Estava eu a comentar com uma amiga a evolução positiva que aponte tem tido ultimamente quando esta fez um comentário que me deixou boquiaberto. Incapaz de reproduzir textualmente as suas palavras, estas terão sido mais ou menos as que se seguem, sendo que o conteúdo é o correcto.
-Concordo contigo. aponte está muito melhor. Fui eu que comprei a última do mês de Outubro, do reforço que fizeram no Supermercado do Salvaterra. Vende-se muito mais, está mais interessante e gosto da nova dinâmica do jornal. Apraz-me lê-lo. Mas já reparaste que as mulheres quase não têm interferência na sua feitura? Repara: na capa o retrato da vida de um homem; entrevista a um homem, Presidente de Câmara; foto da pagina do Emprego e Empreendedorismo uma foto com cinco homens e uma mulher encostada lá para o fundo da fotografia e segundo me disseram ainda lá falta outro homem que já não coube no “boneco”; crónica médica feita por um médico; enólogos muitos, enólogas nenhuma e até aqui as referências bibliográficas são maioritariamente de homens (Aleixo, Pessoa, Torga);nas páginas de opinião seis homens. Repara : seis! No desporto homens, muitos homens. Nas páginas cor-de-rosa até aí, e ainda os hei-de contar, me parece que os homens estão em maioria. Redactores/colaboradores, homens e mais homens. Repara que até as fotografias são cedidas por um homem. Mas afinal nós não sabemos fazer ou não fazemos nada de interesse para aponte?
Fiquei siderado com este comentário, e afastei-me da minha amiga, não sem antes lhe perguntar, quase a medo:
- Olha lá: tu também foste daquelas que queimaram os “sutiens” nos anos sessenta?
Já não ouvi a resposta.Bolas!