Foto 1 - "A Rua das Portas de Santo Antão apinhava de gente à porta da Casa do Alentejo devidamente engalanada."
Foto 2 -"...num edifício religioso lá estava um símbolo igualmente ligado a Avis - as obras de restauro daquele templo (ou parte) estão a cargo da MIU- Gabinete Técnico de Engenharia, Lda."
Foto 3 - "Curioso aquele artesanato todo ele dedicado ao Alentejo e aos Alentejanos."
Foto 4 - "...já nossas conhecidas “Mondadeiras” da Alma Alentejana, de Almada,"
Foto 5 -" ...Grupo de Cantares Alentejanos da Amadora..."
Foto 6 -"...Grupo que veio lá da Mina de S. Domingos..."
Foto 7 - À Esquerda a foto premiada com o 1º lugar e à direita o 2º lugar
Aproveitando a boleia oferecida pelo nosso amigo Fernando Máximo, a equipa ”DO CASTELO” rumou a Lisboa no passado dia 10 de Junho, quinta-feira e feriado, para ir assistir às comemorações do 87º aniversário da Casa do Alentejo. O dia estava chuvoso e por volta das nove e meia da manhã, à hora da partida, o tempo não estava nada convidativo a passeios, mas como os anfitriões se disponibilizaram a ir e a levar-nos, não hesitámos e lá fomos. Passados alguns quilómetros já se tornava enfadonha a voz monocórdica a lembrar que “ na próxima rotunda, mantenha-se à direita e saia na segunda saída”. Mas mais enfadonho é ainda ouvir dizer: “mantenha-se à direita e saia na saída”. Então havia de sair onde? Na entrada? Estas modernices que nos ensinam os caminhos são boas, mas às vezes enfadam. A viagem lá se fez, com o tempo a melhorar a olhos vistos e por vezes com uns ziguezagues para evitar atropelar algum coelhinho mais afoito e sempre ouvindo comentários ao modo como as cegonhas fazem os seus ninhos lá tão altos. Realmente é obra! As “cegonhitas” que não sabem voar aprendem necessariamente. Puxa!
Chegámos. A Rua das Portas de Santo Antão apinhava de gente à porta da Casa do Alentejo, devidamente engalanada. Alentejanos, muitos. Houvera animação de rua com grupos corais e com a Banda de Veiros. Ao meio-dia e meia lá se começou a entrar naquele imponente, bonito e rico edifício, deixando atrás de nós esse não menos imponente, bonito e rico emblema do clube que ali tão próximo teve a sua sede por muitos e bons anos: o Glorioso SLB. Ao lado esquerdo de quem está virado para a porta de entrada da Casa do Alentejo, num edifício religioso lá estava um símbolo igualmente ligado a Avis - as obras de restauro daquele templo (ou parte) estão a cargo da MIU- Gabinete Técnico de Engenharia, Lda., firma que tem um pavilhão – por acaso bem giro embora nunca o tenha visto aberto – na zona industrial de Avis. Penso que o Gerente, Sr. Eng. Artur Correia da Silva, terá uma forte ligação a Avis, talvez parental, tendo, ao que pensamos saber tido recuperado ainda não há muitos anos, a porta da Igreja do Convento de S. Bento em Avis.
Mas entremos que o nosso propósito é entrar e ir espreitar o que é que leva o Fernando Máximo a ir até lá. Ao cimo das imponentes escadarias um átrio árabe onde decorria uma feira do livro e de artesanato. Curioso aquele artesanato todo ele dedicado ao Alentejo e aos Alentejanos. Foi dada uma explicação do que se passava ali naquele átrio e depois fomos convidados a subir ao piso superior onde seria servido o almoço. Mais de centena e meia de pessoas encaminharam-se para as mesas previamente marcadas e sinalizadas com nomes dos trajes alentejanos: a nós coube-nos a mesa das “Botas”. Entradas à grande e à…alentejana. Leiam só: Azeitonas, torresmos, pimentos assados, salada de polvo, salada de ovas, favas com chouriço e costeletas de borrego panadas. "panito". Depois de provar de tudo, pouco espaço sobrou para o almoço, constituído por creme de ervilhas com coentros e carne de porco fatiada com cenoura e batata assada. A custo lá se deu conta da sobremesa composta por cericá com bola de gelado – uma delícia – fruta da época e bolo de aniversário. As bebidas, águas, sumos e o vinho Marquês de Borba estavam à altura do evento e os cafés e digestivos rematavam esta lauta refeição.
Mas a esta altura ainda não sabíamos ao que ali íamos…e já tínhamos a barriga cheia de entradas. Atentos, os repórteres “DO CASTELO” ouviram Fernando Máximo e a esposa entabular conversa com os companheiros que lhe tinham calhado em mesa. Uma senhora disse que ela e o marido vinham de Setúbal e um senhor disse que era de Benavila. Olá! Benavila, que coincidência, pensámos. Num ápice tudo se desvendou:
- A minha namorada, que se chama CATARINA FONSECA ganhou o 1º prémio no concurso de fotografia, modalidade de cores, sobre Fontanários do Alentejo. Ganhou com um fontanário do Ervedal, disse o JOSÉ ANTÓNIO LOPES, Benavilense dos quatro costados. Foi até o Prof. José Ramiro que no-lo indicou…concluiu.
Como bons repórteres, os elementos da equipa “DO CASTELO” ouviam e tomavam as devidas notas. O que ali nos levava ficou desde logo sabido quando a mulher do Fernando Máximo disse:
- E o meu marido ganhou o 2º Prémio na mesma modalidade…
- E eu ganhei o 3º prémio, mas foi na modalidade de preto e branco…disse o alentejano que morava em Setúbal embora fosse natural de Montemor-o-Novo…
Assim mesmo, tudo de repente e de mão beijada chegou ao conhecimento dos repórteres “DO CASTELO”. Estava tudo explicado.
Mais descansados, desfeito o “tabu” assistimos à actuação das já nossas conhecidas “Mondadeiras” da Alma Alentejana, de Almada, ao Grupo de Cantares Alentejanos da Amadora, do Grupo que veio lá da Mina de S. Domingos, cantar-nos e lembrar-nos em tom dorido e quase chorado o Hino dos Mineiros: “Nas minas de S. Domingos morreram muitos mineiros…vê lá, vê lá, companheiro…”
Seguiu-se a sessão solene com distinção a três Alentejanos (ou quase) de vulto: Rosa Coutinho que segundo o Dr. João Proença (Presidente da Direcção da Casa do Alentejo) era filho de uma alentejana da Vidigueira, logo emendado em voz baixa por alguém que sabia do que falava, dizendo: da Vidigueira não, da Vila de Frades… Foram ainda homenageados o Prof José Chitas que foi Presidente do Município de Mora e que, apesar de lhe ter “dado uma trombosesita” segundo as suas palavras, fez um discurso “inflamadíssimo” e o Sr. Dinis, que ao que apurámos é o fotografo oficial dos eventos da Casa do Alentejo e que igualmente se encontra doente. Foram ainda distinguidos os sócios com 50 e com 25 anos de Casa. Com os discursos a meio, ouvimos ainda o Sr. Presidente da Câmara de Estremoz que ali acompanhou a Banda de Veiros. Não esperámos pelo partir do bolo nem pela actuação dessa prestimosíssima banda filarmónica. Ao nosso amigo Jorge Passadinhas as nossas desculpas, por não ouvirmos a banda da sua terra, mas o caminho de regresso era longo, a tarde ia muito adiantada e o nosso anfitrião não gosta de conduzir de noite.
Resumindo. Avis esteve duplamente em alta neste evento:
O 1º Prémio é dum fontanário do Concelho, é da vila de Ervedal.
O 2º Prémio foi ganho por Fernando Máximo, de Avis, sendo que o 3º prémio não foi atribuído.
“DO CASTELO” apresenta parabéns a ambos e mostra-vos acima, entre outras, as duas fotos premiadas e apresenta igualmente parabéns a essa grande organização que é a Casa do Alentejo em Lisboa pela passagem do seu 87º aniversário e onde apenas detectámos uma presença minúscula alusiva ao Concelho de Avis, num pequeno azulejo. Por certo haverá por lá outros e maiores testemunhos da presença do nosso concelho, e fomos nós que não os achámos.
Também não podemos ver nem saber tudo.