sexta-feira, 24 de junho de 2011

CESTAS DE POESIA (CLXXV)

Na semana em que pela primeira vez na história da democracia em Portugal uma mulher, Assunção Esteves, é nomeada para o cargo de Presidente da Assembleia da República ( a primeira mulher portuguesa a exigir votar foi Carolina Beatriz Ângelo, em 1911, para o Parlamento Republicano Constitucional); na semana em que arrancou a nova época do Benfica “só” com 42 jogadores embora as novas contratações continuem(Jesus vai fazer o milagre de que joguem 22 jogadores por jogo e em simultâneo, já que tem o “poder” de fazer pensar que onze dos jogadores serão tão somente as sombras dos outros onze…esperto!); na semana em morreram duas pessoas que eu admirava: o Sr. Betencurt em Sousel e o actor Peter Falk, que encarnou a personagem do detective Columbo ; na semana em que Avis recebe, Sábado e Domingo na Zona do Clube Náutico, o V Troféu de Remo Mestre de Avis, que irá contar com a participação de cerca de 300 remadores de 20 equipas de todo o país e em que o 1º prémio é um artístico trabalho do nosso querido escultor Francisco Alexandre; na semana em que o Verão apareceu a sério esperamdo-se já temperaturas a rondar os 40 graus para este fim-de-semana; na semana em que vou ser padrinho de mais uma linda menina ( as meninas mais bonitas do concelho de Avis são todas minhas afilhadas!) passando a contar nada mais nada menos que com NOVE afilhado(a)s de baptizo; ;na semana em que a máquina fotográfica da redacção “DO CASTELO” recobrou as suas totais faculdades “objectivas” eis que chega mais uma Cesta de Poesia.
Denotando uma extraordinária admiração pelo seu Alentejo, JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, de Marvão, delicia-nos hoje com este lindo poema:

Eu nasci no Alentejo
À sombra de uma azinheira
Sou o produto dum beijo
Dum pastor e uma ceifeira!

Cada qual onde nasceu
A sua terra lhe chama
E com mais carinho a ama
Se nessa terra cresceu!
Foi o que me aconteceu
Neste Alentejo que eu vejo
E digo se tenho ensejo
Com certo orgulho e vaidade,
Não sou homem da cidade
Eu nasci no Alentejo.

Alentejano que sou,
É com prazer que o digo,
Renegá-lo não consigo
Nem na mente me passou;
De certeza que não vou
Proceder dessa maneira,
Nem me dá susto a torreira
Se nasci em pleno V’rão,
Neste Alentejo do pão
À sombra duma azinheira!

Sou filho duma amizade
Nascido em meio da pobreza
Criado p’la Natureza
Algures em plena herdade;
Mas digo em boa verdade
Que outra terra não invejo
E gritar é meu desejo
Desde manhã ao sol-pôr:
Eu sou filho do amor!
Sou o produto dum beijo!

Vivo na terra barrenta
Do Alentejo dourado,
Neste chão abençoado
Que muito povo alimenta!
Eu sou aquele que enfrenta
A miséria traiçoeira,
Durante uma vida inteira
Sem da vida dizer mal,
Porque sou filho afinal
Dum pastor e uma ceifeira!


10-05-1995

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A FESTA DA SAÚDE


A FESTA DA SAÚDE e a FEIRA DOS PRODUTOS, a meu ver, são duas das iniciativas mais bem conseguidas pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Avis. Se a segunda se realiza no início da Primavera já a Festa da Saúde se realizou precisamente ontem, dia do solstício de Junho.
A entrada da escola esperava-nos um bem conseguido painel como que a dar-nos as boas vindas. Entrar neste espaço é sempre retrocedermos no tempo e lembrarmos os nossos tempos de crianças. Que o digam os elementos do Grupo Coral de Reformados de Alcórrego que se quiseram juntar a esta Festa entoando algumas das muitas cantigas que fazem parte do seu reportório.

Avaliar o índice de massa corporal, é essencial para detectar situações de obesidade. E isso, por ser importante para a saúde, foi feito.
Numa parceria infelizmente raramente vista nesta vila, o Centro de Saúde e a Associação de Diabéticos local avaliaram os valores de Tensão Arterial, Colesterol, Triglicéridos e Glicemia a todos que o desejaram fazer. A terceira idade respondeu em peso a esta iniciativa, esperando calma e ordeiramente a sua vez de serem atendidos. Porque a leitura também é saúde, a Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural, fez-se representar com uma “banca” de livros e alguns exemplares da sua Folha Informativa Águia.
“DO CASTELO” endereça PARABÉNS a todos aqueles que se envolveram neste projecto, fazendo votos para que, se eventualmente algum dos actuais dinamizadores para o ano não possa estar presente (lagarto, lagarto, lagarto…) haja quem com ânimo e vontade de vencer, prossiga com muitas mais FESTAS DA SAÚDE.
Para já …que venha a próxima!

(Espreitar: http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=229083953786533&id=100000547913753#!/profile.php?id=100000539314925


Foto 1 : A entrada da escola esperava-nos um bem conseguido painel


Foto 2: Que o digam os elementos do Grupo Coral de Reformados de Alcórrego


Foto 3 : Avaliar o índice de massa corporal, é essencial


Foto 4:  o Centro de Saúde e a Associação de Diabéticos


Foto 5: A terceira idade respondeu em peso a esta iniciativa


Foto 6 : a Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural, fez-se representar com uma “banca” de livros


segunda-feira, 20 de junho de 2011

UM FIM-DE-SEMANA QUASE CULTURALMENTE PERFEITO

1 – Encerrou mais uma Feira do Livro de Avis. Chegou a altura dos responsáveis analisarem os prós e os contras que a mudança de local para a realização da referida feira ocasionou. No sábado à noite, apesar de uma retirada de palco mal anunciada, o Grupo Coral de Ervedal deu mais um óptimo espectáculo. O frio da noite foi combatido com o entusiástico bater das palmas da assistência. Ontem foi a vez do FAZIGUAL, grupo de teatro do Agrupamento Vertical das Escolas de Avis, prestar uma bem merecida homenagem a José Saramago, coincidindo com o assinalar do 1º aniversário da sua morte.

2 - ANIVERSÁRIO - No passado sábado, o Terreiro d’Alegria – Associação de Idosos, sem fins lucrativos, reuniu no Salão da Junta de Freguesia de Avis, cerca de sessenta associados num almoço comemorativo do 1º aniversário daquela Associação. Fez apresentação pública e animou o almoço, o Grupo de Cantares do Terreiro d’Alegria, que mostrou muito do trabalho desenvolvido, cantando várias canções do seu bem ensaiado reportório.
“DO CASTELO” apresenta parabéns não só aos Órgãos Sociais, na pessoa do Presidente da Direcção, Sr. Luís Borges, como a todos os associados que mantêm activa esta Associação. Bem hajam!

3 – A Fundação Paes Teles, de Ervedal, inaugurou uma exposição fotográfica de Varela Pècurto e assinalou em sessão solene, com vários palestrantes, mais um aniversário do nascimento de Mário Saa.
A Fundação mantém-se viva e com muitas actividades o que, sendo louvável, é sempre agradável de assinalar.

4 – ANTÓNIO CALHAU, de Benavila, foi premiado com uma menção honrosa nos sempre difíceis Jogos Florais da Freguesia da Ameixoeira, em Lisboa, na categoria de Fotografia. A notícia vinculada pelo Correio da Manhã do passado sábado, enche de orgulho todos avisenses, amantes da fotografia.
Ao António Calhau, “DO CASTELO” apresenta os seus parabéns.

Perante isso, porque é que o fim-de-semana foi “só” quase perfeito e não perfeito?, perguntará você. A razão é simples como simples é a resposta: avariou-se a máquina de serviço a “DO CASTELO” e os repórteres não puderam fazer a cobertura fotográfica dos diversos acontecimentos culturais, como era desejo da redacção do blogue.
Azares.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

AÍ ESTÁ A FEIRA DO LIVRO DE AVIS!


Aí está a nossa Feira do Livro. De hoje até domingo. Mudou de sítio, possivelmente menos visível mas muito mais acolhedora, mais maneirinha. Mudou-se para o Mercado Municipal. Quem entra e está habituado a ver por ali queijos mal cheirosos (sem desprimor para os queijos), estranha. Mas gosta. Nós gostámos. Vamos entrando e mais se acentua essa estranha sensação de que qualquer coisa está mal. Mas não está. Está tudo bem. A Alemtudo- Design e Comunicação, Lda, resolveu meter mãos à obra e vai daí tem lá o seu espaço. Aníbal Fernandes, um dos sócios, folheia um exemplar de “Versejando”, da Amigos do Concelho de Aviz – Associação Cultural à procura das Décimas do Jaime Velez, o Manta-Branca, para mostrar ao seu amigo, António Mota.

- Olha aqui : Eu não vejo senão canalha/De banquete para banquete…

António Mota é um dos autores que hoje fazem apresentação de livros na Feira. António Mota é um homem do Norte e do Futebol Clube do Porto (ninguém é perfeito…). Mas como uma “desgraça” nunca vem só, logo à noite, a partir das 21 horas, teremos outro homem do norte e curiosamente, ou não, do Futebol Clube do Porto…Júlio Magalhães, sobejamente conhecido do grande público.

A Feira respira Rute Reimão: umas dezenas de miúdos saem com as mãos sujas de tintas de um atelier por si orientado. Nas paredes um enorme desenho, nem precisa de assinatura: está lá escarrapachado sem letras: RUTE REIMÃO!

Deparamos com um aviso que nos surpreende. Amanhã, de manhã, há aqui praça. O que quer dizer que hoje à meia-noite toca a recolher todos estes livros para amanhã os tornar a colocar nos mesmos sítios. Que “trabalhêra”! Para quem está por fora, como nós, parecia que seria mais fácil “ajeitar” no espaço ao lado, que também é coberto, umas bancas para os vendedores comerciarem, do que estar a desmanchar tudo e a refazer depois. Mas isto somos nós, repito, que estamos por fora…e não haverá livros a cheirar a queijos dos tais? E a peixe? Não? De certeza?...

No espaço contíguo à feira, fez-se o lançamento do tal livro do primeiro homem do Norte: António Mota que nos trouxe “Os segredos dos Dragões” (que raio de nome…) livro esse ilustrado por quem? Adivinhem. Isso, por Rute Reimão. Esta era fácil, pois se nós já tínhamos dito que a Rute estava em todo o espaço da Feira…

Esta Feira do Livro de Avis deverá ser a passagem de testemunho entre o passado e o futuro.

Para que possa ter conhecimento mais detalhado de todo o programa consulte, clicando aqui :

Foto 1 : Mudou-se para o Mercado Municipal
Foto 2 : Quem entra e está habituado a ver por ali queijos...estranha

Foto 3 : Está tudo bem

Foto 4: Aníbal Fernandes...folheia um exemplar de “Versejando”...

Foto 5: ...está lá escarrapachado sem letras: RUTE REIMÃO!

Foto 7: Deparamos com um aviso que nos surpreende

Foto 8 : António Mota que nos trouxe “Os segredos dos Dragões”...ilustrado por Rute Reimão
Foto 9: Esta Feira do Livro de Avis deverá ser a passagem de testemunho entre o passado e o futuro.




CESTAS DE POESIA CLXXIV)

Na semana em que me esqueci de ver o eclipse da lua; na semana em que PASME-SE! – futuros juízes deste país copiaram descaradamente os exames a que se estavam a submeter; na semana em que arranca, já hoje, mais uma Feira do Livro, em Avis; na semana em que parece já haver governo quase completo para governar não se sabem por quanto tempo...; na semana em que o Terreiro d’Alegria – Associação de Reformados completa o seu primeiro aniversário, eis que chega mais uma Cesta de Poesia.

Em equipa que ganha não se mexe. Não mexamos então na equipa chefiada por JOSÉ DA SILVA MÁXIMO e os seus versos. Ora vejam lá se gostam disto assim:

Meus versos saem do peito
Não são versos de alta gama;
São “materiais” com defeito
Não são poemas de fama!

Sem grandes aspirações
Faço versos com amor
E mostro, seja a quem for,
Minhas pobres criações;
Nunca recebi lições
À crítica me sujeito,
Só porque tenho algum jeito
Vou teimando em escrever
E quase sem saber ler
Meus versos saem do peito.

Por gostar da poesia
A ela sou dedicado;
Uns anos tenho passado
A rimar de noite e dia!
Escrever dá-me alegria
Versejar é meu programa,
Às vezes até na cama
Eu faço versos a fio,
Mas sei que os versos que crio
Não são versos de alta gama.

As rimas vou procurando
Com apego e persistência,
Com vontade e paciência
A custo as vou encontrando;
Aqui e ali tropeçando
Num caminho tão estreito,
São “materiais” que eu ajeito
E uso para compor,
Que sendo de um amador
São “materiais” com defeito.

Com afinco eu persisti
E digo em boa verdade
Que a força e a vontade
Em nenhum caso a perdi;
Foi teimando que venci
Sem nunca cair na lama,
Não se pagou minha chama
Mesmo a saber de antemão
Que versos sem instrução
Não são poemas de fama.

Setembro de 2010

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ASSUSTADORAMENTE ACTUAL...

Uma passagem da história....

Assustadoramente actual!

Diálogo entre Colbert e Mazarin durante o reinado de Luís XIV:

Colbert:

- Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço?

Mazarin:

- Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado? o Estado, esse, é diferente!!!
Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se? Todos os Estados o fazem!

Colbert:

- Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?

Mazarin:

- Criam-se outros.

Colbert:

- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.

Mazarin:

- Sim, é impossível.

Colbert:

- E então os ricos?

Mazarin:

- Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.

Colbert:

- Então como havemos de fazer?

Mazarin:

- Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente!
Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: são os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres.
É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais!
Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável
.

 
in "Le Diable Rouge", de Antoine Rault

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Jean-Baptiste Colbert (Reims, 29 de agosto de 1619 - Paris, 6 de Setembro de 1683) foi um político francês que ficou conhecido como ministro de Estado e da economia do rei Luís XIV. Instalou o Colbertismo na França, onde teve uma grande importância no desenvolvimento do mercantilismo ou da teoria mercantilista, bem como das práticas de intervenção estatal na economia, que o mercantilismo advogava.


Jules Mazarin, nascido Giulio Raimondo Mazzarino e conhecido como Cardeal Mazarin, (Pescina, 14 de julho de 1602 - 9 de março de 1661) foi um completo estadista italiano radicado em França,primeiro-ministro deste país de 1642 até à sua morte. Era um notável coleccionador de arte e jóias, particularmente diamantes, que deixou por herança (os "diamantes Mazarin") a Luís XIV em 1661, alguns dos quais permanecem na colecção do museu do Louvre em Paris.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

CESTAS DE POESIA (CLXXIII)

Na semana em que concluí que efectivamente as pessoas não estão preparadas para o que aí vem de mau, pela mão do FMI (que, coitados, não têm culpa de cá terem sido chamados), dado que vi no Continente/Modelo de Ponte de Sôr um casal avisense, de parcos recursos económicos, que se deslocou àquela superfície comercial, imagine-se, detáxi; na semana em que Paulo Portas fez jus ao ditado de que “ trabalho é trabalho e conhaque é conhaque” contratando o advogado Garcia Pereira para tentar fazer a “cama” à Eurodeputada Ana Gomes; na semana em que se anuncia para os próximos dias 17, 18 e 19 de Junho a Feira do Livro de Avis, este ano no Mercado Municipal, eis que chega mais uma Cesta de Poesia.
JOSÉ DA SILVA MÁXIMO é um poço inesgotável de bem saber fazer décimas. Qualquer tema lhe serve. O que hoje aqui vos deixo é disso um exemplo:

Em qualquer canto perdido
Do Alentejo dourado
Há um poeta escondido
Vivendo sem ser notado

Ser poeta é ser alguém
Que passa a vida escrevendo,
Às vezes desconhecendo
O valor que o verso tem;
Vai rimando mal ou bem
O que lhe vem ao sentido,
Quantas vezes ele é tido
Como um Bem ignorado,
Podendo ser encontrado
Em qualquer canto perdido.

Quantas vezes acontece
O poeta ao escrever,
Empenhar o seu saber
Que depois de graça of’rece;
No final quando aparece
O trabalho terminado,
Muitas vezes inspirado
No rebanho ou no pastor,
E no sol tão criador
Do Alentejo dourado.

Há poetas que malmente
Sabem seu nome fazer!
Mas sabem compreender
O que um bom verso consente;
Se houver dúvidas na mente
Do homem culto, instruído,
Que entre despercebido
Numa cabana singela,
Porque às vezes dentro dela
Há um poeta escondido.

O poeta popular
Não extravasa cultura!
É humilde criatura
Que se esfalfa a trabalhar;
Nessa canseira sem par
Com a terra misturado,
Apascentando o gado
Hora a hora, dia a dia,
Vai fazendo poesia
Vivendo sem ser notado.

terça-feira, 7 de junho de 2011

AINDA A TEMPO...

Como acontece há muitos anos, o Município de Avis promove na altura própria, um concurso de quadras populares alusivas ao aniversário do 25 de Abril e à sua envolvência. Este ano não foi excepção.
“DO CASTELO” saúda esse facto e regozija-se por a escolha dos melhores trabalhos se fazer agora sobre anonimato. Saúda ainda os distinguidos neste ano de 2011, cujos nomes, trabalhos e classificações reproduz em baixo, com o seu mais sincero pedido de desculpas por só agora o fazer.
Vale mais tarde do que nunca.

Num avante Abril de anais da história
Floriu a Liberdade, flor do craveiro
Filha da luta não rendida à vil escória
P’ra ser raiz d’igualdade dum povo inteiro

DINIS REIS SUTIL MUACHO – 1º CLASSIFICADO

Gente de força e determinação
Feita de suor, lágrimas mil
Libertou-se da opressão
E conquistou os valores de Abril

LÍGIA MARIA NOBRE PARREIRA – 2º CLASSIFICADO

Era noite e fez-se dia
Cada um valeu por mil
Do medo fez-se alegria
No “vinte e cinco” de Abril

ANIBAL JOSÉ SILVA FERNANDES – 3º CLASSIFICADO

segunda-feira, 6 de junho de 2011

ACABOU O CIRCO!

Acabou o circo. Desmanchou-se a tenda das ilusões e os actores tiraram as máscaras de palhaços ricos com que durante a campanha eleitoral nos atazanaram as mentes e colocaram as máscaras de palhaços pobres, que afinal nunca deixaram de o ser.
Como que por magia, lembraram-se do “papão” chamado FMI. Haviam-no olvidado propositadamente durante a campanha. Não dava jeito falar nele. Agora ele aí está de novo, qual Adamastor com espada afiada sobre as nossas cabeças.
Mas o “circo” das nossas vidas tem que prosseguir: apressem-se a tomar conta das novas “cadeiras” do espectáculo, aqueles que pretendem substituir as plateias do clientelismo, pois que é chegada altura de novas mudanças na assistência do circo da vida. Mudanças só de cadeiras, obviamente, porque de resto, já sabemos o que infelizmente nos espera. Sempre foi assim.
O circo vai continuar: troquem-se os falsos palhaços por autênticos “faquires”, números de setas, e muitas caraças de horrores e pesadelos.
Quanto a nós, Zé Povinho, faremos números de contorcionistas e teremos que nos tentar equilibrar em cima do arame que cada vez se torna mais escorregadio, estreito e com tendência a cair no abismo onde as cobras e os leões nos esperam para nos devorar.
Do bom espectáculo de circo, do tempo das vacas gordas que só alguns comeram, vamos regressar a muito breve prazo para os antigos “títeres” da miséria, e estes “títeres” integrarão os que não comeram das tais vacas gordas…também sempre foi assim.
Uma coisa é certa: ninguém pode fazer milagres.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CESTAS DE POESIA (CLXXII)

Na semana em que o Partido Socialista começa a pensar seriamente em encontrar um novo Secretário-Geral; na semana em que Avis foi mais uma vez varrida por uma onda de assaltos; na semana em que a violência gratuita se passeou por um dos cafés da nossa vila; na semana em que uma pessoa muito querida se apoderou do meu computador, por motivos de trabalho, impedindo-me de fazer o habitual uso dele – dois galos para um só poleiro, é sempre problemático…- eis que chega então mais uma Cesta de Poesia.
Nem a propósito: o tema dos IX Jogos Florais de Avis foi “O saber” e JOSÉ DA SILVA MÁXIMO, que até é um dos elementos do Júri, fez já há alguns anos umas décimas intituladas precisamente de:

O SABER

Gosto muito de aprender
Gosto muito de estudar
Mais vale a gente saber
Do que ter que perguntar

Desde que na escola andei
Adquiri gosto p’lo estudo;
Como ninguém sabe tudo
Eu também, tudo não sei!
Ao estudo dediquei
Minhas horas de lazer,
Passo minha vida a ler
Livros, revistas, jornais,
Meu desejo é saber mais,
Gosto muito de aprender!

Se alguém vier ter comigo
Porque está embaraçado,
Precisa ser informado
Vem escutar o que eu digo;
Se informá-lo não consigo
Muito me vai magoar!
Fico sem jeito a pensar:
Afinal p’ra que é que eu vivo?
Talvez por esse motivo
Gosto muito de estudar!

Quem a ler não aprendeu
Muita coisa desconhece;
Sabe só o que acontece
Na terra onde nasceu;
Por não ter escola ou liceu
Não se deixa de viver!
Mas continuo a dizer
Que em qualquer circunstância
P’ra viver na ignorância
Mais vale a gente a saber!

Certo que a sabedoria
Traz mais responsab’lidade;
Quem desconhece a verdade
Não sabe, não se arrelia!
Sinto em mim uma alegria
Difícil de igualar
Sempre que posso informar
Em vez de ser informado!
Prefiro ser procurado
Do que ter de perguntar!