terça-feira, 30 de setembro de 2003

ERRATA

Em " FOMOS AO CENTRO DE SAÚDE DE AVIS E VIMOS..." onde se lê autómato deve ler-se autómata e onde se lê compartimentais deve ler-se comportamentais.
As nossas desculpas.

FOMOS AO CENTRO DE SAÚDE DE AVIS E VIMOS...

Durante a semana que passou tivemos necessidade de ir ao Centro de Saúde de Avis, acompanhar um elemento da equipa DO CASTELO. Dirigimo-nos ao SAP erradamente e depois dirigimo-nos ao balcão de atendimento do outro lado do edifício.
Ficámos agradavelmente surpreendidos com as modificações registadas. Água potável para beber com copos descartáveis; flores que alindam um local onde cada um de nós vai sempre ou quase sempre de contra vontade. Somos daqueles que gostamos de flores e imagine-se que até oferecemos flores com certa regularidade. Até aqui tudo bem.
Mas, há sempre um mas. Fomos atendidos de uma maneira profissional, sem reclamações a fazer ( senão teríamos solicitado o livro amarelo, como é óbvio) mas notámos nos funcionários e funcionárias com quem contactámos e que constituem parte das diversas equipas daquele Centro de Saúde uma expressão de quem está ali a trabalhar contrafeito. Não foi a primeira vez que ali nos dirigimos e sempre achámos as pessoas ali empregadas com um ar muito mais descontraído, trabalhando de um modo mais natural, mais liberto, com mais alegria pelo trabalho executado, menos tenso, não tendo nada a ver com o ar circunspecto que agora apresentam, parecendo cumprir a sua missão mas de uma maneira quase autómato e por obrigação. Não sabemos porquê deu-nos a impressão, obviamente errada, que algumas estampavam no semblante um ar de receio, de medo por algo que não conseguimos compreender. Que se passará por ali?
Será que só contactámos com os que apresentam estas alterações compartimentais e os “outros” que não tivemos oportunidade de contactar estão todos como dantes?...
Estarão com medo da “atípica” ou o busílis da questão será outro? QuemsouberqueexpliqueaodoCasteloqueestemuitoagradeceobrigado!

MAIS VALE TARDE...

MAIS VALE TARDE... DO QUE NUNCA, TAMBÉM É PROVÉRBIO QUE SE DIZ AQUI DO CASTELO. VEM ISTO A PROPÓSITO DE SÓ AGORA DARMOS OS NOSSOS PARABÉNS ( ATRASO IMPERDOÀVEL) AO ZÉ ARMANDO PELO SEU MAGNÍFICO PORTAL DE AVIS.
PARABÉNS PELA INICIATIVA. VOCÊ É UM CAMPEÃO!!CONTINUE COM FORÇA E COM GARRA...

segunda-feira, 29 de setembro de 2003

NO FIM DE SEMANA É SÓ CHONAR...

Verificamos aqui DO CASTELO que os bloguistas de Avis aos fins de semana não fazem nenhum. A actividade recomeça só na segunda feira. Será que as mensagens só são impressas durante as horas de trabalho? Ai se o Ministro Bagão Felix sabe lá sai mais um imposto agora sobre os bloguistas, essa nova categoria social (?). O melhor é ir fazendo qualquer coisa durante os fins de semana, ainda que pouco, para não dar tanto nas vistas.
Entretanto avisamos que do lado de Aldeia Velha se avista bastante escuro no céu. Ou nos enganamos muito ou aproxima-se a chuva, essa chata. Nem nos queremos lembrar de tal. Irra que nunca mais chega o Verão!!



domingo, 28 de setembro de 2003

FALECEU O MANUEL OURIVES. PAZ À SUA ALMA!

Ouvimos “dobrar” o sino da Igreja Matriz, aqui tão perto da nossa casa, aqui tão perto DO CASTELO. Pensámos em duas ou três pessoas amigas que estão gravemente doentes. Desde logo lembrámo-nos do Manuel Charuto. Nisto toca o telefone e a notícia confirma um outro óbito: morreu o Manuel Ourives. Era mais um filho de Avis, por adopção . Chegou aqui com uma bicicleta pedaleira com que percorria os montes todos a vender ouro. Daí o seu anexim. Mais tarde dedicou-se à venda de armas, essencialmente de caça. Negociante a 100%, granjeou a simpatia de todos. Aqui vinha comprar armas ou cartuchos gente de todos os lados. Consideravam-no, antes de negociante um amigo.
Viveu em Avis o conturbado 25 de Abril, naquele tempo em que só havia duas hipóteses: ou se era do Partido (Comunista) ou se era contra o partido e contra a revolução. Manuel Ourives não era do partido. Um dia, avisado por amigos, teve que fugir de casa, pois aqueles (comunistas) queriam matá-lo. Regressou passados uns dias e imaginem só, foi precisamente aos comunistas que, naquela época, acabou por vender mais caçadeiras. O destino tem destas incongruências!
MANUEL AUGUSTO MENDES MANATA, foi dos que chegou a Avis com uma mão à frente e outra atrás, que por cá singrou, mas de certeza que nunca disse mal de Avis.
DO CASTELO apresentamos sentidas condolências à família e desejamos sinceramente que descanse em paz, porque o merece.

PORQUE HOJE É DOMINGO...

Domingo é domingo e por isso pedimos a voz ao Paco Bandeira e daqui, bem do alto DO CASTELO, cantamos aos quatro ventos estes versos de EDUARDO OLÍMPIO, de Alvalade Sado (1933), e inseridos na II série dos cadernos culturais da Câmara Municipal de Vila Viçosa:


Aos domingos vamos ao campo somos felizes
Aos domingos vamos á praia beber areia
Aos domingos temos colcheias temos narizes
Aos domingos somos aranhas fora da teia

Aos domingos pomos o filho no balancé
Aos domingos a doce esposa tem mais um beijo
Aos domingo somos o calmo senhor José
Aos domingos espetamos ponte nos rios do Tejo

Aos domingos há piquenique e grafonola
E o Benfica que vai pagá-las em Alvalade
Aos domingos há o canário que na gaiola
Canta a canção de mais um dia de liberdade

sexta-feira, 26 de setembro de 2003

PORQUE QUEREMOS OFERECER BOA POESIA A QUEM NOS VISITA...

DO CASTELO tivemos acesso ao MENSAGEIRO DA POESIA, editado pela Câmara Municipal do Seixal. No seu nº 61 - Setembro de 2003- consta o seguinte poema da autoria de ROSA LOBATO FARIA, que transcrevemos com a devida vénia, esperando que gostem tanto como nós.


De todas as palavras escolhi água
porque lágrima, chuva, porque mar
porque saliva, bátega, nascente
porque rio, porque sede, porque fonte.
De todas as palavras escolhi dar.

De todas as palavras escolhi flor
porque terra, papoila, cor, semente
porque rosa, recado, porque pele
porque pétala, pólen, porque vento.
De todas as palavras escolhi mel.

De todas as palavras escolhi voz
porque cantiga, riso, porque amor
porque partilha, boca, porque nós
porque segredo, água mel e flor.

E porque poesia e porque adeus
de todas as palavras escolhi dor.

quinta-feira, 25 de setembro de 2003

UNA QUESTÃO DE ASSINATURA...

DO CASTELO avistámos Benavila, também conhecida por BENA. Percorremos as suas ruas e parámos a admirar essa obra importante que é o chamado Asilo de Benavila, ou seja a Fundação Casa de Repouso Dona Maria Madalena Godinho de Abreu.
Repentinamente, sem sabermos muito bem por quê veio-nos à ideia uma notícia, daquelas notícias que de repente aparecem na praça pública e que depois, quase tão misteriosamente como aparecem, desaparecem sem darem a conhecer o desfecho final.
Ora em meados de Julho/Agosto deste ano, constou-se publicamente que uma determinada funcionária da referida Casa de Repouso tinha sido notificada da não renovação do seu contrato de trabalho através de uma carta que, embora tivesse a assinatura do Sr. Presidente daquela Instituição, este afirmava categoricamente que não tinha assinado a referida carta.
O tempo tudo esquece e de concreto apenas sabemos que a referida funcionária já não é trabalhadora daquela Instituição, não sabendo nós, porém, se na realidade o Sr Presidente tinha ou não assinado a carta. Se tinha como podia dizer que não tinha; se não tinha como é possível rescindir com uma assinatura que não foi feita?
Se por acaso algum de vós souber o final deste imbróglio façam favor de no-lo contar. DO CASTELO agradecemos reconhecidamente!


quarta-feira, 24 de setembro de 2003

PEDIMOS DESCULPAS...

Aqui DO CASTELO pedimos desculpa pela dose dupla e POESIA DE CORDEL... mas a verdade é que a dita era tanta naqueles tempos que de vez em quando estávamos a ler o mesmo duas e três vezes.
Me perdoa, tá?

COMO VAMOS DE POESIA DE CORDEL?

Ainda se lembram o que era “a poesia de cordel?”. Pois bem, expostos em cordéis e seguros com molas de roupa, qual estendal, podiam ver-se folhas amarelentas, tipo A4 repletas de histórias de faca e alguidar ou de quadras como estas, editadas pela Tipografia Beira Serra - Guarda:, “visado pela Inspecção de espectáculos” e que DO CASTELO transcrevemos tal qual o original, pontuação inclusive!
Trata-se de uma edição de 1957!

UM SOLDADO QUE AO VOLTAR DA ÍNDIA SOUBE QUE SUA MÃE NÃO ERA VIVA

Do Continente um soldado
Para a Índia mobilizado
Ao serviço da Pátria amiga
Dois anos lá demorou
Só soube quando voltou
Que sua mãe não era viva

Ao partir o militar,
Fez toda a gente chorar
Na aldeia pode crer
A pobre mãe já sem brilho
A chorar diz ao filho
Vai cumprir o teu dever

Despediu-se de toda a gente
Depois seguiu tristemente
Longe da sua casinha
Com um branco lenço acenava
E desta forma falava
Até um dia mãezinha

Deixou então de se ver
Lá foi cumprir o seu dever
O sincero rapaz porém
Foi embarcar a Lisboa
E assim que chegou a Goa
Escreveu logo à pobre mãe

E a carta dizia assim
Mãezinha não chore por mim
Não é caso para chorar
Dou-lhe um abraço mãe querida
Igual ao da despedida
Quando eu aí chegar

A mãezinha ainda respondeu
Dizendo filho meu
Eu fico bem felizmente
Pois mandou assim dizer
Para o não entristecer
Porque ele estava doente

Passados dias morreu
De novo o rapaz escreveu
Mandando o retrato à mãe
Porém as irmãs daquela
Escrevem dizendo que ela
Era viva e estava bem

Assim viveu enganado
Lá na Índia o bom soldado
E ao regressar resoluto
Na fé da mãe abraçar
Mas fica logo a chorar
Ao ver as tias de luto

Este pergunta porém
Eu não vejo minha mãe
O que foi que sucedeu
E as tias dizem então
Tua mãe do coração
A pensar em ti morreu

Que desgosto tão profundo
Outro igual não há no mundo
Minha boa e santa mãe
Morreu, que quadro tão triste
E eu peço a Deus se ele existe
Que me leve a mim também

E COMO VAMOS DE POESIA DE CORDEL?

Ainda se lembram o que era “a poesia de cordel?”. Pois bem, expostos em cordéis e seguros com molas de roupa, qual estendal, podiam ver-se folhas amarelentas, tipo A4 repletas de histórias de faca e alguidar e de quadras como estas, editadas pela Tipografia Beira Serra - Guarda:, “visado pela Inspecção de espectáculos” e que DO CASTELO transcrevemos tal qual o original, pontuação inclusive!
Trata-se de uma edição de 1957!

UM SOLDADO QUE AO VOLTAR DA ÍNDIA SOUBE QUE SUA MÃE NÃO ERA VIVA

Do Continente um soldado
Para a Índia mobilizado
Ao serviço da Pátria amiga
Dois anos lá demorou
Só soube quando voltou
Que sua mãe não era viva

Ao partir o militar,
Fez toda a gente chorar
Na aldeia pode crer
A pobre mãe já sem brilho
A chorar diz ao filho
Vai cumprir o teu dever

Despediu-se de toda a gente
Depois seguiu tristemente
Longe da sua casinha
Com um branco lenço acenava
E desta forma falava
Até um dia mãezinha

Deixou então de se ver
Lá foi cumprir o seu dever
O sincero rapaz porém
Foi embarcar a Lisboa
E assim que chegou a Goa
Escreveu logo à pobre mãe

E a carta dizia assim
Mãezinha não chore por mim
Não é caso para chorar
Dou-lhe um abraço mãe querida
Igual ao da despedida
Quando eu aí chegar

A mãezinha ainda respondeu
Dizendo filho meu
Eu fico bem felizmente
Pois mandou assim dizer
Para não o entristecer
Porque ela estava doente

Passados dias morreu
De novo o rapaz escreveu
Mandando o retrato à mãe
Porém as irmãs daquela
Escrevem dizendo que ela
Era viva e estava bem

Assim viveu enganado
Lá na Índia o bom soldado
E ao regressar resoluto
Na fé da mãe abraçar
Mas fica logo a chorar
Ao ver as tias de luto

Este pergunta porém
Eu não vejo minha mãe
O que foi que sucedeu
E as tias dizem então
Tua mãe do coração
A pensar em ti morreu

Que desgosto tão profundo
Outro igual não há no mundo
Minha boa e santa mãe
Morreu, que quadro tão triste
E eu peço a Deus se ele existe
Que me leva a mim também











terça-feira, 23 de setembro de 2003

TRABALHO REPARTIDO É MUITO MENOS SOFRIDO... OU A HISTÓRIA DE UM SLOGAN!

Realmente DO CASTELO avista-se muito. Verificámos há menos de meia hora esta situação: ao fundo do Ferragial das Amendoeiras, para abrirem um pequeno buraco a fim de repararem o alcatrão, estavam em circulo (apertado) 7 - empregados camarários-7!
Dado que se não todos, a esmagadora maioria dos ali presentes pertencem à CDU, conseguimos finalmente desvendar a razão do célebre slogan : CDU É OBRA!

segunda-feira, 22 de setembro de 2003

DESCONTRAIA!!!

DO CASTELO aconselha: descontraia-se ouvindo rádio de qualidade. Sintonize em 106.7 FM e descubra você mesmo...

CAIU O PANO SOBRE A NOSSA FEIRA, VERSÃO 2003!

Caíu o pano sobre a nossa Feira. Pensamos que os objectivos dos organizadores foram alcançados, já que os objectivos daqueles que pensaram em amealhar uns cobres, proveniente das vendas efectuadas durante o certame, ficaram um pouco desiludidos. Dizia-nos uma “expositora” que se não fosse o convívio nem “dava à conta cá vir”. Fruto de uma crise que, não se sabendo muito bem de onde é originária e que teimosamente se mantem por cá, é impensável fazer bons negócios por cá, por lá e por todo o lado. Entenda-se “negócio” como actividade lícita.
DO CASTELO contabilizou e concluiu que João Pedro Pais deu espectáculo ( cerca de 4000 pessoas contabilizadas cá do alto - e a fila junto à Porta do Anjo que lentamente se escoava para o interior do Largo do Convento?), as exposições estavam deslumbrantes, e o fogo de artifício um fascínio. Pena que ao ribombar do último foguete tudo tenha voltado à estaca zero. Quem já deve estar a trabalhar na próxima exposição é aquele amigo dos mármores, cujo nome não me lembro de momento. Força rapaz, és um talento!
Até p’ró ano!!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2003

VEM AÍ A NOSSA "FÊRA"

Começou a contagem decrescente para a inauguração da fêra de Avis, da nossa fêra de Setembro. E que local mais priveligiado do que aqui DO CASTELO para assistir a tudo? Digamos que vamos ver a fêra de palanque...
Recomendamos vivamente as exposições. Entre pela Porta do Anjo e no museu assista às exposições de fotografia: António Calhau e seu filho Ricardo, que são uns “experts”. Por sua vez os fotógrafos da Maratona Fotográfica deram o seu melhor. Se preferir entre pelas Portas de Évora e visite a exposição de escultura “Jardim de Pedra” daquele que durante a fêra do ano passado apresentou a exposição mais mediática, de seu nome Francisco Alexandre, ali na Sede dos Amigos do Concelho de Avis. Depois rume ao posto de turismo e delicie-se com as pinturas de Ana Rosado. Siga, vá por aí adiante e veja as exposições de todos os artesãos que lhes mostrarão as potencialidades de todo um povo feito trabalhador.
Aqui DO CASTELO, vamos estar atento à sua passagem. Depois não nos venha dizer que veio à fêra e que fomos nós que não o vimos.
Ah! Atenção. Fiquem atentos à “Revista da Feira” a emitir pela Além-Tudo. Estamos curiosos em conhecê-la!

BOA FÊRA PARA TODOS, SÃO OS VOTOS DO CASTELO!

quarta-feira, 17 de setembro de 2003

VIMOS O "TI JOÃO CAGA BARRO"

Encontrámos o TI JOÃO CAGA BARRO, ali bem à sombra DO CASTELO. Relembrou-nos o seu verdadeiro nome: João Leão Carvalho do Telheiro, mais conhecido ou apenas conhecido por Ti João Caga Barro, com anexim a merecer referência no “Tratado das Alcunhas Alentejanas” ( Pag.137).
Para quem não o conhece ou conheceu devemos dizer-lhes que este senhor foi uma figura característica de Avis de outros tempos. O Ti João Caga Barro era o pregoeiro desta vila. Era curioso vê-lo, balançando-se sobre uma das pernas por motivo de uma deficiência que o obrigava a coxear, a calcorrear as ruas da vila que na altura ainda não se tinha estendido muito para além DO CASTELO. Não havia o Bairro do Clube Náutico, nem o do Serradão e nem se sonhava com esta nova urbanização situada agora além do Centro de Saúde e aquém do cemitério. Assim o lugar ideal para apregoar era junto às grades que dividem a Rua António José de Almeida do Outeiro da Saudade, ponto Central da vila.
Quem tinha perdido alguma peça de valor, mesmo que estimativo dizia ao Ti João e ele lá gritava com o seu enorme vozeirão:
- Perdeu-se uma pulseira de criança na Rua dos Mercadores...
Ou então qualquer outro pregão desde que encomendado:
- Quem quiser carne boa vá ao Talho do Jeremias...

Que bom recordar esses tempos em que Avis ainda não se tinha descaracterizado... Como recompensa, eram-lhe dado uns trocados, que consistiam em 5 ou 10 escudos. Por vezes, se a coisa mandada apregoar não aparecia o Ti João apenas ganhava um obrigado de quem pouco mais tinha para lhe oferecer.
Gostámos de falar com ele. Disse-nos que ia “beber um café ali ao bar dos Reformados” mas antes fez questão de nos dizer que nasceu em Dezembro de 1913 num dia que não fixámos e quis igualmente demonstrar-nos que está ali para as curvas, pois apesar da bengala que o acompanha teimou em se dobrar pela cintura e tocar com a mão direita na biqueira de cada sapato, sem dobrar os joelhos.
Valente TI JOÃO CAGA BARRO!, não fôra a falta de voz e ainda o ouviríamos a gritar apregoando, agora não só no Outeiro da Saudade, mas por todas as ruas e vielas desta vila, e sem grandes hipóteses de êxito:
- Perdeu-se o respeito que antigamente havia pelos mais idosos, por favor devolvam-no à Juventude!
Ou então,
- Pede-se a toda a gente que tenha encontrado um pouco de vergonha, que a estampe bem no meio da cara...
Sr. João Leão Carvalho do Telheiro, receba aquele abraço bem apertado de gratidão por nos ter feito recordar a AVIS dos anos 70/80. Bem haja e Deus lhe dê muita saúde!

segunda-feira, 15 de setembro de 2003

AVIS ESTÁ MUITO TRISTE, POR TER TRATADO ENTEADOS COMO SE DE FILHOS SE TRATASSEM!

Aqui DO CASTELO, onde se vê e se ouve mais além, vislumbrámos um olhar triste de Avis. Avis está triste e não lhe faltam motivos para isso. Como qualquer terra Alentejana cultiva o gosto de bem saber receber. Foi assim antes do 25 de Abril, foi assim durante o 25 de Abril e continua a sê-lo agora, depois do 25 de Abril. Aqueles que não sendo seus filhos aqui se acolheram para ganhar o seu sustento, ela, Avis, considera-os seus filhos de verdade. Aqueles que aqui vieram para construir as suas casas para descanso, ela acolheu-os como se de verdadeiros filhos se tratassem. Aqueles que se dirigiram a Avis por ideais políticos ( discutíveis ou não), Avis recebeu-os de braços abertos e trata-os como filhos. A todos, sem excepção, Avis dedica o mesmo carinho e amizade.
Mas hoje Avis está triste. Avis percebeu que nem todos aqueles que acolheu merecem ser seus filhos. DO CASTELO ( que na altura estava aberto ao público todos os dias) viram-se chegar alguns desses migrantes com uma mão à frente e outra atrás, como se diz na gíria. Hoje progrediram nas suas carreiras, singraram nas suas vidas e imagine-se a maldade de alguns: sempre que podem, dizem mal da terra que tão bem os acolheu. Avis soube que em reuniões ou em jantaradas esses migrantes dizem mal dela, dizem mal dos seus próprios meio - irmãos Avisenses e achincalham-nos com críticas destrutivas, como se de reis e sábios dotados de toda a inteligência, estivessem aqui para ensinar boas maneiras a uma mão cheia de ignorantes e de nababos. Quem os ouve individualmente nem acredita que tamanha traição seja possível.
É por isso que Avis está triste. E nós, compreendemo-la e é por isso que junto DO CASTELO nós jamais deixaremos que alguém a critique destrutivamente. É preferível abandonar a vila e voltarem para as suas origens. Se a carapuça lhes couber a vós, se não gostam, não estraguem. A vossa “santa terrinha” talvez vos perdoe o facto de a terdes abandonado e ainda vos receba. Vá lá: regressem aos vossos burgos mas não façam Avis triste. Avis não merece, e quem sabe se até ainda se disponibilizará para vos passar uma carta de bom comportamento para apresentardes junto das autoridades dos vossos próprios burgos! Não custa nada tentar...

domingo, 14 de setembro de 2003

PORQUE HOJE É DOMINGO...

ALENTEJANO

DEU AGORA MEIO-DIA; O SOL É QUENTE
BEIJANDO A URZE TRISTE DOS OUTEIROS.
NAS RAVINAS DO MONTE ANDAM CEIFEIROS
NA FAINA, ALEGRES, DESDE O SOL NASCENTE.

CANTAM AS RAPARIGAS, BRANDAMENTE,
BRILHAM OS OLHOS NEGROS, FEITICEIROS;
E HÁ PERFIS DELICADOS DE TRIGUEIROS
ENTRE AS ALTAS ESPIGAS DE OIRO ARDENTE.

A TERRA PRENDE OS DEDOS SENSUAIS
A CABELEIRA LOIRA DOS TRIGAIS
SOB A BENÇÃO DULCÍSSIMA DOS CÉUS.

HÁ GRITOS ARRASTADOS DE CANTIGAS...
E EU SOU UMA DAQUELAS RAPARIGAS...
E TU PASSAS E DIZES: “SALVE-OS DEUS!”


FLORBELA ESPANCA IN “SONETOS”





quinta-feira, 11 de setembro de 2003

EM MEMÓRIA!

DO CASTELO MANTEM-SE EM RECOLHIDO SILÊNCIO, EM HOMENAGEM A TODAS AS VÍTIMAS ( MORTOS, FERIDOS E FAMILIARES) DOS ATENTADOS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001, NO E. U. A.

quarta-feira, 10 de setembro de 2003

...NO "monti" É QUE ESTIVE BEM...

Lamento profundamente e assumo-o aqui DO CASTELO, que não tenha esse dom de escrita que caracteriza a grande maioria dos meus colegas “bloguistas”. Gostaria de ser um autêntico "pena d'oiro. Considero-me assim, um “ blog menor” que com a sua quarta classe de adulto das antigas ( a tal que dizem que equivale ao actual 12º ano) tenta escrever algo perceptível para quem me lê. E vem isto a propósito de não me sentir com capacidade para vos transmitir toda a emoção, toda a carga positiva que vivi e apreendi com o meu fim de semana no “monti”. É claro que o "monti" não é meu, pois não sou de fóra, sou um teso e um senhor de Lisboa fez o favor de me emprestar o dele.
É indiscritível a sensação que vivi quando adormeci embalado pelo som das corujas e mochos ou quando acordei ao som de uma melodia maviosa entoada por uma cotovia poisada em qualquer esteva ou no alto de uma pedra. Qual despertador, qual quê! Esse apenas me transtorna matinalmente, sinónimo de uma velha tirania que me obriga a levantar, que me obriga a ir trabalhar, que me obriga a acordar de um modo sobressaltado e encarar logo à partida, cada novo dia de um modo negativo. Só me obriga!
Difícil mesmo foi encarar a segunda feira, o tal dia que eu vos tinha pedido de dispensa para adaptação à nova (antiga) realidade. As notícias foram em torrente e penso que nenhuma com a classificação de razoável, quanto mais de boa:
- O Juiz Rui Teixeira ainda não sabe se continua a liderar o processo Casa Pia, quando eu pensava que isso era um caso de simples resolução. Ou será que têm que arranjar um juiz adaptado aos critérios dos advogados de defesa e que melhor defenda os interesses dos indiciados? Francamente...
- As selecções perderam ambas, com a agravante de os espanhóis ( contra os quais não me move qualquer sentimento de repulsa - e as espanholas?), dizia eu, de os espanhóis terem conquistado Guimarães, coisa que já não se verificava desde os tempos de D. Afonso Henriques. Penso que estaremos agora, em plena descoberta de Portugal pelos brasileiros, a pagar a factura de tudo quanto fizemos aos índios do Brasil, quando os descobrimos e evangelizámos, dando-lhe com a cruz na cabeça, cada vez que não sabiam de cór o Pai-Nosso... Scolari, dá-nos na cabeça com resultados destes, enquanto a sua conta bancária vai enchendo, qual arca de especiarias...
- Os maus cheiros provenientes ali das bandas da ETAR e lá mais em baixo, da Lactogal, continuam a poluir os ares que se queriam mais puros. Não sabem como é reconfortante o cheirinho a bosta de vaca, lá do "monti"...
- O primeiro Ministro da Palestina demitiu-se, tornando mais difícil a reposição da paz naquelas paragens ( será que é possível instalar ali a paz? E as fábricas de fisgas, fecham?)
- Caíu uma passagem aérea...
- ....
- ....
Nas entrelinhas ou ... encontrará cada um de vós mais uma série de notícias que apanharam de surpresa, ou não, quem por motu próprio se quis ver privado de telemóveis, televisões e telefonias durante um fim de semana no "monti". Apesar desse choque, penso que é salutar fazer esta experiência e recomendo-a vivamente. Não será difícil ter um amigo que possua um “monti” por estas paragens, mas se encontrar dificuldade em tal, penso que o Sr. Ministro da Solidariedade Social, fazendo jus à Sua Solidariedade, não terá pejo em emprestar-lhe o dele.
Para terminar apenas o seguinte, no “montai” até me senti inspirado para fazer poesia, como prova a seguinte linda quadra:



Foi no monte que aprendi
A comer sopa da panela;
A lavar a roupa à mão
E dormir até tarde, que faz muito bem à saúde!


Eu sei que não rima, mas lá que é muito verdade, é. Mas se querem uma que rime então vejam lá se gostam desta:

Uma quadra que não rima
Não presta, Jesus me valha!
É como comer a prima
No fio duma navalha!

Esta que não é verdade já rima...

Se fizerem a experiência do “monti” não a guardem só para vós. Divulguem-na ou remetam-ma que eu reproduzi-la-ei.
Nota final: normalmente as croniquetas DO CASTELO são escritas no plural porque, como devem estar recordados elas são o resultado do trabalho de uma vasta equipa. Acontece que todos os colaboradores foram passar o fim de semana a diversos “montis” e ainda não regressou nenhum. Temo que a minha secretária loira se tenha perdido...no fio de alguma navalha.
Tchauzinho...



terça-feira, 9 de setembro de 2003

AO CONDUZIR SE TIVER SONO, POR FAVOR, PÁRE, MAS PÁRE MESMO!!!

Porque pretendemos que DO CASTELO se possa estabelecer uma troca de ideias, de opiniões e de experiências vividas, deixamos aqui o relato de uma situação vivida e uma chamada de atenção.
Ontem tivemos necessidade de conduzir de noite. A cerca de dez minutos do terminus da viagem fomos assolados pelo sono. A tão curta distância de casa pensámos que não valeria a pena parar e descansar um pouco. Um primeiro sinal permitiu-nos aperceber de que a viatura como que tinha momentaneamente “voado” para a faixa da esquerda da estrada; a situação repetiu-se passados dois ou três minutos. Houve um terceiro momento de entorpecimento, uma fracção de milésimo de segundo e a viatura vai demasiado para a direita. Apercebemo-nos, andamos cerca de quarenta a cinquenta metros na valeta e conseguimos regressar à estrada, apenas com umas amolgadelas ( não muitas) na viatura. Mas, e se em vez de um milésimo de segundo de entorpecimento, tivessem sido dois? E se em vez de uma valeta normal, se tratasse de um precipício?
Acresce dizer que vínhamos acompanhados de uma criança. Pelo modo como as coisas se passaram, resta-nos agradecer a Deus o facto de as coisas não terem tomado proporções mais dramáticas.
Assim fica o nosso apelo: ao primeiro sinal de sono, páre, durma um pouco e depois prossiga a viagem. Mas, por si, pelos seus e pelos outros, páre mesmo. Certo?
OBRIGADO!

sábado, 6 de setembro de 2003

DO CASTELO PARA O MONTII!

DO CASTELO vai descer aos campos da planura de Avis e aconchegar-se aí num qualquer monte, isolando-se bem longe de telemóveis, telefones, televisões. Todos os elementos que constituem esta vasta equipa de pesquisa, vão proceder de igual modo.
Na próxima terça-feira faremos o ponto da situação, não o fazendo na segunda porque esse será o dia da readaptação a todas as modernices dispensáveis e entretanto dispensadas. Até láááá... mundo cruel!
( EU QUERO IR PARA O MONTI
EU QUERO IR PARA O MONTIII
QUE NO MONTI É QUE ESTOU BÊII!)


sexta-feira, 5 de setembro de 2003

...DE COMO SE PRESTA UM MAU SERVIÇO PÚBBLICO

Esta informação foi recolhida lá no cimo DO CASTELO, onde as notícias são facilmente captadas, e denota como se pode prestar um MAU SERVIÇO PÚBLICO.
Foi-nos confidenciado por um funcionário de uma Delegação local de uma Instituição com implantação a nível nacional de que lhe foram dadas instruções precisas no sentido de que, para evitar despesas, toda e qualquer correspondência deixaria de se fazer via CTT e que passaria pelos serviços um transporte para recolher essa correspondência para a capital de Distrito. Até aqui tudo bem. O pior é que, pasmem meus senhores, a dita correspondência de todos nós, pagantes, chega a estar mais de três semanas sem ser recolhida!
É isto um bom exemplo de Serviço Público? Deixamos à vossa consideração esta situação, passada em Avis, (e certamente não só em Avis), numa Instituição cujo nome não revelamos por nos ter sido pedido segredo.




quarta-feira, 3 de setembro de 2003

ALÉM DE PEDÓFILO, ERA FILH'A DA PUTA!!! ( COM BOLINHA VERMELHA)

DO CASTELO avisamos que o que eis ler poderá ferir as consciências mais sensíveis, por se tratar da reposição de uma situação aberrante, com falta de qualquer sentido de humor, de muito mau gosto e revelando alguma (muita) baixeza. Aconselhamos, pois a que não leia mais e fique por aqui.
No entanto queremos transcrever este diálogo, para alertar os que ainda estão adormecidos para estas questões da pedofilia, de quão nojento é o acto em si, bem como aqueles que o praticam. Assim, passamos a transcrever um diálogo travado entre um juiz inquiridor e um pedófilo.

Juiz:
- Então você não tem vergonha de abusar de uma criança de três anos?
- Sr. Dr.: tinha três anos mas já tinha corpinho de cinco...


( Mas que grand’a filha da puta!, acrescentamos nós.)


terça-feira, 2 de setembro de 2003

ÚLTIMA HORA: TOMATINA EM AVIS!!!!

DO CASTELO vislumbrámos no largo junto à rotunda de Avis, manchas de verde e encarnado. Curiosos, colocámos os binóculos e concluímos que o verde é resultante de cerca de dez contentores da AVIS HORTA, e o vermelho é a cor dos tomates que enchem aqueles contentores, a transbordar, ali a céu aberto.
Certamente que os mesmos se destinam à realização da “ 1ª Tomatina em Avis", pois de outra maneira não se compreende mais aquele péssimo cartão de visita para quem nos visita vindo dos lados do Alcórrego.
Aguardamos que a AVIS HORTA nos entregue o programa para divulgação. Entretanto os ensaios já devem ter começado, pois os tomates esmagados, alguns a começar a apodrecer e a chamar moscas, que se encontram já por ali espalhados, leva-nos a crer que os primeiros ensaios já se concretizaram.
Esperamos que uns dos competidores não sejam os ciganos. (Tadinhos...)
Só já nos faltava esta!
Porra!!!!


POLÉMICA! EUTANÁSIA: SIM OU NÃO?

Feita a análise da discussão lançada DO CASTELO, em 26 de Agosto,sobre a “Pena de morte, sim ou não?” agradecemos a todos os que nos ajudaram a perceber melhor se seria positivo ou não a instauração da pena de morte para crimes hediondos. A GRANDE MAIORIA foi unânime em recusá-la, dissipando-nos assim algumas dúvidas que sobre nós pairavam acerca deste tema. Obrigado.

Mas DO CASTELO lança para a discussão novo tema, a ser analisado durante a 1ª quinzena de Setembro. Visitámos hoje um doente no Hospital José Maria Grande, que em fase terminal, há vários dias que vive debaixo de dores horríveis. O processo de degradação e sofrimento é irreversível. Posto isto e perante este e outros casos semelhantes a nossa pergunta e solicitação da vossa opinião é a seguinte: EUTANÁSIA, SIM OU NÃO?
Contamos com a vossa preciosa colaboração!