Damos hoje a conhecer mais um trabalho do nosso amigo Benavilense JOÃO MARTINS VILELA.
É este o trabalho escolhido para esta sexta-feira, dia de Cestas de Poesia:
Mote:
Eu não sei o que sou
E não sei o que venho a ser
Porque o fado é nosso avô
Não o consigo compreender
Quando era pequenino
Fui um dia de madrugada
O encontro de uma estrada
Onde estava o meu destino
Do que vi eu imagino
O fascismo massacrou
Ele nunca perdoou
A pobreza afinal
Mas digo-me onde está o mal
Eu não sei o que souTinha seis anos de idade
Quando fui ajudar o gado
Mal podia com o cajado
E que não me ficou de saudade
Mas com a minha curiosidade
Passo a vida a sofrer
Eu nunca aprendi a ler
Porque não pude ir à escola
Para gente da minha bitola
Eu não sei o que vem a ser
Se a esquerda se unir
Somos capaz de vencer
Não haver mais sofrer
Nunca mais se repetir
E que já não venhamos a sentir
O tempo que já passou
O pobre sempre gostou
De viver na solidão
Acabar com a escravidão
Porque o fado é nosso avô
Ficou na história gravado
O vinte e cinco de Abril
Ele não sabe
repetil
O que lhe foi conquistado
Deixou o povo desorientado
As contas querem fazer
Alguns não entenderem
E diz que nunca as farão
Eu sendo da mesma geração
Não consigo compreender
AUTOR:
JOÃO MARTINS VILELA/BENAVILA ( Feito em 2001)