Foto 1 - Em busca da mesa perdida... é além!
Foto 2 - MÁRIO VELEZ, um Presidente à altura!
Foto 3 - Luis Filipe Vieira: um discurso fraquinho...
Foto 4 - É quase hora de almoço...
Foto 5 - NORBERTO OLIVEIRA recebe os parabéns de Luis Filipe Vieira
Foto 6 - Grupo de dança da Casa do Benfica em Avis
Foto 7 - ...uns passes de dança...
Foto 8 - Ataque ao bolo!
Foto 9 - Hora do lanche...
Foto 10 - Cardozo marca o Golo do nosso contentamento
O dia de ontem, sábado, esteve frio. Muito frio apesar do sol brilhar. Logo desde bastante cedo se começou a verificar um movimento anormal na pacatez da nossa vila. Algo de extraordinário se passava: só podia ser uma coisa bastante importante para levar a que várias pessoas da nossa praça, e não só, envergassem os seus fatos domingueiros que, diga-se de passagem, nem sempre assentavam lá muito bem.
A razão era de todos conhecida e facilmente adivinhável pelo elevado número de “encarnados” que por aí abundavam: visitava Avis o Sr. Luís Filipe Vieira, Presidente do Sport Lisboa e Benfica, com intenção de inaugurar o novo visual da Casa do Benfica em Avis (ou será do Benfica de Avis?).
Com honras de outro qualquer Presidente, foi recebido ao mais alto nível nos Paços do Concelho local e de seguida visitou então as instalações da Casa em questão. Digamos que só a partir daqui é que acompanhei mais de perto esta rápida estadia entre nós de tão ilustre figura. (Se não é ilustre, pelo menos parecia…)
No pavilhão da Zona Industrial, que serve de apoio para as festanças dos benfiquistas da terra e seus convidados, aguardava-se com alguma ansiedade a chegada do Sr. Presidente do SLB. Os elementos da Comunicação Social local e regional – aquela que é a sério, que não é como essa coisa dos blogues – mostravam o seu desagrado pelo facto de todas as cerimónias terem sido antecipadas de meia hora sem que de tal tivessem sido avisados. Enfim, fizeram o que puderam.
Aos poucos, os trezentos convivas foram entrando no enorme salão primorosamente decorado, sendo que a entrada se tornou um pouco morosa pela dificuldade em se saber onde estava situada a mesa de quem procurava saber tal. Por fim tudo se compôs, sendo que a mesa do Sr. Presidente Vieira (sim, tem que se identificar o Presidente a que me refiro, porque havia por lá muitos outros ilustres presidentes: Presidentes de Juntas de Freguesias, de Câmara, de Assembleia Municipal, dos Amigos de Aviz etc.. Enfim, o que nunca faltam nestas coisas são Presidentes!), sendo que a mesa do Presidente Vieira, dizia eu, foi colocada ali mesmo no local onde um pneu de qualquer viatura de apoio deixou um enorme rasto no chão, talvez para lembrar que a origem deste agora homem todo poderoso do futebol nacional, começou nas negociatas de pneus.
Iniciaram-se os discursos com Mário Velez – aqui está outro Presidente que acima não mencionei – a dar o pontapé de saída. Com um discurso breve, sintetizou o Presidente da Casa do Benfica em (de?) Avis o que a Casa tem feito durante os últimos anos. O discurso pareceu-me equilibrado, sensato e curto q.b.. embora o nervosismo o tenha atraiçoado nas primeiras linhas. Depois tudo se recompôs e acabou com três vivas ao Benfica que empolgaram a assistência entusiasta. Seguiu-se o Sr. Presidente da Câmara – Presidente já referenciado – que foi apanhado de surpresa pois que o discurso que tinha preparado já o gastara nos Paços do Concelho. Mas de improviso acabou por sair airosamente, ou não fosse também ele um Benfiquista dos quatro costados. Finalmente o discurso do mais ilustre convidado presente, cuja categoria de Presidente também já foi aqui sublinhada. Confesso desde já que esperava mais. Considero que Luis Filipe Vieira fez um discurso fraquinho a que teria que dar uma nota não superior a onze valores numa escala de 0 a 20. Após os agradecimentos da praxe aos presentes, com especial ênfase para o fair-play do Sr. Vice-presidente da Câmara, Sportinguista assumido, que acompanhou esta visita benfiquista, quis o Sr. Vieira dar os parabéns à Casa do Benfica por tudo quanto tem feito em Avis, chegando mesmo a dizer que o esforço desta Casa deve servir de exemplo para as outras casas do Benfica. Referiu, e muito bem no meu modo de ver, que “ o futebol também é decência.”
Repito que este discurso me soube a pouco. Se fosse aqui pronunciado um discurso forte, hoje toda a comunicação social começaria as suas notícias por referir que “Luís Filipe Vieira afirmou ontem em Avis tal, tal, tal….” E Avis virava assim por algumas horas (dias?) como ponto central do benfiquismo nacional. Mas a explicação para este meu desencanto disse-o o Sr. Presidente do SLB mais adiante, ao afirmar no seu discurso, e passo a referir: “ se querem falar de nós que falem. Nós falamos de nós. Eles falam de nós porque reconhecem a nossa grandiosidade”. Acabou referindo-se ao lema do Benfica: “Um por todos e todos… pelo Benfica”.
Confesso que fiquei preocupado com um pequeno mas que pode ser um grande pormenor: o discurso do Presidente Vieira estava escrito em letras de tamanho para aí 18 ou 20 e a negrito. Os conselheiros do Sr, Presidente, talvez que o devessem aconselhar a visitar uma óptica o mais rapidamente possível. Ali há falta de vista. Fica aqui o alerta.
Seguiu-se o almoço. Também o achei fraquinho. Como o discurso do Presidente Vieira. Bem confeccionado e em quantidade bastante mas a ementa pareceu-me fraca para a grandiosidade da cerimónia e para tão ilustres convivas. Mesmo admitindo que o cação era da Barragem do Maranhão, como no tempo da D. Florípes lá do Retiro da Ponte, que Deus tenha. Com a barriguinha cheia – à excepção da minha amiga Teodora que não pode comer carnes de porco com espargos, por mor da tensão arterial – o pessoal começou a amolecer no seu Benfiquismo e nas suas cadeiras. Foi então que saltou para o palco alguém que resolveu acordar toda a gente daquela letargia: SLB, SLB, SLB foi o mote. Não lhe olhem para o corpo que os homens não se medem aos palmos. Depois de mais uns SLBs, os agradecimentos às freguesias do nosso concelho, sendo de salientar o agradecimento á Freguesia de “Alcorrêgo”. Estou em crer que não terá sido o primeiro nem o último que altera a acentuação a esta palavra. Mas que nos sou mal, soou. Melhor soou a esperança deste animador da tarde ao dizer que "o SLB irá atingir a curto prazo os 300 mil sócios…nem que para isso tenhamos que obrigar os nossos amigos e os amigos dos nossos amigos a associarem-se ao SLB." Aqui acho que o homem exagerou. Mas esteve bem ao leiloar uma camisola oficial com as assinaturas de todos os jogadores da equipa principal de futebol do SLB. A verba deste leilão reverteu inteirinha para a Casa do Benfica em (de) Avis e foi arrematada pela freguesia de Benavila por 225 euros, após acesa disputa com a Freguesia de Avis. Veio-se a saber depois que o “arrematador” não era de Bena mas de Alcochete e que sofria com o assédio Sportinguista daquela zona do país. Mas na altura estava a jogar pela Freguesia de Benavila.
Momento alto da festa foi aquele em que toda a assistência, de pé, cantou os parabéns ao amigo e Sr. Norberto Oliveira que faz anos hoje, dia 14. Desde sempre que este avisense defendeu com orgulho a sua condição de benfiquista. Foi merecido o aperto de mão que recebeu do Presidente Vieira. Visivelmente emocionado, embora bastante debilitado pela doença, agradeceu com um sorriso na boca e as lágrimas a escorrerem-lhe pela cara. Parabéns amigo Norberto!
Entretanto o Sr. Presidente pôs-se a milhas pois que às 17 horas jogava o glorioso na Luz. E nós ficámos. E assistimos às danças do Grupo de Danças da Casa do Benfica em Avis, ouvimos algumas cantigas alusivas ao evento e não só, pela voz sempre (ou cada vez mais?) agradável do Sr. Caldeira (da EPAC) que proporcionou uns passes de animada dança e por fim ouvimos alguns acordes do acordeão do jovem na idade mas já bastante maduro acordeonista Mário Boleto.
Aos poucos as pessoas iam abandonando o salão, ficando apenas os resistentes que queriam ver o SLB dar mais uma abada, tendo agora como alvo o Belenenses.
Antes do Jogo começar ainda se partiu o Bolo comemorativo destra festança. Um pouco tarde, digo eu, pois que muitos já tinham saído. O bolo estava bom – até era encarniçado e não deveria ter sido por acaso - e o champanhe escorregava bem pela garganta.
Começou o jogo e as coisas até que não se encaminhavam mal pois que aos dez minutos Cardozo marcou o primeiro de, pensava-se à altura, uma mão cheia de golos que afinal não apareceram. Quando aos 27 minutos de jogo, já com o Benfica a fraquejar, Fajardo falha perante Quim, um golo de baliza aberta, o meu companheiro de mesa diz com certa graça: “Este, temos que o mandar para o Hospital S. João de Deus em Montemor-o-Novo para lhe endireitarem os pés…”
Chegou o intervalo e com ele uma boa notícia dada pelo responsável da Cultura da Casa do Benfica em (de) Avis: "A mesa está posta, vamos lanchar." Lanchou-se e depois devido ao frio que se fazia sentir, abandonei a sala e fui ver o resto do jogo para um sítio onde pensava iria encontrar o calor de uma salamandra acesa, mas enganei-me, pois que a dita salamandra estava ainda apagada.
Valha-me ao menos que o Benfica ganhou…
Nota final:
“DO CASTELO” endereça os parabéns a todos quantos se empenharam na preparação desta festa. Numa apreciação final dar-lhes-ei uma nota positiva bastante alta e se não fosse isso não estaria aqui até para lá das duas da manhã para escrevinhar esta crónica…