomenal.

sábado, 16 de agosto de 2008

PARABÉNS À VILA DE AVIS PELA PASSAGEM DO SEU 794º ANIVERSÁRIO

Foto:"...a vila de Avis foi fundada por D. Fernando Eanes...em 15 de Agosto de 1214."

Disseram-me e eu fui ver se era verdade: na placa existente no exterior da muralha, junto à Porta de S. Roque, está inscrito que a Vila de Avis foi fundada por D. Fernando Eanes, no dia de Santa Maria, em 15 de Agosto de 1214.
Pela foto acima reproduzida eu apenas consigo ler Fernão Anes, mas por certo que o resto estará lá. Quem sabe ler estas coisas – por exemplo a Mestra em História Dr.ª Marta Alexandre – poderá confirmar ou não esta informação. A ser verdade, e estou em crer que sim, até pela informação que consegui recolher “AQUI”, quer isto dizer que a nossa vila fez precisamente ontem 794 anos. A data passou despercebida a toda a gente já que a sua importância actualmente nada tem a ver com aquela que tinha no tempo em que os freis da Ordem De S. Bento de Avis davam cartas.
Bom seria que se pensasse em 2014 fazer umas comemorações condignas dos 800 anos de existência do nosso burgo.
Porque para essa altura já cá poderei não estar, olhe anote você na sua agenda para que em tempo oportuno possa lembrar a quem de direito que deverá haver festa e da rija para, nesse ano de 2014, comemorar tal efeméride!
Para já resta-me endereçar os meus parabéns à vila de AVIS!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

CESTAS DE POESIA ( XXIX)

Começou hoje a caça. MANUEL GAIATO toda a vida foi caçador mas hoje não foi à caça. A razão é simples, já não há já terrenos livres suficientemente amplos onde se possa caçar à vontade. Está tudo, ou quase tudo, vedado.
Então porque é que ele não se associa numa veda?, perguntará o(a) meu (minha) perspicaz leitor(a). A resposta não sou eu quem lha dou, ela é dada pelo nosso poeta de Agosto das Cestas de Poesia.
Vejamos então o porquê de tal não acontecer nas seguintes décimas de Manuel Domingos Rodrigues, vulgo, Manel Gaiato que com mestria nos relata os seguintes factos:


MOTE:
TODA A VIDA FUI CAÇADOR
E TODA A VIDA CACEI,
HOJE NINGUÉM ME DÁ VALOR
QUAL É A RAZÃO NÃO SEI!

I
FIZERAM UMA VEDA NO RABAÇO
EU JÁ PARA LÁ ME OFERECI
NÃO ME QUISERAM LÁ A MIM
NÃO SEI QUE MAL É QUE EU FAÇO;
MAS EU VOU ARMANDO O LAÇO
FAÇO ISTO A RIGOR
EU ME ARMEI EM PROFESSOR
PARA ALGUNS ENSINAR
EU SEI A CAÇA APANHAR
TODA A VIDA FUI CAÇADOR!

II
VEDARAM BRÁS VARELA
DEPOIS FORAM AO MONTINHO
DEPOIS FORAM AO PAINHO
À TORRINHA E A GRANEL
NÃO QUISERAM LÁ O MANEL
EU JÁ COM ALGUNS FALEI
JÁ OS PAPÉIS ENTREGUEI
MINHA PALAVRA É SINCERA
AINDA HOJE ESTOU À ESPERA
E TODA A VIDA CACEI!

III
É MESMO DE LAMENTAR
OU QUER QUEIRAM OU NÃO
ALGUNS NEM DE CÁ SÃO
MAS PODEM LÁ ANDAR;
EU CONTINUO A ESPERAR
ÀS VEZES COM GRANDE DOR
SE EU LHES PEDIR POR FAVOR
ACHO QUE É CAMINHO ERRADO
JÁ ESTOU VELHO E CANSADO
HOJE NINGUÉM ME DÁ VALOR.

IV
AMIGOS E COMPANHEIROS
DA CAÇA E DE QUALQUER LUTA
ACHAM QUE SOU FILHO DE PUTA
OU QUE NÃO TENHO DINHEIRO;
SEMPRE FUI BOM COMPANHEIRO
TODA A GENTE RESPEITEI
SABEM O MESMO QUE EU SEI
ANTES QUE EU QUEIRA NÃO POSSO
NÃO ME QUEREM LÁ PARA SÓCIO
QUAL A RAZÃO NÃO SEI!

AUTOR: MANUEL DOMINGOS RODRIGUES (GAIATO/AVIS)

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

FINALMENTE...A "ÁGUIA Nº 27"!


Chegou hoje à noitinha o Nº 27 da Folha Informativa Águia da Amigos do Concelho de Aviz - Associação Cultural e que amanhã mesmo vai ser distribuida pelos sócios daquela Associação.
Dedicada ao Mundo Rural desta vez vem mais gordinha, pois que em vez das dezasseis páginas habituais, tem vinte páginas. Daí talvez a dificuldade que teve em chegar até nós (digo eu...)
Em entrevista, Manuel Jacob pergunta, com certo acerto:"Onde estão os lavradores de Avis?"
Profissões em desuso: Sabe o que era um "Roupeiro"? Não? Então leia a Águia, saiba e veja a foto de um avisense que foi 8 anos roupeiro.
Leia um interessante artigo sobre os cortiços e divirta-se com o conto: "Os calores da Srª Pulquéria".
Saiba o que aconteceu no dia 1 de Abril de 1431 e aprofunde os seus conhecimentos sobre Cosme de Campos Callado.
Tudo isto e muito mais nos ensina a Águia, a única publicaçao regular no concelho de Avis

terça-feira, 12 de agosto de 2008

NÃO DEIXEMOS MORRER "OS AVISENSES" - PELO MENOS SALVEMOS A PESCA!



Foto: CARTAZ DE PESCA DESPORTIVA: DIA 15 DE AGOSTO - CLUBE DE FUTEBOL OS AVISENSES

O Clube de Futebol Os Avisenses, como quase tudo em Portugal, atravessa uma grave crise. O cartaz acima informa que se comemora o 63º Aniversário da sua constituição, embora o site do Belenenses nos indique que a o mesmo foi fundado há setenta e nove anos, mais precisamente em 15 de Setembro de 1 929. É a filial nº 12 (dum total de 57) do Clube de Futebol Os Belenenses, segundo ainda o site do Belenenses, embora me tenham informado localmente que a filial era a nº 13. O site de Os Avisenses – http//:avisense.no.sapo.pt/ - diz-nos que não é actualizado desde 01-08-2003, daí não possuirmos dados actuais sobre este Clube, (embora confirme a data de constituição em 15/08/1945 e ser a filial Nº 13) Poderia ter aprofundado melhor qual é a realidade, o que seria extremamente fácil, mas deixo essa investigação a seu cargo...
A par do Futebol, desenvolveu importante actividade na formação de atletas nas áreas do Atletismo, do Voleibol e da Pesca Desportiva. Em futebol conseguiu guindar-se à Terceira Divisão Nacional, sendo que a partir daí foi a derrocada acabando mesmo por neste momento já não ter jogadores seniores. Como diz o ditado, por vezes quanto maior é a subida, maior é a queda. Numa altura de vacas magras, economicamente a situação é muito complicada, constando-se mesmo que haverá elementos dos corpos sociais que avalizaram empréstimos em nome individual e agora estão a passar por momentos muito difíceis.
Mas a razão desta minha escrita tem a ver mais com a Secção de Pesca, pois que até esta tem estado em franco decréscimo. Daqui, do Clube de Futebol Os Avisenses, saíram campeões de alto gabarito como o Rafael, o João Pechincha, o Domingos Cortes, o José Bicha, e outros cujo nome não me ocorre de momento. Alguns deles “transferiram-se” para outros clubes, deixando o da sua terra, por os outros lhes darem melhores condições. No sentido de tentarem dar umas remadas contra a maré, o João Cortes e o António Pulguinhas deram uma pedrada no charco do marasmo da secção de pesca e resolveram organizar um convívio de Pesca Desportiva, com o intuito de revitalizar a actividade dentro do clube. De salientar que o António Pulguinhas também ele é um campeão:


- Já fui por três vezes campeão distrital de veteranos, afirma com legítimo orgulho.


Como não posso, por motivos financeiros facilmente calculáveis, contribuir de outro modo para o êxito deste evento, aqui deixo o repto para que se inscrevam e no próximo dia 15 de Agosto ajudem esta gente a manter vivo um sonho que não é assim tão difícil manter. Como diz o João Cortes:

- Então nós é que temos aqui a água e os peixes e os outros é que para cá vêm pescar?


(Clique no cartaz e tire os elementos necessários para se inscrever e quem sabe não precisará de um barco igual ao do cartaz para transportar todo o peixe por si capturado!)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O ESTENDAL DA DISCÓRDIA

Foto: "O ESTENDAL DA DISCÓRDIA..."

O ESTENDAL DA DISCÓRDIA está acima reproduzido em foto. A história conta-se em poucas palavras: a criatividade aliada a uma certa rebeldia, levou o pessoal do RAPID ( Regeneration Artist Partnership Intercultural Dialogue), constituído por portugueses, finlandeses e ingleses (só?) a fazer este enorme estendal mesmo em frente da porta da Igreja do Convento, em Avis. Foi uma questão de uns quantos mais buracos no património público (coitado, já tão esburacado) e depois prender as cordas de roupa. Trabalhou a criatividade e resultou. Confesso que colocando-me na pele de um RAPID gostava do que tinha feito e achá-lo-ia muito giro.
Depois, no Domingo de manhã, o Sr. Padre passou pelo Largo do Convento, não achou graça nenhuma àquilo,
ali mesmo na sua Igreja. E vai daí, proibiu que fosse entregue a chave da Igreja do Convento para que a mesma pudesse mostrar a sua já conhecida exposição permanente “O Sagrado e o Profano”. Digamos que em termos de exposição, no Domingo passado, só ficou visível “O Profano” enquanto “O Sagrado” ficou a coberto destas manifestações de criatividades pagãs.
Confesso que colocando-me na pele do Sr. Padre também não gostava que aquilo fosse feito na "minha" Igreja.
E você, que opina?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CESTAS DE POESIA ( XXVIII )

Foto: "...na foto a sua actuação em Évora durante um convívio de poetas organizado pela Fundação Alentejo Terra Mãe."


Tinha-vos dito há oito dias que o poeta MANEL GAIATO foi taxista e que não sabe escrever. Esquisito, não é? A explicação foi-me dada pelo próprio:
- Sabe, eu fiz a quarta classe de adulto. Éramos dezoito e só chumbou um porque era mesmo muito burro… Como aprendi o código? Andava a trabalhar no campo e no intervalo para as refeições a minha mulher lia-me as regras em voz alta e eu fixava-as. Depois vi-a os desenhos, ela explicava-me e eu decorava. Fiz exame de condução de profissionais e fiquei bem logo à primeira. Quando era para passar facturas pedia às pessoas que as passassem que eu assinava, que era praticamente só o que sabia fazer.”
Só uma capacidade destas de fixar ideias, justifica o facto do Manel Gaiato arquitectar décimas e de as decorar.
À custa da poesia e de um certo amigo, tem percorrido várias terras para dizer a sua poesia. Na foto acima reproduz-se a sua actuação em Évora durante um convívio de poetas organizado pela Fundação Alentejo Terra Mãe.
Além de declamar as suas poesias, outra das suas facetas é a de cantador de fado e de cantar de improviso.
Adora cantar à desgarrada. Para a semana falar-vos-ei sobre esta faceta, deixando-vos para aguçar o apetite as seguintes décimas da autoria do amigo Manel Gaiato:

Mote:

CANTAR O FADO É CONDÃO
NÃO PODE SER ENSINADO,
JÁ ME DIZ O CORAÇÃO
SÃO RELÍQUIAS DO PASSADO!


I
MEU AVÔ ERA VELHINHO
MAS AINDA O FADO CANTAVA
ERA O QUE ELE MAIS GOSTAVA
DIZIA AO SEU NETINHO,
ME TRATAVA COM CARINHO
DEU-ME A BOA EDUCAÇÃO
POR VEZES ME DAVA A MÃO
ERA O MELHOR QUE SERIA
MAS JÁ ASSIM ME DIZIA
CANTAR O FADO É CONDÃO!


II
O MEU PAI TAMBÉM CANTAVA
TINHA ESSA DEVOÇÃO
CANTAVA DE MÃO A MÃO
QUE ERA ASSIM QUE EU MAIS GOSTAVA,
ELE ATÉ ME ACONSELHAVA
PARA QUE EU FOSSE EDUCADO
PASSASSE POR TODO O LADO
SERIA O QUE DEUS QUISER
CANTA O FADO COMO SOUBER
QUE NÃO PODE SER ENSINADO!


III
MINHA MÃE TAMBÉM CANTAVA
TINHA UMA VOZ FAGUEIRINHA
ENSINAVA-ME CANTIGUINHAS
QUE EU HOJE CANTO PARA ALGUÉM,
ISSO ATÉ ME CONVÉM
TER ESSA RECORDAÇÃO
SÃO HORAS DE AFLIÇÃO
QUE AINDA PODEM APARECER
VOU CANTAR ATÉ MORRER
JÁ ME DIZ O CORAÇÃO!


IV
SÓ EU É QUE NÃO SEI CANTAR
SÓ EU É QUE NÃO SOU FADISTA
MAS GOSTO DA VIDA DE ARTISTA
E ASSIM VOU CONTINUAR,
NÃO VALE A PENA PENSAR
NEM ANDAR PREOCUPADO
SEI BEM QUE SOU CENSURADO
POR EU CANTAR COMO CANTO
MAS DO FADO GOSTAR TANTO
SÃO RELÍQUIAS DO PASSADO!


AUTOR: MANUEL DOMINGOS RODRIGUES (GAIATO)/AVIS

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

É URGENTE SERMOS SOLIDÁRIOS!

Maria João Costa Rijo Micaelo morava no Ervedal. Tinha 33 anos e faleceu ontem. Deixa duas filhas menores: uma com 14 anos e outra com 4 anos.
O funeral vai ser hoje.
Se sempre nos questionamos perante a inevitabilidade da morte acontecer um dia, mais pertinente é perguntarmo-nos porque se morre aos 33 anos. Por certo não se terá chegado ao fim da vida mas tão só a menos de metade.
Maria João não vai ter a sua foto nas capas dos jornais nem tão pouco nas revistas cor-de-rosa. Não por ser menos importante que essas pessoas que por lá aparecem em semelhantes infortúnios, mas tão-somente porque era pobre, vivia no anonimato, como quase todos nós.
A família da Maria João tinha muitas dificuldades económicas. Agora essas dificuldades são redobradas. Nem há dinheiro para cobrir as despesas do funeral. Encontra-se aberta uma subscrição, feita porta a porta no Ervedal para angariar fundos que possam suprir essa necessidade.
Porque hoje (pensamos, nós) estamos bem e não precisamos de ajuda, ninguém nos garante que amanhã o estejamos e não precisemos nós de ser ajudados. Por isso há que ser solidário e o apelo que é lançado “DO CASTELO” é que todos quantos possam e queiram, façam chegar o seu contributo para esta causa à Junta de Freguesia de Ervedal, ou ao Sr. Paulo Jorge, na Cooperativa de Consumo. Eles se encarregarão de gerir esta aflitiva situação. Não importa quanto nos é possível dar. Mas é imperioso que cada um de nós contribua com o que puder. Se não fôr hoje, amanhã.
À Ana Micaelo, que é amiga da minha “filha”, vai um beijo de profundo sentimento e pesar do tamanho do mundo, sabendo embora que ninguém lhe pode restituir a ela e à irmã o melhor bem que acabam de perder: a sua mãe.
Vamos todos ser solidários!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

"O TODO", "A PARTE" E O "À PARTE"

Foto 1 - "O TODO..."
Foto 2 - "A PARTE..."

Foto 3 - "À PARTE..."


O todo do complexo do Clube Náutico, visto à distância, é um paraíso: parque de campismo, sombras, praia fluvial, piscinas, parque infantil, restaurante. Visto à distância diremos que ali é o Paraíso do Norte Alentejano.
A parte negativa revela-se quando nos aproximamos e começamos a ver mais de perto. Aquilo que deveria ser uma relva bonita e aparada nas laterais das escadas que nos levam ao parque infantil, mais não é que erva regada. E atenção: na cerca que protege o espaço das piscinas crescem demasiadas silvas que já quase arranham viaturas e visitantes que por ali se passeiam a pé. Sendo estas umas plantas vivazes, só há uma maneira de evitar a sua rápida propagação: é pô-las com as raízes ao sol, arrancando-as e retirando-as dali. Palavra que até gosto de amoras, mas "amoras ali, “jamé”!”, parafraseando um célebre ministro da nossa República e do nosso Governo Central.
À parte tudo isto, continua a não haver restaurante, as plantas que em vasos enfeitavam a entrada deste, secaram e deixam agora transparecer um sentimento de abandono que leva muita gente a dizer, como hoje mesmo ouvi: “Parece mentira, com tanta água aqui, deixaram morrer as plantas à sede”.
E era tão fácil arrancá-las para evitar ouvir desabafos desta natureza...
Mesmo assim continuo assíduo apaixonado do nosso Clube Náutico e com enormes expectativas de que as coisas por ali melhorem a curto prazo.





sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CESTAS DE POESIA ( XXVII)

Foto: "...MANUEL DOMINGOS RODRIGUES É O MANEL GAIATO"
Se chegarem a Avis e perguntarem pelo MANUEL DOMINGOS RODRIGUES, certamente que lhe dirão que não sabem quem é e se calhar até lhe dirão que não é cá da terra. Mas se perguntarem pelo MANEL GAIATO, por certo que 95% da população da vila de Avis lhe sabe dizer quem é. Ao fim e ao cabo são uma e a mesma pessoa: Manuel Domingos Rodrigues é o Manel Gaiato!
Durante as cinco sextas-feiras de Agosto vou dar-lhes a conhecer trabalhos deste autor, nascido a 16 de Janeiro de 1935, na Freguesia de Alcórrego/Avis, mais precisamente no Monte da Courela. Ao longo das semanas irei dando mais informação sobre este homem que foi taxista, que não sabe escrever mas que sabe fazer poesia de quarenta pontos.
Para começarmos o mês eis a primeira obra que recolhi junto deste autor:


Mote:
O QUE O PAI É PARA UM FILHO
E O FILHO NÃO É PARA O PAI:
QUANDO ME ENCONTRAR VELHINHO
É P’RÓ ASILO É QUE VAI
!

I
CRIEI UM COM MUITO GOSTO
DEI-LHE BOA CRIAÇÃO
NUNCA LHE DIZIA QUE NÃO
P’RÓ TRAZER BEM DISPOSTO;
HOJE, DE LÁGRIMA NO ROSTO
A VIDA É UM SARILHO
SE ME TOCAM NO GATILHO
COMEÇO LOGO A DISPARAR
ASSIM SE PODE IMAGINAR
O QUE O PAI É PARA UM FILHO!

II
ESPERO PELA RECOMPENSA
QUE ELE, O MEU, ME QUEIRA DAR
DEPOIS DE CRIADO ESTAR
JÁ LHE FALTA A PACIÊNCIA
É FILHO DA INOCÊNCIA
NUNCA DIZ PARA ONDE VAI
SE TEM MUITO AINDA QUER MAIS
TUDO QUANTO TENHO LHE DOU
EU PARA ELE ASSIM SOU
E O FILHO NÃO É PARA O PAI!

III
DEI-LHE A BOA CRIAÇÃO
ESPERO QUE ELE É EDUCADO
POR TODOS É ESTIMADO
QUE NINGUÉM ME DIZ QUE NÃO,
BOM FILHO DO CORAÇÃO
VOU INDO DEVAGARINHO
EU VOU ESCOLHENDO O CAMINHO
POR ONDE EU HEI-DE PASSAR
QUANDO TU ME FORES MANDAR
QUANDO ME ENCONTRAR VELHINHO!

IV
A VIDA É MESMO ASSIM
O MEU DESTINO É FATAL
OLHA QUE NÃO TE FICA MAL
SE QUISERES CUIDAR DE MIM,
SE QUISERES VER O MEU FIM
DEUS IRÁS “PERDOAIS”
NÃO VALE A PENA DAR AIS
QUE A VIDA É UMA TOLICE
QUANDO CHEGAR À VELHICE
É P’RÓ ASILO É QUE VAI!

AUTOR: MANUEL DOMINGOS RODRIGUES (GAIATO) /AVIS