Na semana em que chegamos ao último dia do mês de Setembro; na semana em que os ânimos andam quentinhos cá por Avis por mor da construção de uma rotunda nas imediações do Mini Mercado Pires e Salvaterra; na semana em que a Câmara deu público conhecimento daquilo que há muito era de esperar: a água que abastecia a vila, vinda lá da Barragem de Póvoa e Meadas não tem qualidade, chegando mesmo barrenta às nossas torneiras; na semana em que se realiza (já amanhã) um grande espectáculo de dança no casão da Casa do Benfica em Avis, na Zona Industrial desta vila; na semana em que uma juíza teve a “infeliz” ideia de mandar cumprir uma pena de prisão ao Transmontano Isaltino Morais, que a deve; na semana em que segundo li hoje na Net/Sapo, Isaltino poderia continuar à frente dos destinos da Câmara de Oeiras, apesar de preso – mas que país é este?; na semana em que a estas horas também já soltaram o cidadão Isaltino Morais, eis que chega a nossa Cesta de Poesia.
Ainda JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, que hoje nos oferece umas Décimas que “rezam” assim:
Foi Deus que criou o Mundo
É Deus que a vida desfaz;
Vai-se a vida num segundo
Deixando a saudade atrás.
O nascer e o morrer
Nunca depende de nós;
Tanto os pais como os avós
Nada nos podem fazer;
Temos de compreender
Que um simples “vagabundo”,
Não faz mais que ir ao fundo
Nas ambições que ele encerra,
Não é dele o Céu e a Terra!
Foi Deus que criou o Mundo.
Se a nossa sorte é madrasta
Não nos dá felicidade,
Seja no campo ou na cidade
O tempo tudo desgasta;
Somos “ministros” sem pasta
Enganos que a vida traz,
Nem sequer somos capaz
De saber quando acabamos,
Pois quando menos pensamos
É Deus que a vida desfaz.
Tudo o que há no Universo
Se fez por obra de Deus:
Feito por caprichos seus
Tão romântico como um verso!
Tudo perfeito e diverso
Da Providência oriundo,
Extasiado me confundo
E obrigo-me a comentar:
Custamos tanto a criar
Vai-se a vida num segundo.
Leva-se a vida a fazer
Preces pelo nosso bem,
Pedindo àquele que tem
Sobre nós o seu Poder;
Ele vai sem nos dizer
Dando aquilo que é capaz,
Horas boas, horas más,
Com muita esp’rança iludida,
E um dia acaba-se a vida
Deixando a saudade atrás.