Na
semana em que
se
suicidou o Joaquim Maria, também conhecido por Quim Preto, como ele próprio se
intitulava;
na
semana em que
o Quim parecia andar psiquicamente controlado - quem sabe se não
andasse teria feito o que fez – e se suicidou e porque para mim uma morte é
sempre uma morte nem que seja de alguém a quem muitos repudiam,
nesta
semana não haverá foto da semana em sinal de luto pelo Joaquim Maria;
na
semana em que
a
zona envolvente da Rotunda Célia Patinho, em Avis, entrou de novo em ebulição,
agora por causa de um maldito sinal de paragem de transportes públicos, que
impedem os carros de “acamparem” nas suas proximidades imediatas – a culpa é do
código ou da colocação do sinal?;
na
semana em que
se
anuncia para o próximo dia 3 de Novembro mais uma noite de fados organizada pela
casa do Benfica, em Avis;
ne
semana em que
se
vai realizar no próximo Domingo, com concentração na Sede da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural
( ACA), a partir das 08h45m, uma caminhada da iniciativa da Associação Gente,
tendo a ACA como parceira;
na
semana em que
terminou
com assinalável êxito, mais uma Edição, a quarta, dos “Escritos &
Escritores”, organizada pela ACA;
na
semana em que
continuou
aberta ao público a exposição de pintura intitulada “Nas cores do Sul” da
autoria da pintora Mingó;
eis
que chega mais uma Cesta de Poesia.
JOSÉ
DA SILVA MÁXIMO, poeta popular de Santo António das Areias, fez precisamente há
dez anos umas Décimas dedicadas ao Alqueva. Agora que parece ter começado a
chover para encher as Barragens, eis o que o “Mestre das Décimas” nos diz:
(2002)
Meu
Alentejo vais ter,
Pois
já não pode falhar,
Muita
água p’ra beber
E
p’ra teus campos regar
Terminou
a construção
No
leito do Guadiana
Na
fronteira Alentejana
Do
Alqueva o paredão;
Agora
o grande pegão
Logo,
logo vai encher,
Para
mais tarde correr
Numa
rede de canais
Que
em teus solos de trigais
Meu
Alentejo vais ter.
A
linda aldeia da Luz
Foi
assim sacrificada
Submersa
e inundada
Porque
assim foi sua cruz;
Também
Cristo, o Jesus
Se
deixou cruxificar
Vindo
a ressuscitar
Como
ela vai ressurgir
E
vai voltar a sorrir
Pois
já não pode falhar.
Gastaram-se
nessa obra
Uns
escudos aos milhões,
Muitos
euros aos montões
Que
nós não temos de sobra!
É
o progresso quem cobra
Para
depois devolver,
O
que irá acontecer
Em
breve será altura,
E
vai haver com fartura
Muita
água p’ra beber.
Parece
que já estou vendo
Os
teus campos verdejantes
Mais
verdes do que eram antes
Quando
não estava chovendo!
Já
estou compreendendo
Que
Alentejo vais ficar
Transformado
num pomar
Do
litoral à fronteira
Vais
ter água na torneira
E
p’ra teus campos regar.